quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Personagens

Diretamente da sinopse original de O Dono do Mundo, os perfis dos principais personagens, com adendos para personagens que entraram no decorrer da novela.

Os Ricos

Felipe Barreto (Antonio Fagundes)
39 anos. Atraente, forte, bonito, dominador e sedutor, nosso protagonistas. Apesar da idade, já um dos grandes cirurgiões plásticos do Brasil. Iniciou a carreira como assistente do Professor Ivo Pitanguy e, cerca de oito anos atrás, o casamento com Stella, a filha de um poderoso industrial, proporcionou-lhe a abertura de uma clínica com seu nome, primeiro passo decisivo para a ascensão profissional e, no início da narrativa, parece não ter limites. Nasceu relativamente rico, mas seus pais, Altair e Constância, foram perdendo patrimônio aos poucos, de modo que, quando começa nossa história, dependem financeiramente do filho. Desde muito jovem, em parte influenciado pelo temperamento da mãe, Felipe mostrou-se um pouco exageradamente ligado aos valores materiais da vida. Pelo pai, sempre teve ternura, mas não admiração. No fundo, considera-o um fraco e nunca o perdoou por ter vendido, quando Felipe era criança, a indústria de produtos alimentícios da família para Herculano, com a filha de quem acabou se casando. Ótimo aluno, inteligente, trabalhador, muito cedo Felipe acostumou-se a dividir o mundo entre vencedores e perdedores, e lutou com unhas e dentes para conquistar seu espaço entre os primeiros. Com efeito, Felipe é hoje o típico retrato do vencedor exageradamente satisfeito consigo mesmo, com suas conquistas, desprezando o que considera “comum dos mortais”. É, no entanto, suficientemente ladino para esconder dos que o cercam, em especial os empregados da clínica, este seu desprezo pelas pessoas mais modestas. Um traço divertido do desenho da personagem é que Felipe é supersticioso de forma quase doentia.

Conquistador compulsivo, habituou-se a ter todas as mulheres que desejou, conseguindo parecer virtuoso apenas à esposa, por quem tem um grande respeito e carinho, mas não exatamente amor. Stella é inteligente, culta, viajada, o tipo de esposa conveniente à sua ascensão, para a qual, com efeito, contribuiu e continua contribuindo bastante. Com o melhor amigo, Júlio, seu assistente pessoal e companheiro de todas as horas, Felipe costuma fazer apostas quando surge à sua frente uma mulher desejável que lhes pareça uma conquista difícil. Felipe se orgulha, a cada mês, de ter conquistado “mais uma esposa virtuosa”, ou “mais uma viúva inconsolável”. Seu sogro tem quase certeza destas infidelidades e, com frequência, ameaça Felipe das maiores punições caso o grande cirurgião venha algum dia a fazer sua filha sofrer. Além da forte devoção à carreira – traço dominante de sua personalidade – Felipe é muito apegado a todo o glamour do mundo dos ricos. Tem já uma bela coleção de quadros e objetos de arte, um universo que o fascina. Quando começa a nossa história, além da clínica, em que o sogro Herculano é seu sócio, Felipe tem um belíssimo apartamento no Rio, que ainda esta pagando. Frequentemente, Herculano, o sogro, o critica por ir com muita sede pote, ter tendência a dar o salto maior do que as pernas, endividar-se para usufruir de todos os luxos de que tenha conhecimento. Baseado apenas em força de trabalho, um grande talento e sucesso profissional, Felipe leva uma vida luxuosa acima das suas reais possibilidades materiais, porque no início de nossa história sua verdadeira segurança material ainda vem do sogro. Apesar disso, Felipe sente-se o dono do mundo, o todo-poderoso, o vencedor capaz de conseguir qualquer coisa que deseje.

Júlio (Daniel Dantas)
36 anos. Administrador da clínica de cirurgia plástica e uma espécie de assessor para todos os assuntos de seu melhor amigo, Felipe, que lhe inspira ao mesmo tempo grande admiração e um certo medo. O servilismo de Júlio é disfarçado por uma grande simpatia, o rapaz é uma figura agradável de quem a maior parte das pessoas tem tendência a gostar. Casado com Karen, o casal tem um filho de oito anos, Marcelo. Júlio e Karen vivem no mundo dos ricos sem ter cacife. O equilíbrio financeiro da casa vem do fato de Júlio criar o sobrinho, Paulo, filho de sua falecida irmã, cujo jovem viúvo, Rodolfo, é muito rico.

Karen (Maria Padilha)
32 anos. Esposa de Júlio, muito ambiciosa, está sempre reclamando que o marido não tem o nível de vida que merece. Cria o sobrinho Paulo, cuja gorda pensão é a principal fonte de renda da casa. Bajuladora, subserviente com os ricos. Falsa amiga de Stella, a esposa do protagonista. Dona de uma galeria de arte, frequente ponto de encontro de nossos personagens classe A.

Marcelo (Leandro Figueiredo)
11 anos. Filho de Júlio e Karen, primo de Paulinho.

Zoraide (Jaqueline Laurence)
58 anos. Sócia de Karen na galeria de arte. Simpática, inteligente, elegante, espirituosa, um pouco cínica. Ao contrário Karen, Zoraide deverá conquistar a simpatia do espectador. Melhor amiga de Olga, sua confidente. Com frequência, Zoraide toma pileques memoráveis, que não pretendemos criticar, porque nossa personagem não é uma alcoólatra. Nascida na França, de onde nos chegou no início da adolescência, alguns de nossos personagens pronunciam seu nome em francês. Na segunda parte da história, Zoraide vai ser sócia de Márcia, a protagonista, num antiquário.


Herculano Maciel (Stenio Garcia)
52 anos. Sogro de Felipe, milionário, um self-made-man, muito seco, um pouco tosco, mas não sem chame. Nasceu pobre numa fazenda nos arredores de Ribeirão Preto e chegou, às custas de muito trabalho, a ser dono de uma holding cuja principal empresa é uma indústria alimentícia. Viaja muito, a negócios. Ao contrário de Felipe, não esbanja dinheiro, prefere se hospedar em hotéis a acumular residências pelo mundo, como certamente faria nosso protagonista se tivesse o patrimônio deste sogro. Viúvo, tinha com a mulher precocemente falecida uma vida afetiva bastante realizada. O casal teve duas filhas: Stella, casada com Felipe, e Yara, agora com dezenove anos, a grande paixão do pai. Herculano não tem muita certeza de que Stella tenha um casamento feliz e sua maior obsessão é casar bem a filha mais nova, que mora com ele em Ribeirão Preto, base de sua indústria alimentícia, comprada do pai de Felipe. Por causa de uma queda de cavalo na infância, Herculano tem um leve defeito na perna e caminha com a ajuda de uma bengala. Apesar da secura quase incomodativa e um autoritarismo gritante, Herculano está longe de ser uma pessoa má. Em certos momentos, é capaz de gestos de grande generosidade.

Stella (Glória Pires)
28 anos. Esposa de Felipe, bonita, educada, muito fina, filha de Herculano. Sua mãe morreu quando era ainda muito jovem e sua irmã, que ela ajudou a criar, uma criança. Estudou na Suíça e aproveitou bastante sua educação requintada, o que a transformou na mulher ideal para a ascensão profissional de Felipe, a companheira perfeita para o grande cirurgião cada vez mais próximo ao universo do internacional set, ao qual Stella tem acesso via algumas amigas europeias, ex-colegas de colégio interno. Uma moça adorável, de quem todos gostam. Inteligente, divertida, muito culta, elegante, tem sido a companheira ideal para a ascensão profissional do grande cirurgião. Estudou Jornalismo, mas não seguiu carreira porque a atividade profissional não era compatível com o trabalho full time de mulher de celebridade. Quem a vê circulando com tanta segurança nos melhores ambientes do primeiro mundo dificilmente a imaginaria filha de Herculano, o milionário simplório, que ao glamour do mundo dos muito ricos, prefere a cidade do interior de São Paulo onde nasceu. Desde o instante em conheceu o marido, Stella apaixonou-se perdidamente por Felipe, com quem veio a se casar seis meses depois. Adora o cirurgião. Inicialmente, não desconfia nem de leve de suas infidelidades. Não por ser ingênua, em absoluto, mas porque Felipe é inteligente, calculista, sabe ter seus casos extraconjugais mantendo sempre as aparências e colocando sua harmonia com a esposa acima das aventuras. O fato de não se envolver emocionalmente com nenhuma de suas conquistas ajuda bastante Felipe a fazer da esposa uma mulher feliz. A única frustração de Stella é se u marido não querer ter filhos, porque ela adoraria ser mãe. Forte, com a vocação da felicidade e do equilíbrio, Stella carrega este estigma sem grandes traumas, o fato de não ter filhos é apenas um leve toque de tristeza no mundo harmonioso em vive. Seu traço dominante é a grande paixão pelo marido, que ela vai apoiar sempre, por mais terríveis que possam ser os conflitos desencadeados pela história da novela. A partir da crise conjugal, Stella terá uma relação de amizade com Rodolfo, um rapaz simpático que descreveremos adiante.

Maria (Alana de Mourão)
Filha que Stella tivera com Felipe, no terço final da trama.

Yara (Daniela Perez)
19 anos. A irmã de Stella, filha de Herculano. Inicialmente, mora com o pai no interior de S. Paulo. Muito bonita, meiga, sensual. Ótimas relações com irmã Stella. Tem uma leve atração pelo cunhado Felipe mas bloqueie totalmente estes impulsos. Nosso cirurgião tem pela jovem cunhado um desejo intenso mas Yara é o fruto proibido. Por mais amoral que seja Felipe, sua dependência financeira do sogro e seu relativo respeito pela esposa o impedem de pensar em conquistar a jovem Yara. Herculano não gosta muito do mundo - a seu ver dominado por futilidade - em que vive a filha cais velha, Stella, em parte por causa das inclinações de Felipe, seu marido. Acha que essa história de ter mandado a filha estudar na Suíça não contribuiu muito para a felicidade de Stella. Por isso, fez questão de manter a filha mais jovem, Yara, perto dele. Quer para Yara um Casamento com um homem em quem ele tenha mais confiança, um homem mais parecido com ele. Inicialmente, Yara e mimada, um pouco inconsequente. Terá um envolvimento amoroso com Beija-Flor, logo dissolvido. Mais tarde, ficará entre Rodolfo, apaixonado por sua irmã Stella, e Umberto, personagem do núcleo dos pobres, irmão de Beija-Flor. É pelo casal Yara e Umberto que o público deverá torcer.

Isabel (Susana Ribeiro)
Amiga de Yara, inicialmente, e depois de Márcia, com quem chega a morar, na segunda fase da narrativa. Com ela, monta uma loja de roupas infantis. Envolve-se com Beija-Flor, enquanto este está em crise com Taís.

Altair (Paulo Goulart)
62 anos. Pai de Felipe, casado com Constância, por quem sempre foi totalmente dominado. Nasceu rico mas, por não ter a vocação do mundo dos negócios, obrigado, trinta anos atrás, a vender para seu ex-empregado Herculano a indústria que proporcionou a ascensão do sogro de nosso protagonista. Nos primeiros capitules, tem um cargo público e reside em São Paulo com a esposa Constância. A perda deste cargo faz com que os dois tenham que vir morar no Rio, onde Altair (industriado por Constância) tem a esperança de conseguir outro cargo público. Na verdade, Altair nunca produziu de verdade. Dedicou—se enquanto pôde aos prazeres reservados aos ricos. Apaixonado por golf, notável gourmet e cozinheiro, discretamente mulherengo. Quando se sentir interiormente mais forte, no meio da história, Altair vai abrir um restaurante. Primeiro, ao lado da esposa Constância, patrocinado pelo filho. Não vai dar certo. Depois, Altair deixara de lado suas tendências megalômanas para vencer por si mesmo, enfrentando um bom fogão. Antes disso, terá de abandonar a esposa para assumir sua paixão por Irene, bela e simpática negra bem mais jovem do que ele.

Constância Eugênia (Nathália Timberg)
61 anos. Esposa de Altair, mãe de Felipe. Elegante, atraente, nasceu muito rica mas sua família, da chamada aristocracia rural de São Paulo (os paulistas que orgulhosamente se intitulam “quatrocentões”) só fez perder dinheiro a partir do final da década de vinte, com a crise do café Assim, de dinheiro mesmo Constância só sentiu o cheiro longínquo na primeira infância. Da família, herdou a pose, a certeza de fazer parte de uma elite com direito a tudo, a classe dominante a quem o comum dos mortais deve servir. Mulher extremamente dominadora, arrogante. Arraigada a convenções, foi ela, de certa forma, quem incentivou no filho Felipe o culto do dinheiro. Subserviente com quem lhe interessa, Constância acostumou—se, nos últimos anos, a ajudar Felipe a esconder da esposa suas infidelidade, consciente de que, na hipótese do casal vir a se separar, seu filho terá dificuldades em continuar a manter o nível de vida que ela própria vem levando. Aduladora, tem ótimas relações com a nora, Stella. Logo no início da narrativa, Constância, por problemas financeiros, vai ser obrigada a se mudar, juntamente com o marido, para o mesmo prédio carioca em cuja cobertura mora uma de nossas personagens principais, Olga, mulher simpática, muito bem relacionada na alta sociedade do Rio de Janeiro, por quem Constância sempre teve uma forte antipatia. Dona de grande chame e alegria de viver, Olga recebe muito, seu apartamento está sempre cheio de políticos e empresários, em parte atraídos pela beleza e juventude de mocinhas que Olga ajuda a subir na vida. As senhoras mais conservadoras veem nela una arrivista, e Constância fará todo o possível para expulsar Olga do prédio onde moram, em nome da moral e dos bons costumes. Constância é, sem dúvida, quem usa as calças dentro de casa. Vive preocupada em aumentar seu pequeno patrimônio, três ou quatro apartamentos alugados, algumas ações. Não sente o quanto é mesquinha e ridícula ao jogar, com pouquíssimo dinheiro, na bolsa de valores. Lê todas as manhãs a Gazeta Mercantil e o Jornal do Comércio. Esta sempre em litígios, querendo expulsar um inquilino no intuito de aumentar sua pequena renda. Apesar de posuda, Constância não é absolutamente desprovida de humor.

Rodolfo Steiner (Kadu Moliterno)
24 anos. Bonito, sedutor, nosso cirurgião salva sua vida no primeiro capítulo da telenovela, após um acidente. Rodolfo era louco pela esposa que morreu precocemente, durante o parto de seu único filho, Paulo, agora com oito anos de idade. Rodolfo jurou nunca mais se envolver com mulher alguma. Seu filho Paulo, é criado pelo tio Júlio, irmão de sua falecida mãe. Na verdade, Júlio e a esposa Karen convenceram Rodolfo de que ele não tinha condições de criar o menino, para tirar partido da situação, já que Rodolfo tem uma renda considerável e passa a contribuir cara o sustento da família do cunhado com uma polpuda pensão. Rodolfo estudou Jornalismo. Na época da morte da esposa, fazia grande sucesso como correspondente estrangeiro de uma estação de tevê. A partir da grave crise existencial desencadeada pela morte da esposa, Rodolfo trocou o idealismo por uma profissão rendosa, embora menos estimulante, intelectualmente. Dono de uma firma de compra de filmes estrangeiros que revende para nossas emissoras de tevê. Inicialmente, mora no estrangeiro e não se liga a mulher alguma, tem uma tendência à autodestruição e uma relação difícil com o filho Paulo, criado por Júlio e Karen, já que o menino se sente rejeitado.


A partir de uma forte relação de amizade com Stella, a esposa do cirurgião plástico, Rodolfo vai compreender que fixar residência no Rio e assumir a educação do filho são atitudes que podem dar sentido à sua vida. Ao pedir ao ex-cunhado a guarda do menino, Rodolfo cria sérios conflitos com Júlio e Karen, que perdem sua galinha dos ovos de ouro. Nossa intenção é mostrar uma bonita relação de pai e filho. Além de resolver criar Paulinho, Rodolfo, incentivado por Stella, volta ao idealismo de juventude e funda uma produtora independente de programa de tevê para a qual Stella irá trabalhar na segunda parte da narrativa, após a queda profissional do seu marido. A amizade entre Rodolfo e Stella deverá crescer como uma bola de neve ao longo da narrativa. Stella não tem filhos e vai se afeiçoar muito ao simpático filho de Rodolfo. Rodolfo e Stella vão manter ao longo de muitos capítulos uma bonita relação de amizade homem-mulher. É ele quem vai amparar Stella em suas piores crises, seus conflitos com o marido e com o pai. A partir de um determinado momento, Rodolfo terá de reconhecer para si mesmo que está apaixonado por Stella e que a paixão da moça por um marido que só a faz sofrer é doentia. O publico deverá torcer para que Stella desista de seu amor por Felipe e se ligue definitivamente a Rodolfo. Nesta fase, Constância, manipuladora, vai querer o filho Felipe ao lado de sua esposa Stella, tendo de separar, para que tal aconteça, os casais Rodolfo e Stella, e Yara (que gosta de Rodolfo) e Umberto. Generoso, numa fase adiantada da narrativa, Rodolfo vai financiar para Altair o restaurante que vai lhe permitir assumir seu amor por Irene e abandonar a esposa Constância.

Paulinho (Jonathan Nogueira)
08 anos. Simpático, bonito, o filho de Rodolfo, bela relação de companheirismo com o pai. Inicialmente, mora com o tio, Júlio, e sua esposa Karen.

Olga Portela (Fernanda Montenegro)
58 anos. Sem ser propriamente bonita, Olga é uma mulher de charme magnético, extremamente elegante, capaz de seduzir com sua verve praticamente qualquer ressoa que dela se aproxime. Brilhante, espirituosa, é a alegria da festa em reuniões da chamada sociedade carioca, ainda que não seja bem vista pelos mais conservadores. De um modo geral, os jovens, mesmo bem nascidos, gostam de Olga, os homens também. Entre as senhoras de sociedade, no entanto, só se aproximam de Olga as que têm ideias mais modernas, cabeças mais arejadas. Sua grande antagonista na nossa história é Constância, um símbolo de conservadorismo. Esta implicância tem alguma razão de ser, porque Olga, apesar de simpaticíssima e envolvente, é uma pessoa completamente amoral. Boa gente, sempre disposta a ajudar quem precisa, especialmente os menos favorecidos pela fortuna, Olga vive há muitos anos uma vida de grande luxo, sem ser rica em absoluto. Mora bem, num espaçoso apartamento alugado. Viaja muito, é badalada, mundana. Qualquer relações públicas terá Olga como figura de proa em sua lista de convidados para eventos sociais. Já para um grande casamento, mãe e noiva vão pensar duas vezes antes de incluí-la entre os convidados. Porque aparentemente Olga vive da profissão de marchand, compra, vence e troca quadros, tapetes, obras de arte... Algumas contrabandeadas, porque Olga sempre teve grande influência nos meios políticos, nunca deixou de ser amiga íntima de pelo menos um ministro por governo, o que lhe proporciona a muitos anos embarques e desembarques sem que seja revistada em aeroportos. Está longe de ser uma marginal. Não faz nada que, a seu ver, possa prejudicar alguém. Traz, por exemplo, Cada vez que viaja a Nova Iorque ou à Europa, uma meia dúzia de tapetes para revender. E ajuda mocinhas atraentes e eventualmente rapazes que considere talentosos, interessantes, pessoas que, no seu entender, mereçam subir na vida. Promove encontros. Em seu apartamento, especialmente nos finais de tarde, muitos homens de negócios sabem que podem encontrar companhia feminina interessante. Se Olga sabe, por exemplo, que um determinado empresário, conhecido seu, se interessou por uma moça que viu em alguma boate, Olga dá um jeito de, diante do empresário, dizer que “pode lhe apresentar a fulana, acho que ela vai simpatizar muito com você!” Para tal, é preciso que ela dê um jantar em homenagem a sicrano, para dar o jantar ela deixa escapar que precisa trocar os estofados de seus sofás, que não tem meios, também, para arcar com as despesas da festa, e assim, com uma simples apresentação, Olga reforma a casa e ainda garante uísque para uma boa quinzena de badalação. Dependendo do nível da moça que conta com o seu apoio, Olga pode simplesmente conseguir uma boa companhia de fim de semana para um industrial ou promover casamentos. Quando junta um casal, Olga está sempre certa de que não está prejudicando ninguém, muito pelo contrário: arruma companhia para um homem eventualmente sem charme, e proporciona as boas coisas da vida a mocinhas que não tiveram a sorte de nascerem ricas. Quem com ela simpatiza, quando este assunto vem à baila, a chamaria de “matchmaker”.

Logo no inicio de nossa historia, uma dessas moças ajudadas por Olga será nossa personagem Taís, estrela de forte trama paralela. Em seguida, nossa heroína Márcia vai bater à sua porta também à espera de ajuda. Constância e Altair, os pais do cirurgião nosso protagonista, vêm morar no Rio porque Altair está prestes a conseguir um bom cargo público, no campo do turismo. Há um bom apartamento vago no prédio de Olga, onde moram Júlio e Karen, aluguel relativamente barato num prédio de categoria, porque antigo e um pouco decadente. Júlio diz a Felipe: “o problema é que sua mãe não costa de Olga, que mora no prédio”. Felipe responde: “não compete a mim resolver, a decisão é dela”... Constância gosta do apartamento mas não quer aluga-lo quando sabe que Olga mora ali. Há logo um choque entre as duas, um forte antagonismo que vai durar toda a narrativa, Constância representando os valores mais conservadores e Olga um mundo mais solto, sem preconceitos morais e impregnado de cinismo. Constância interessa-se por um apartamento caríssimo, na Avenida Ruy Barboza. Só o condomínio deste famoso prédio custará a seu filho mais do que o aluguel de um bom apartamento. Herculano, o sogro, impede Felipe de fazer mais essa loucura. Constância é levada a visitar um apartamento menor, em prédio de quatro imóveis por andar. Diante da hipótese de ter que dar às amigas, como endereço, um “apartamento 704”, Constância prefere o prédio de Olga, garantindo que vai expulsar a antagonista do edifício. Com efeito, logo ao se mudar, começa uma campanha para desmoralizar Olga e obrigá-la a deixar o edifício. As duas brigam feio. Como vingança, Olga, que tem boas relações no mundo da política, consegue o cargo de Altair para um protegido seu. E a guerra entre Olga e Constância está lançada, para durar nossos 180 episódios. Na segunda parte da narrativa, Olga vai viver uma difícil história de amor com Lucas, um marceneiro charmoso, símbolo de simplicidade, homem extremamente resolvido, de bem com a vida, totalmente contrário ao mundo de futilidade em que vive a mulher por quem sente uma irresistível atração.

Araci (Betty Erthal)
Empregada de Olga. Devotada à patroa. Gosta das coisas simples da vida, com um bom pagode com cerveja nos finais de semana.

Joel (Bileco)
Porteiro no prédio de Olga e Constância.

Liliane (Alexia Deschamps)
A princípio, secretária de Felipe. Depois, emprega-se na produtora de Rodolfo.

Germano (Rodrigo Mendonça)
Motorista de Felipe.

Jurema (Fernanda Young)
Empregada de Felipe e Stella.

Willian Camargo (Antônio Calloni)
28 anos. Um pouco gordo, extremamente tímido, introspectivo, herdeiro de uma imensa fortuna, entra em cena na segunda parte de nossa narrativa. Seu pai, um milionário amigo de Olga residente ao mesmo tempo no Brasil e Portugal, morre inesperadamente. Sozinho no mundo, William tem que optar entre a vida no Brasil ou Portugal. Seu grande sonho é se casar com uma mulher desinteressada de sua fortuna. Acha a maior parte das brasileiras muito ligadas em dinheiro e com temperamento forte demais. As moças portuguesas lhe parecem menos modernas, mais românticas. William confessa a Olga que só não deixaria o Brasil caso acontecesse o milagre de uma moça atraente se apaixonar por ele sem interesse por sua fortuna. Olga, naturalmente, faz com que este milagre se concretize logo, industriando Taís, nossa importante personagem de história paralela, numa campanha para agarrar o ingênuo e patético William. Assim, no meio da história, Taís se casa com o poderoso herdeiro, fazendo uma ascensão impressionante de empregada doméstica e posteriormente garota de programa de alto nível à perua da melhor sociedade carioca.

Arlindo (Otávio Muller)
28 anos. Jovem médico, muito tímido, bom profissional, ambicioso. Trabalha na clinica de Felipe. Vai ser traído pelo grande cirurgião e passar um tempo no estrangeiro. Quando voltar, vai reencontrar um novo Felipe, derrotado, desprovido da arrogância que o caracterizava. Vai perdoar o homem que o prejudicou e tornar-¬se, na segunda parte de nossa história, um de seus principais companheiros.

Os Pobres

Márcia (Malu Mader)
20 anos. A protagonista. Belíssima, sensual, inicialmente não tem muita consciência de que exerce um grande fascínio sobre os homens. Aparece na novela como moça vital, sorridente, ainda um pouco criançona, um raio de luz que ilumina a telinha com seu sorriso, alegria e entusiasmos juvenis. Seus pais morreram num desastre de carro quando Márcia era muito nova. Foi criada pela tia e madrinha Nanci, uma boa senhora, carinhosa mas docemente dominadora. Ao contrário da maior parte das moças de sua idade, Márcia ainda é virgem. Nunca pensou muito em sexo. Nem mesmo em amor. Quem lhe aponta estas particularidades, no primeiro capitulo, é sua simpática vizinha e amiga Taís, a moça mais livre da rua onde moram, num subúrbio carioca. Nanci nunca viu com bons olhos a amizade entre Márcia e Taís, mas agora nossa boa senhora pouco tem a temer. Márcia está de casamento marcado com Walter, um rapaz exemplar, vizinho delas, técnico em informática que trabalha na clínica de nosso cirurgião plástico. Walter é um rapaz tímido, extremamente convencional, antiquado, namora Márcia há quatro anos e não quer ter relações sexuais com ela antes do casamento. Márcia aceita esta situação sem grandes elaborações psicológicas. Rapaz honesto e trabalhador, Walter parece ter diante de si uma bela carreira, porque conseguiu se tornar muito cedo um excelente profissional no campo da informática. Walter e Márcia se conheceram adolescentes, namoraram por uns três anos, ficaram noivos e estão de casamento marcado quando começa a nossa história. Vão passar a lua de mel num aprazível hotel-fazenda nos arredores do Rio. Márcia gosta do noivo e a única pessoa, em seu reduzido círculo de amizades, que não vê neste casamento um caminho certo para a felicidade é Taís, a jovem amiga com quem a madrinha de Márcia não simpatiza. Taís acha que Walter é indubitavelmente um com rapaz, apaixonado por sua amiga, mas tem certeza de que só isso não é suficiente para que Márcia seja feliz. Considera a protagonista muito infantil, desligada de valores essenciais para se tornar uma mulher realizada. Intui que Márcia não é realmente apaixonada pelo noivo, apenas aceitou a corte que lhe fez Walter por comodismo e total inexperiência. Porque, com efeito, Márcia pouquíssimo conhece da vida. Quando terminou os estudos de segundo grau e sentiu vontade de trabalhar, a madrinha Nanci logo lhe arrumou uma colocação numa creche. No trabalho, Márcia é a alegria das crianças, a quem dá muito carinho, divertindo—se como se fosse uma delas. Às vezes, este amor com crianças faz com que Márcia tenha vontade de estudar Pedagogia, mas Walter, seu noivo, a influencia tara que ela não se torne uma profissional. Se gosta de crianças, tem que ser antes de mais nada mãe de família, pelo menos enquanto tiverem filhos pequenos, para poder se dedicar integralmente à sua educação. Walter, o bom rapaz da rua, interessou-se por Márcia assim coe ela estava em idade de namorar, foi ele por vários anos sua companhia mais constante.

Quando a amiga Taís pergunta a Márcia, às vésperas do casamento, em nosso primeiro capitulo, se ela ama o noivo, Márcia, sempre muito honesta e pura, só sabe responder que gosta dele, sente—se protegida do seu lado, não imagina o que mais possa desejar uma mulher. Taís, apesar de jovem bastante vivida, sabe que uma mulher, com efeito, pode e deve desejar muito mais, e que Márcia vai fazer um casamento cômodo porque não conhece a vida, está-se deixando influenciar totalmente cor um noivo muito convencional. Uma atração irresistível de Felipe, o protagonista, por Márcia e o total desrespeito do grande cirurgião pelo “comum dos mortais” vão desencadear acontecimentos que provam que Taís estava mais do que certa. Em vez da pacata lua de mel de classe média que esperava Márcia, ela vai viver um drama com epílogo trágico e vai ser humilhada por Felipe de forma contundente. Desta humilhação, vai nascer uma nova Márcia, vingativa, amarga, decidida a concentrar todas as suas forças em destruir o grande cirurgião. Esta personagem rancorosa é quem desencadeia a história da novela.


Nanci (Ana Rosa)
45 anos. A típica carioca de subúrbio, viúva simpática que se dedicou totalmente a criar sua sobrinha Márcia e seus filhos Umberto e Beija-Flor (Guilherme). Viúva há poucos anos, trabalha como funcionária do Museu da Quinta da Boa Vista. Nanci é ingênua, pura, orgulhosa dos deliciosos pratos que faz para os almoços de domingo, muito distanciada do mundo sofisticado em que vive a maior marte de personagens de nossa narrativa. Vai se envolver bastante nos dramas da afilhada Márcia, a protagonista, e de seu filho Beija-Flor, um jovem candidato a marginal, herói de trama paralela em romance com Taís.

Judite (Yaçanã Martins)
37 anos. Colega de Nanci no Museu da Quinta da Boa Vista a vizinha no bairro, frequenta a casa de Nanci.

Umberto (Marcelo Serrado)
Filho de Nanci, primo da protagonista Márcia e irmão de Beija-Flor. Um bom rapaz. Apaixonado por música, e um bom pianista, dá aulas de piano em casa. Tem grandes dificuldades profissionais. Através dele, vamos tentar analisar a difícil do músico no Brasil. Durante uma certa fase, por não conseguir se sustentar como músico, vai ser garçom a exemplo de seu tio Darci. Umberto terá ligação romântica com a jovem Yara, do mundo dos ricos.

Darci (Antônio Grassi)
40 anos. Irmão de Nanci. Garçom profissional sem grandes ambições, bastante satisfeito com seu trabalho status. Ajudou a irmã a criar os sobrinhos. Vai ter uma ligação profissional com a personagem Olga, na casa de quem vai servir, em festas. Mais tarde, viverá um romance difícil com Ester, uma mulher mais velha do que ele. A dificuldade da relação não será a diferença de idades e sim a hierarquia social. Ester tem situação financeira superior à dele, Darci é um machão que não vai se conformar com a hipótese de sua namorada lhe pagar contas. Triângulo com a jovem Gilda, do núcleo dos moeres.

Beija-Flor (Guilherme) (Ângelo Antônio)
26 anos. Jovem bonitão, filho de Nanci, irmão de Umberto, primo da protagonista Márcia. Ambicioso, sonha com uma vida melhor. Um pouco preguiçoso, não tem a forca de vontade de seu irmão Umberto para vencer na vida. Através deste importantíssimo personagem de trama paralela, queremos colocar no ar a pergunta “como não ser marginal num Dais onde o salário mínimo e de cinquenta dólares por mês?” Beija-Flor e, na verdade, um fraco. Para se locomover do subúrbio onde mora ao centro do Rio, pratica o perigosíssimo jogo conhecido como surf ferroviário, quer dizer, viaja de pé sobre o trem em movimento, arriscando a vida. É frequentemente tentado pelo mundo da marginalidade, especialmente porque um colega de adolescência, Ladislau, nosso personagem bissexto, vai fazer uma carreira vertiginosa no mundo do crime. Desde o início, Ladislau estará sempre tentando levar Beija-Flor para o caminho do mal, inicialmente apenas para ajudar em pequenos furtos. Mas o crime não é a vocação de Beija-Flor.

Taís (Letícia Sabatella)
26 anos. Bonita, extremamente sensual, a melhor amiga de Márcia ao longo de toda a novela. As duas foram colegas desde meninas. No início do ginásio, Taís largou a escola para trabalhar, mas não consegue se fixar em emprego, revoltada contra as poucas chances da mulher pobre numa sociedade capitalista. No início da história, trabalha como bilheteira de um cinema da Praça Peña. Muito ambiciosa, sonhou desde pequena com o mundo dos ricos. Filha de Vicente, um motorista de praça vizinho de Márcia e Nanci em nossa rua de subúrbio, e Almerinda. Vicente foi pai um pouco tarde, psicologicamente é quase aquele avô carinhoso que sempre fez vista grossa para os defeitos da filha e suas eventuais falhas de caráter. Mimou-a bem mais do que necessário, não conseguiu ter qualquer tipo de autoridade sobre a filha nem lhe passar seus princípios morais. A mãe, Almerinda, é passiva. O resultado é que, quando começa a narrativa, Taís, a moça livre tão criticada pelas senhoras da rua, está mesmo começando uma carreira de garota de programa, a partir de encontros num inferninho de Copacabana, quando tem alguma necessidade financeira mais urgente. Taís vai ter uma grande paixão por Beija-Flor, o jovem candidato a marginal. A história de amor desses dois será nossa principal trama paralela. Juntos vão tentar rejeitar suas inclinações negativas para vencerem meio caminho do bem. Nenhum dos dois tem realmente má índole. Mas não vai ser fácil. Pelo amor de Beija-Flor, Taís vai se empregar como doméstica na casa de Olga. Ajudada por nossa alcoviteira, vai se transformar em neo-cortesã de alto gabarito e, no meio da novela, fazer um casamento de conveniência com o riquíssimo William e virar grã-fina - sempre assediada por Beija-Flor, o grande amor de sua vida.

Vicente (Cláudio Corrêa e Castro)
53 anos. Pai de Taís e Gilda, morador da rua de subúrbio onde residem nossos personagens piores. Motorista de praça cheio de problemas financeiros, dirige carro de frota, ganhando bem pouco. Um lutador, boa gente, meigo. Tem tendência a fantasiar um mouco a realidade, dizendo sempre que está tudo bem ou vai melhorar amanhã. Muito orgulhoso de suas filhas Gilda e Taís.

Almerinda (Beatriz Lyra)
48 anos. Mãe de Taís e Gilda, esposa de Vicente. Dona de casa de universo muito limitado, adora o marido e as filhas. Tem uma linda relação marido-mulher com Vicente, que ela sempre apoia em tudo, admira, ama.

Gilda (Betty Gofman)
24 anos. Irmã de Taís, filha de Vicente, boa moça, simpática, sem as pretensões a ascensão social da irmã. Secretária de Júlio na clínica de cirurgia plástica. Mais tarde, vai se apaixonar por Darci, fazendo triângulo amoroso com Ester, a mulher madura.

Terezinha (Tássia Camargo)
Sobrinha de Vicente, vem de Minas Gerais para enlouquecer os homens de Madureira. Com jeito expansivo, despojado e extremamente provocante, acaba por seduzir Júlio, por quem se interessa durante o casamento de Taís e Willian. Com o administrador, inicia um relacionamento clandestino muito divertido.

Walter (Tadeu Aguiar)
26 anos. Noivo de Márcia, a protagonista. Rapaz extremamente antiquado, convenceu a noiva a permanecer virgem até a noite de núpcias. Na verdade, é muito inseguro, ciumentíssimo, e só se casando com uma virgem acha que pode ter a garantia de que jamais será traído. Sério e estudioso, formou-se recentemente em informática. Funcionário querido da clínica de cirurgia plástica de Felipe, o protagonista, cuida de toda a manutenção dos computadores, bola novos programas, etc. Walter e Márcia estão de casamento marcado O primeiro capítulo. Casa montada com todo o conforto, no mesmo subúrbio do núcleo dos pobres. Talvez a obsessão de Walter em se casar com uma virgem venha do fato de - vamos descobrir mais tarde - ter sido ele, na adolescência, o primeiro homem da vida de Taís, que ele sabe estar enveredando por caminhos nada virtuosos. Walter é ingênuo, puro, e tem verdadeiro fascínio por seu chefe Felipe, o protagonista que despreza o comum dos mortais. Participação especial cara os primeiros capítulos.

Tabajara (Jece Valadão)
Pai de Walter e Xará, funcionário da Câmara dos Vereadores, situação financeira estável. Tem um grande orgulho do filho Walter e é em sua casa que vai se realizar, no segundo capítulo a festa de casamento de Walter e Márcia. Tabajara tem um caso com a vizinha Irene, bela negra que ele não assume, em parte cor causa do convencionalismo de seu filho Walter. Participação especial para os primeiros capítulos.

Xará (Alfredo) (Jorge Pontual)
24 anos. O outro filho de Tabajara. Nunca foi estudioso como o irmão Walter. Não para em emprego e, como Beija-Flor, vive tentado pelo mundo da marginalidade. Influenciado pelo vizinho boa praça, Darci, está tentando a profissão de garçom. Ao contrário do irmão Walter, acha perfeitamente natural que o pai se case com Irene, porque não tem preconceito de cor. Gosta de Taís, a jovem vizinha barra pesada do bairro.

Irene (Maria Helena Pader)
45 anos. Namorada de Tabajara, com quem sonha em se casar. Mora na mesma rua do núcleo dos pobres e trabalha como contadora autônoma. Entre as firmas de cuja contabilidade Irene se encarrega, está um inferninho de Copacabana onde Taís começa uma discreta carreira de garota de programas. Logo no início, após a morte de Walter, vai ter a grande realização de sua vida, casando-se com Tabajara. Mas o marido também vai morrer. Viúva, Irene vai morar com o enteado Xará, com quem se dá muito bem. Muito mais tarde, vai ter uma ligação afetiva com Altair, o marido de Constância, com quem vai acabar se casando.

Ladislau (Russo) (Tuca Andrada)
28 anos. Jovem vizinho do núcleo dos pobres, surge na novela como ladrão de carros, tentando atrair Beija-Flor e Xará para o seu grupo. Vai se transformar num marginal notório, cuja ascensão a novela vai acompanhar muito de longe. Não é um personagem constante em nossa história. Participação especial.

Celeste (Cristina Galvão)
30 anos. Irmã de Ladislau, participação especial.

Demais Personagens

Ester (Odete Lara)
48 anos. Bonita mulher, viúva, dona de uma chácara de plantas em Vargem Grande, perto de Jacarepaguá, mora com o irmão Lucas, com quem tem uma bonita ligação afetiva. Precisa fazer uma levíssima cirurgia plástica na clínica de nosso protagonista, que está tendo, no momento, terríveis problemas pessoais. Por negligência, Felipe é descuidado em seus exames pré-operatórios, o que quase leva Ester à morte, na segunda semana de nossa narrativa. Mais tarde, a protagonista Márcia vai fazer com que Ester denuncie este erro médico, um dos primeiros passos para a derrocada profissional do grande cirurgião. Na segunda parte da narrativa, Ester vai viver um difícil romance com Darci, o tio de Márcia, em triângulo com Gilda.


Lucas (Hugo Carvana)
55 anos. Marceneiro, irmão de Ester com tem se dá muito bem. Um homem extremamente charmoso, bom profissional, ganha muito bem a sua vida, trabalhando apenas para clientes com quem simpatiza. Nos anos 63, Ester e Luzas, de família burguesa, tiveram uma grande atração pelos valores difundidos pelo movimento hippie, rejeitaram a sociedade de consumo, chegaram a viver em comunidade, o que só será revelado na narrativa depois de um certo tempo. Cesta opção resultou a atual situação dos dois irmãos: pessoas totalmente desligadas do mar de futilidade em que vive a maior marte de nossos personagens. Aparentemente tosco, Lucas está, no entanto, muito longe de ser um simplório, podermos até chamá-lo de sofisticado, à sua moda. Um homem que optou por um individualismo saudável e pela simplicidade de vida, a aproximação à natureza. Não faz media com as pessoas com quem não simpatiza, diz sempre a verdade, só faz, na medida do possível, aquilo de que tem vontade. Gosta muito de música, especialmente clássica. Rejeita totalmente hipocrisia e frescura. Vai, no entanto, se apaixonar por Olga, que tem valores tão diferentes dos seus, e os dois vão viver uma difícil relação de amor.

Otávio (Paulo Gorgulho)
Diretor geral de um hospital de Barra Mansa, o cirurgião Otávio é sobrinho de Ester e Lucas. Deixa sua cidade para ir ao Rio buscar auxílio de um deputado, para conveniar a instituição em que trabalha. No entanto, ao passar pelo Alto da Boa Vista, debaixo de um forte temporal, acaba encontrando Herculano acidentado, após bater uma árvore. Realiza uma cirurgia de emergência no empresário, salvando-lhe a vida, e ganhando a gratidão de Stella e o desprezo de Márcia, com quem antipatiza de imediato. Ao longo da narrativa, no entanto, Otávio seduz Márcia, enquanto confunde a cabeça de Stella. Ao final, envolve-se com Yara, com quem se casa.

Participações

Beatriz (Mara Carvalho)
Amante que Felipe dispensa logo no início. Buscando uma vida de luxo, envolve-se com Herculano, que logo se enjoa da moça.

Camargo (Nelson Dantas)
Pai de Willian. Português milionário que morre durante estadia no Brasil, fazendo com que o filho venha pra cá e conheça Taís.

Derval (Chico Diaz)
Bandido da turma de Ladislau, que revela que Felipe aceitou operar o marginal mediante suborno.

Flávia Araripe (Cláudia Magno)
Amiga de ginástica de Stella, que se envolve com Felipe. Chega a morar em um apartamento montado por ele, que Stella descobre após a primeira armação de Márcia para desmoralizar o cirurgião.

Rubens (Dennis Carvalho)
Advogado que defende Felipe no processo para revogação da suspensa de sua licença médica. Por fim, se envolve com Márcia.

Sálvio (Ary Coslov)
Milionário com que Taís se relaciona, no início da novela. É dele que ela recebe o dinheiro para abrir a loja de pasteis. E também é através dele que Beija-Flor descobre que a namorada se prostitui.

Tavares (Paulo Figueiredo)
Advogado que defende Felipe durante o processo de divórcio do médico e de Stella.

Valdomiro (Jandir Ferrari)
Marginal que assalta o prédio de Olga e Constância; também do bando de Ladislau.

Valéria Renaud (Kate Lyra)
Atriz francesa que, por intermédio de Vanda, decide se submeter a um procedimento cirúrgico com Felipe, auxiliando o médico a recuperar seu prestígio.

Vanda (Lucinha Lins)
Colunista social especializada em salvar carreiras. Auxilia Felipe no momento em que ele se vê envolvido na cirurgia clandestina para mudar o rosto de Ladislau.

Adolfo (Ivan Cândido)
Hernandes (John Herbert)
Leila (Constância Lavíola)
Lopes Rezende (Milton Moraes)
Mariana (Betina Vianny)
Moraes (Tony Ferreira)
Odete (Patrícia Novaes)

E ainda
Alceu (Nildo Parente)
Fernando (Jairo Mattos)
Gustavo / Pinta (João Signorelli)
Ismael (Jairo Lourenço)
Jacira (Cristina Ribeiro)
Lauro (Paulo Rezende)
Maria Elisa (Ana Rosa Aboim)
Suzana (Cristina Montenegro)

Valdir (Aloísio de Abreu)

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