segunda-feira, 2 de março de 2015

Agora no Viva!


Queridos vivamaníacos, estreamos no site do VIVA! Continuem conferindo nosso blog, agora em novo endereço. Clique aqui!

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Casa nova...

Vivamaníacos que estão sempre ligadinhos no Vivo no Viva! É com grande prazer que comunico que nosso blog está de mudança... E tenho certeza que vocês vão adorar nossa nova casa!

A partir desta semana, o conteúdo do Vivo no Viva será publicado no site do Canal Viva! Sim, caros leitores, agora o blog vai marcar presença no site do nosso canal favorito.

Assim que entrarmos no ar lá, divulgarei nosso novo endereço aqui para vocês. Agradeço imensamente a companhia de todos no período em que estivemos no Blogger. Nosso conteúdo passado continuará aqui, a disposição do público.


Conto com a divulgação, a torcida e a visita de todos no nosso novo lar! Nos vemos em breve, no site do Canal Viva!
Encerrando nosso especial com as novelas escolhidas por nossos leitores, na primeira enquete promovida pelo blog, relembramos Cambalacho, excelente trama para o horário mais comentado do Canal Viva, o da meia-noite. Sucesso arrebatador, a novela de Silvio de Abreu merece figurar na faixa mais nobre do nosso canal preferido. O texto vem com um pedido de desculpas: embora prometido para sexta, só pude publicá-lo hoje, domingo, em virtude de compromissos de trabalho.


Armando eu vou...
Trama de Cambalacho é perfeita para meia-noite.

Você, com certeza, tem uma novela que adora, assim, de graça. Sem nunca nem ter visto sequer um único capítulo daquela trama, que só conhece de ler resumos na internet ou pequenas críticas em revistas de TV. Ou mesmo de só ter ouvido sua trilha sonora. É essa a minha relação com Cambalacho. Quando pequeno, ouvi, até mais do que ouvia os discos da Xuxa, a trilha internacional da novela, com a qual meu pai presenteou minha mãe na época em que os dois ainda namoravam. De 1991, época em que a novela fora reprisada, guardo poucas lembranças. Cenas avulsas, que se confundiam em minha memória e só foram encaixadas em um determinado contexto quando tive a oportunidade de acompanhar Cambalacho em DVD, numa gravação caseira referente a tal reprise no Vale a Pena Ver de Novo.


Mas como seria bom acompanhar a novela de Silvio de Abreu, brilhantemente dirigida por Jorge Fernando, na íntegra, com todas as cenas dos próximos capítulos e a vinheta de numeração que vinha depois do primeiro intervalo, exibido imediatamente após a cena que fechava o capítulo anterior e a abertura da trama. Cambalacho figura, ao lado de Tititi, no posto de maior audiência das 19h nos anos 80. Algo acima dos 60 pontos, que permitiram, inclusive, que a novela se mantivesse a frente de Selva de Pedra, cartaz das 20h da época, tradicionalmente o produto de maior audiência da TV Globo. A fórmula do sucesso? Uma trama muito bem urdida, uma direção eficaz e um elenco pra ninguém botar defeito.

A começar pelos protagonistas, Fernanda Montenegro e Gianfrancesco Guarnieri, ou Naná e Jejê, dois cambalacheiros de marca maior que, com pequenos golpes conseguem sustentar a prole recolhida por Naná das ruas de São Paulo e manter sua filha biológica em um colégio interno na Europa. Do outro lado da terra da garoa está o milionário Antero Souza e Silva (Mário Lago). Cansado da solidão, decide se casar com uma mulher misteriosa, oculta até mesmo de seu fiel mordomo, Olívio (Fábio Sabag). Antero também deseja aplacar a tristeza reencontra a filha que tivera com um grande amor do passado e que, na ocasião, se recusara a assumir. O endinheirado até tivera outro filho, Thiago (Edson Celulari), rechaçado pelo genitor por ter escolhido seguir carreira no balé, atividade pouco comum para um homem. Como contraponto ao jovem, Ana Machadão (Débora Bloch), filha de Jejê, deixa a feminilidade de lado para se dedicar à função de mecânica, na oficina que coordena ao lado do ingênuo Porthos (Maurício Mattar).



Apaixonado pela patroa, Porthos sofre ao ver que Ana, atrás de sua cara suja de graxa e do uniforme surrado, esconde o amor por seu irmão mais velho, Athos (Flávio Galvão), piloto de motocross. Os dois, mais o irmão do meio, Aramis (Paulo César Grande), foram criados com todo o esmero pelo devotado tio Biju (Emiliano Queiróz), que cozinha, lava, passa e costura. Biju é vizinho de Naná e da tresloucada Lili Bolero (Consuelo Leandro), cunhada de Jejê cuja carreira de cantora fora aparentemente destruída por uma interferência de Ângela Maria. Lili é mãe de Albertina Pimenta, a Tina (Regina Casé), versão tupiniquim da diva Tina Turner, completamente apaixonada por Aramis. Tina posa de rica para os colegas de trabalho da academia Physical, como a gerente Cibele (Duse Nacaratti), que constantemente desdenha dos ideais de grandeza da moça.

A administração da Physical é a principal atividade de Amanda (Susana Vieira), advogada de formação, casada com o também advogado Rogério (Cláudio Marzo). Assessor jurídico de Antero, Rogério é o primeiro a se opor ao casamento às escuras que o velho pretende realizar. A oposição se intensifica quando, em pleno altar, a identidade da noiva é descoberta: Andréia (Natália do Vale), ninguém mais, ninguém menos do que a irmã de Amanda, que, ao dividir o mesmo que esta e o cunhado, aproveitou para se jogar nos braços de Rogério, mesmo sendo constantemente rechaçada.



Rogério tenta persuadir Antero, mas o milionário está decidido a se casar com Andréia e assim o faz. A caminho da lua de mel, no entanto, começam os problemas conjugais do casal. Em pleno voo, Antero confessa a agora esposa que busca pela filha desaparecida. Embora aparente contentamento, Andréia se desespera ao saber que pode não herdar toda a fortuna de Antero. Aciona o irmão, Wanderley (Roberto Bonfim), para que este descubra, antes do velho, a identidade da criança enjeitada. Wanderley é casado com Ceci (Rosamaria Murtinho), exemplo de retidão de caráter e contraponto a irmã carreirista, que sempre leva o irmão para seus golpes. Longe de ter a sagacidade de Andréia e sempre confrontado com a honestidade de Ceci, Wanderley tem problemas com sua investigação acerca da filha de Antero. Sem saber a quem recorrer, procura Madame Narda, mais um dos disfarces de Naná, em seus muitos cambalachos.

A pobre ficou desesperada ao receber uma carta da filha que reside na Europa. Na última correspondência, Naná havia dito que estava morando em uma bela casa, com emprego de carteira assinada e casada com Jejê. Tudo mentira! Jejê foge de compromisso como o ‘coisa ruim foge da cruz’, os cambalachos são recorrentes e Naná ainda não deixou a Rua da Ponte, onde recebe a visita de uma assistente social, Matilde (Maria Helena Pader), após a denúncia de Lili Bolero a respeito das crianças abandonadas que a trambiqueira está abrigando. Matilde não leva os pequenos, diante do apelo emocionado de Naná, mas avisa que irá levantar a ficha da criminosa e agendar uma audiência no Juizado de Menores, para que possam certificar a adoção dos menores.

Precisando de dinheiro para melhorar o visual das crianças e a casa onde mora, antes de se encontrar com o juiz, Naná adota o pseudônimo de Madame Narda e passa a atender interessados em recuperar o amor perdido em três dias ou encontrar uma pessoa desaparecida, caso de Wanderley. Ludibriado pela cambalacheira, o irmão de Andréia entrega todo o ouro ao bandido, contando os detalhes da rejeição de Antero à criança e até a existência de um sinal de nascença na mãe da moça que, provavelmente, deve ter se perpetuado no bebê. Até mesmo um desenho da tal marca é entregue a Naná, que só não vai mais fundo no golpe, porque Jejê, interessado na história, se recosta numa das paredes falsas da sala de Madame Narda, derrubando todo o cenário. A tal madame que vê o passado e prevê o futuro é desmascarada, mas Naná já tem munição suficiente para orquestrar um novo golpe. E para auxiliá-la, surge um oportuno anúncio publicado por Antero, na volta da lua de mel de um casamento que ainda não se consumou. Ao colocar nos jornais que está em busca de sua filha desaparecida, o velho é surpreendido por toda a sorte de senhoras, interessadas em sua fortuna. Apenas uma, no entanto, possui a marca que Antero também deseja ver: Naná, que tatuou o sinal no lado direito das costas, tal e qual Wanderley havia lhe contado, iludido por Madame Narda.

A emoção é tanta que Antero desmaia em sua cadeira. Com medo de terem matado o milionário, Naná e Jejê tentam fugir, mas Olívio, a mando do patrão, os impede. Antero jura estar diante de sua filha e promete que irá recompensá-la por todos esses anos de abandono. Provando que é capaz de usar a má fé mais do que a colega de cambalachos, Jejê inventa uma triste história para justificar a miséria em que Naná vive. Consegue assim uma bolada de Antero, capaz de solucionar todos os problemas imediatos de Naná e seus filhos. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Andréia, enfim, se deita com o marido, temendo que a rejeição a qual vem submetendo Antero a coloque para fora do testamento do velho. Enquanto isso, Naná, com a consciência pesada, decide que não irá utilizar o dinheiro que recebeu. Jejê tenta demovê-la da idéia, mas a mulher só se convence da necessidade de empregar a quantia após Matilde procurá-la novamente, lembrando que a audiência se aproxima. O problema é que, a essa altura, o cheque desapareceu!

Enquanto procura pela folhinha, Naná é surpreendida com a visita de Antero. Querendo se aproximar da filha, o milionário a convida para morar, com todas as suas crianças, em sua mansão. Naná, temendo que a farsa venha à tona, recusa o convite e se empenha em achar o cheque para sanar o quanto antes os seus problemas. Mas é Jejê quem, ao consertar o sapato de um dos pequenos, encontra o dinheiro, correndo ao banco para descontá-lo, sem sequer avisar a amiga. Ao despertar a desconfiança do gerente, Jejê vê seus intentos irem por água abaixo, quebra tudo na agência bancária e acaba preso. Não bastasse a noite no xilindró, Jejê ainda toma uma coça de Naná, em plena cela, numa das cenas mais divertidas da novela (e que guardei nas memórias da tal reprise de 91).

A pedido de Antero, Rogério e Wanderley partiram para Roma, decididos a convencer Thiago a voltar ao Brasil e se entender com o pai. Aproveitando-se da viagem, e da conseqüente solteirice, Rogério seduz a artista circense Debbie Day (Christine Nazareth), a ponto de propor casamento à ela. Casamento que, de fato, acontece. Não como manda o figurino, claro. Afinal, Rogério já é casado com Amanda, cujo irmão, Wanderley, compactua com a traição do cunhado, servindo até como falso juiz na cerimônia que une Debbie e Rogério. Embora inveje o advogado por suas conquistas amorosas, Wanderley não consegue pular a cerca, medroso que é, mesmo tendo em suas mãos beldades como Cláudia Raia, Luiza Brunet e Rosemary, participações especiais que abrilhantaram ainda mais a narrativa de Cambalacho.

Rogério agora tem duas esposas, enquanto Andréia almeja matar seu único marido. Após assistir diversos filmes de suspense, com exposição de crimes perfeitos, a vilã orquestra o plano perfeito para se ver livre de Antero. Convence o velho a ir para o Guarujá, onde pretende desfrutar de sua lancha. Em alto-mar, Andréia mistura um poderoso veneno à bebida de Antero e deixa a embarcação em seguida, para ver, de longe, Antero morrer ao passar mal enquanto comandava a lancha, fazendo com que esta se espatifasse contra as pedras que cercam a praia. A cena, memorável, foi repetida à exaustão no Vídeo Show, especialmente por conta do especial TV Ano 50, que, com uma eleição veiculada dentro do vespertino, buscava eleger a maior vilã da TV de todos os tempos. Andréia Souza e Silva era uma das candidatas, ao lado de rivais inesquecíveis, como Odete Roitman (Beatriz Segall), de Vale Tudo. Quem também presencia o acidente é Naná, levada por Athos ao litoral, onde pretendia pedir a Antero que intercedesse para que Jejê fosse posto em liberdade.

Já livre, o golpista vê os destinos de Naná e Andréia se cruzarem em definitivo. Ao abrir o testamento de seu cliente, Rogério lê, para a incrédula viúva e a surpreendida Amanda, o último desejo de Antero: deixar toda a sua fortuna para Leonarda Furtado, a Naná. Jejê, que por acaso estava na mansão Souza e Silva no momento da leitura do testamento, se desespera, partindo em disparada ao lado da filha Ana, que o acompanhava. A fuga marca o primeiro encontro de Machadão e Thiago, de volta ao Brasil por conta da morte da mãe. O rapaz tenta impedi-la de sair desabalada da mansão e Ana, com raiva da intromissão do bailarino, atira uma pedra em sua direção, acertando a cabeça do pobre coitado. Os dois se esbarrariam de novo, tempos depois, em um acidente de trânsito, no qual Ana, em um caminhão, joga o carro de Thiago para fora da estrada. Ela presta socorro e o acarinha no hospital, enquanto o jovem está inconsciente.

Assim como suposto irmão, Naná também fica com a cabeça em frangalhos quando Rogério vai até sua casa tratar da herança. Temendo que seu golpe tenha sido descoberto, ela desanda a falar e só entende de fato a situação ao ser apresentada a Amanda, que lhe trata como a herdeira de Antero. O problema é que o encontro das duas acontece na Physical, sob os olhos de Tina e Aramis. A maluquinha mal chega na Rua da Ponte e já espalha, tendo o amado como testemunha, que dona Naná agora é rica! O que ela não imagina, e nem os vizinhos que clamam por um auxílio financeiro, é que a cambalacheira, mais uma vez preocupada com seus perigosos trambiques, decidiu recusar a bolada.

Sem grana novamente, Naná quase cai na esparrela de Andréia, que a procura para lhe ofertar uma significativa soma. Em troca, a cambalacheira deve abrir mão da herança de Antero. Só que Jejê, que não é bobo nem nada, logo percebe o golpe. Com o cheque em mãos, Naná pode ser acusada por Andréia de ser uma pessoa de má fé. E se ela tem tanto interesse em fazer com que a golpista recuse o que é seu de direito, logo esse patrimônio deve ter um valor inestimável. Convencida pelo amigo, Naná procura Rogério e diz que irá aceitar o dinheiro. Jejê fica exultante com a possibilidade de tirar o seu desse bolo, sem imaginar, no entanto, que Naná tem belos planos para ele: os dois irão se casar para que Jejê possa assim ter direito sobre a fortuna. O sacana não está disposto a topar o acordo, embora suas dívidas com agiotas, o leve a aceitar. Só que Lili Bolero, apaixonada pelo cunhado, decide que irá impedir essa união. Para amedrontar Naná, se veste como a falecida mulher de Jejê e invade o quarto da cambalacheira na calada da noite, causando espanto na pobre coitada, que põe fim aos planos de se unir a seu grande amor.

Falando em amor, Ana e Thiago conseguem se acertar. Por telefone! Ao ligar para a casa da moça que o ajudou após o acidente de trânsito, Thiago é atendido por Ana. Mas a voz doce da moça, que destoa por completo do seu temperamento agressivo, o faz se apaixonar. Numa confusão, porém, Ana mente a Thiago que se chama Cristina, o que o leva a pensar, inclusive, que ele está apaixonado por Tina Pepper. O bailarino só descobre que Ana mora com Tina quando decide procurar pela casa de sua amada. Ana, consertando a fiação da sala, acaba por causar um novo acidente com o rapaz. Os dois só acertam os ponteiros quando Ana conserta o carro de Thiago. Grato, ele passa a tratar a moça com mais carinho, ao qual ela retribui. Pouco depois, Ana confessa a Thiago, durante uma briga, que vem falando com ele usando a identidade de Cristina. O bailarino não leva fé na história e a mecânica, irritada, atira novamente uma pedra em sua direção. Ao vê-lo desmaiado, Ana se aproxima do rapaz e começa a falar de forma meiga, fazendo com que Thiago, num sobressalto, acorde e admita: Ana é sua tão amada Cristina! Os dois então iniciam um romance, marcado pelas diferenças gritantes no perfil de ambos. É hilária, por exemplo, a cena em que Thiago leva Ana a um restaurante chique e ela, com seu estilo inigualável, é confundida com um homem ao entrar no banheiro feminino.

Enquanto isso, Amanda e Rogério se separam. O advogado arma uma festa surpresa para comemorar o aniversário da esposa. Só que é ele quem acaba surpreendido, quando Debbie Day sai de dentro de um enorme bolo, em uma armação arquitetada por Andréia para minar o relacionamento da irmã. Tão logo sai do bolo, Debbie vai até Rogério e o beija apaixonadamente, atirando sobre Amanda, em seguida, o registro de seu casamento na Itália com o advogado. Revoltada com a traição, a dona do Physical pede a separação e alerta o marido: a partir daquele instante, ela volta a atuar como advogada e irá defender Naná nos tribunais, enquanto ele, ludibriado por Andréia, tomará partido da viúva. Pouco depois, Ceci reconhece Naná como Madame Narda, a quem conheceu ainda na época do golpe da cambalacheira. Ela comenta suas suspeitas com o marido e Wanderley, intrigado, decide ir até a Rua da Ponte tirar essa história a limpo. Descoberta toda a armação de Naná para conseguir se passar pela filha de Antero, Wanderley a pressiona: também quer seu quinhão!

Acuada, Naná decide se abrir com Amanda. Revela todo o golpe para cima do milionário, inclusive a falsa tatuagem. Athos, sacana como sempre, ouve toda a conversa e decide guardar essas preciosas informações para usá-las quando surgir a oportunidade. Já Amanda precisa reverter tal quadro e fazer com que Naná, perante a juíza (Zilka Salaberry), omita toda a história do golpe. Amanda bem que se esforça... Ela acusa Andréia de ter tentado subornar a cambalacheira, usando o cheque que a irmã deu a Naná. Já Rogério, na defesa de sua cliente, pressiona Naná até que ela confesse em alto e bom som que não é a filha desaparecida de Antero. A saída é Amanda ler a íntegra do testamento, no qual o milionário deixa claro que quer que sua fortuna vá para as mãos de Naná. É assim que a juíza dá ganho de causa à pobretona.



Sob os olhares invejosos de Lili e Tina, Naná e Jejê se mudam para a mansão Souza e Silva. Tina bem que tenta embarcar junto nessa, mas o máximo que consegue é desfrutar da boa vida que tem em suas constantes visitas à inimiga da mãe. A essa altura, Tina já havia descoberto com uma das clientes da academia (Wilza Carla) o poderoso livro ‘O Segredo da Salamandra: 6.522 maneiras de conseguir os homens que você sempre sonhou’. A cópia falsificada de Tina Turner surrupia o exemplar e trata logo de seguir uma macumba sugerida na publicação para conquistar Aramis. O plano dá certo! Aramis cai de quatro por Tina, chegando a ficar noivo da moça. Só que tempos depois, os meninos do bairro, durante uma pelada, acertam uma bolada na cabeça do esportista, que sai do transe e passa a rejeitar Tina novamente. Também seguindo o livro, Lili consegue seduzir Jejê, que passa a rechaçar Naná de todas as formas, inclusive na festa que esta dá para comemorar sua entrada no high-society. A paixão de Jejê por Lili é tanta que ele chega ao subir ao altar com ela, só que no momento em que o padre abençoa a união, jogando água quente sobre os noivos, Jejê desmaia e acorda pouco depois, livre do feitiço e doido para se unir a Naná.

A cambalacheira, nesse instante, está passando por um revés até então inimaginável. Em meio a sua festa de recepção na alta sociedade, o administrador dos bens de Antero, Ourives (Moacyr Deriquém), procura Amanda, para lhe dizer que as ações herdadas por Naná são falsas e a verdadeira fortuna do velho está desaparecida. Amanda espera a festa passar para só depois contar a Naná e Rogério o que acontecera com os bens de Antero. Athos, novamente, ouve tudo e decide procurar a fortuna. Abre o cofre da mansão sorrateiramente e se surpreende ao encontrar ali apenas um ursinho de pelúcia. Decepcionado, atira o brinquedo pela janela. O que ele nem imagina é que o ursinho em questão esconde muito segredos, como demonstra Olívio ao encontrar a pelúcia no jardim e guardá-la com todo cuidado.

Athos já está envolvido até o pescoço com a disputa da herança. Pouco antes de afanar o ursinho, ele procurou por Andréia, a quem deixou claro: sabia de todas suas armações para tirar a vida de Antero, já que estava na cena do crime. Com medo de ser descoberta, a vilã orquestra a morte do bandidinho. Sabota sua moto, fazendo com que, durante uma competição de motocross, o veículo exploda. Só que Ana percebe as avarias na moto e salva Athos a ponto. Ciente de que este foi mais um crime planejado por Andréia, Athos torna a procurá-la e propõe uma aliança na busca pela herança de Antero. O primeiro passo da dupla é minar a relação de Amanda e Rogério, que voltaram a se entender. Athos irá seduzir a advogada, enquanto Andréia, enfim, consegue se envolver com o cunhado. Este relacionamento, no entanto, não dura muito. Rogério descobre que fora Andréia quem trouxe Debbie Day ao Brasil e passa a execrá-la. Novamente, procura Amanda e se acerta com ela.

A chegada de Daniela (Louise Cardoso), filha de Naná, movimenta a narrativa de Cambalacho, no terço final da trama. Acompanhada do noivo, o conde Jean Pierre (Luiz Fernando Guimarães), e de seu sogro, duque Armand (Oswaldo Loureiro), a moça se instala na mansão da mãe e causa alvoroço com seu comportamento suspeito. Por conta de seu namoro com Ana, que agora vive com o pai na mansão, Thiago acaba reencontrando Daniela, uma antiga namorada sua, que ele sabe vivia de pequenos golpes na Europa. O charme da arrivista, no entanto, faz com que o moço fique balançado, o que impede de contar a Naná que sua filha não tem a boa índole na qual a mãe acredita e o leva a se separar de Ana. Daniela prejudica também os seus irmãos adotivos, ao convencer Naná a interná-los em um colégio interno e subornar a diretora da instituição (Renata Fronzi), exigindo que ela aplique castigos severos nas crianças.

Sabendo que a presença de Daniela é nociva a todos que a cercam, Thiago a agarra em plena mansão Souza e Silva, fazendo com que ela confesse a Naná que os dois foram namorados enquanto viviam na Europa. Mais: levanta a ficha de Armand e Jean Pierre, descobrindo que os dois são brasileiros, procurados pela polícia por conta de seus cambalachos. Daniela se faz de inocente e diz que, por dever uma grande soma a Armand, concordou em apresentá-lo a sua mãe, com quem o falso duque pretende se casar e assim roubar todo seu dinheiro. Mas Thiago não precisava nem ter se esforçado para derrubar os dois trambiqueiros. Os próprios se denunciam ao se verem envolvidos com Lili Bolero e Tina Pepper. Esta, desfilando por um shopping, arrebata Jean Pierre, que a persegue por todas as lojas. Acuada, Tina foge, deixando o sapato para trás. Jean batalha até reencontrar sua Cinderela, a quem confessa ser João Pedro, malandro carioca, disposto a largar o mundo do crime para ficar com sua Tina.

Armand, por sua vez, é reconhecido por Lili Bolero como sendo Armandinho da Cruz, o homem que a deflorou no passado. O reconhecimento se dá após um golpe orquestrado pelo bandidão, que dopa Jejê e o coloca em um flagrante de adultério, o que faz com que Naná o expulse da mansão. Decidido a provar sua inocência, Jejê, com a ajuda de Lili, sequestra Armandinho. Lili, no entanto, se vê obrigada a soltar o refém, quando este diz saber que ela não é cunhada de Jejê, uma vez que fora criada no orfanato e nunca teve irmã nenhuma. Para manter o ex de bico calado, Lili confessa a ele que Tina é sua filha, o que causa um surpreendente surto de consciência em Armadinho, agora decidido a ajudar a filha.

Nesse meio tempo, Andréia resolve se mexer e entrar de cabeça na disputa pela herança de Antero. Ela invade o escritório de Rogério e intercepta um importante telegrama, que revela que Antero guardou no exterior uma alta soma, em nome de Thiago. Sem escrúpulos, a vilã decide seduzir o enteado que, bêbado, assina uma procuração lhe dando plenos poderes. O que Andréia sequer imaginava é que a procuração de nada valeria sem uma autorização de Olívio, administrador dos bens de Antero no exterior. Ao lado de Dominique (Jacqueline Laurence), a professora de etiquetas de Naná, Olívio se empenha em descobrir a verdadeira filha desaparecida do patrão e também em manter seu patrimônio intacto à espera da herdeira. Dominique não tarda a confessar tais intentos a Naná, revelando ser uma detetive contratada por Antero pouco antes de sua morte. Mais: a cambalacheira pode, sim, ser filha do milionário!

O problema é que Andréia pretende, cada vez mais, complicar a vida de Naná. Ao saber por Athos que a golpista estava presente na cena da morte de Antero, Andréia induz o amante a procurar Rogério e contar uma nova versão do crime. Não tarda para que a polícia procure Naná, avisando que ela será intimidada a depor sobre o caso Antero Souza e Silva. Enquanto isso, Andréia continua se empenhando em seduzir Thiago, flagrado por Ana aos beijos com a madrasta, o que causa o rompimento definitivo do casal e uma conseqüente reaproximação com Daniela, a quem o bailarino surpreende quando lhe conta que Naná não recebera herança alguma. Temendo se complicar ainda mais, Daniela diz a mãe que nada sabia sobre a farsa de Armand e Jean. Naná, sentindo-se culpada, chama Jejê de volta à mansão e pede que ele expulse Armandinho dali. O cambalacheiro adora a ideia! Sem pensar duas vezes, solta os cachorros em cima do amado de Lili Bolero...

Thiago, por sua vez, continua agindo como um verdadeiro herói. Descobre que Andréia tentou lhe passar a perna e, para castigá-la, anuncia que irá doar seu dinheiro a Naná. Também conta a Jejê que Daniela compactuava com as armações de Armandinho e João Pedro. A revelação coincide com outra descoberta, feita por parte de Dominique: Daniela não é a verdadeira filha de Naná. Acuada, a interesseira decide se livrar de Naná e a entrega a polícia. A cambalacheira resolveu fugir com Jejê após se atrapalhar toda com o depoimento a respeito da morte de Antero e, assim, ter sido indiciada.

Usando de fotos comprometedoras de Thiago, da época em que o rapaz precisou se virar para sobreviver em Paris , Daniela o convence a se casar com ela. Mas Jejê, sabendo que o rapaz não possui nenhum interesse na moça e estranhando a repentina união, decide intervir, colocando a bandida para fora da mansão, embasado pelas descobertas de Dominique. De posse das fotos usadas na chantagem, Ana consegue libertar Thiago dos intentos criminosos de Daniela. Já Jejê, com a ajuda de Rick (Marcos Frota), filho de Ceci, consegue libertar Naná. Rick leva seu circo para se apresentar na penitenciária em que a cambalacheira está. Naná então se fantasia de palhaço e sai em disparada com a trupe. Ao chegar à mansão e ser surpreendida pelas novidades acerca de Daniela, Naná faz uso da mesma tática que Jejê e usa os cachorros para colocar a moça dali pra fora. Cabe a Daniela se sustentar com o emprego de Mulher Gorila, em um parque de diversões.


Armandinho, por sua vez, convence Lili a emprestar sua voz para um disco a ser gravado por Tina. Com o hilário hit ‘Você me Incendeia’, Tina alcança o estrelato, chegando a se apresentar no Cassino do Chacrinha. Famosa, a moça dispensa João Pedro e se une a Aramis. Já Lili não tem a mesma sorte. Termina como estrela da churrascaria Traseiro de Boi, assessora, claro, por seu amado e mentor, Armandinho.



O destino de Andréia se define a partir da descoberta de Rogério acerca das mentiras que incriminam Naná, no caso Antero. O advogado assume a defesa da ré, conseguindo inocentá-la. Encurralada e decidida a impedir a felicidade da irmã, antes de sumir no mundo, Andréia incendeia a Physical e só não causa a morte de Amanda porque Aramis, que sempre fora apaixonado por ela antes de se render ao charme de Tina, a salva. Andréia e Athos decidem fugir do país, não sem antes roubarem o dinheiro que Thiago entregara a Naná. A grana, escondida no quarto das crianças na casa da Rua da Ponte, é roubada por Athos, que acaba sendo visto por um dos pequenos. Assim, Naná e Jejê sabem que o vizinho está com a pequena fortuna e planeja fugir com Andréia. No aeroporto, a vilã dispara contra Rogério, ferido sem gravidade, e embarcar em um avião ao lado do amante. Naná e Jejê perseguem ambos, também a bordo de uma aeronave.

É aí que se inicia uma dos finais mais surpreendentes de todos os tempos! Sílvio de Abreu, mestre em transformar o destino de suas vilãs em cenas grandiosas (vide o suicídio de Laurinha Figueroa em Rainha da Sucata), induz o público a acreditar que Andréia, passando mal, pediu a Athos que voasse mais baixo, o que fez perder o controle do avião e bater contra uma casa, causando a explosão de aeronave. Ledo engano! Athos morreu na explosão, mas Andréia, que todos acreditavam ter tido o mesmo destino, ressurge na Espanha, após ter saltado de pára-quedas minutos antes da tragédia, gastando a fortuna que surrupiou de Naná. Só que o dinheiro escondido no quarto das crianças era falso! Logo, Andréia é capturada pela Interpol, deportada, julgada tendo Rogério como advogado de acusação e presa! Foi ou não foi uma trajetória surpreendente? Talvez o único caso de vilã a princípio morta, depois impune, e por fim, castigada.

Em meio ao destino de Andréia, vemos que Amanda e Rogério enfim se acertaram. Já Ana e Thiago, após discutirem no trânsito, mais uma vez, se entregam ao amor. E o ursinho do rapaz que Olívio guardara revela, enfim, a verdadeira identidade da filha de Antero. Quatro suspeitos são apresentados: Naná, Lili Bolero, dona Dedé (Leina Krespi), moradora da Rua da Ponte, e seu Biju, que fora criado como menina na infância. É dona Ubiratânia (Henriqueta Brieba), grande amor de Antero, quem conta a verdade. Após reconhecer objetos escondidos dentro do ursinho que comprovavam seu romance com o milionário, Ubiratânia revela ter perseguido a filha a vida toda. E a tal filha é... Naná! Milionária, agora por direito, a cambalacheira se casa com Jejê e recebe a verdadeira filha, Daniela (Cristina Pereira). Radiante, Naná diz que adoraria ver sua felicidade se espalhar pelo mundo todo!


É assim que a cidade de São Paulo começa a dançar ao som da música da novela. E Cambalacho chega a seu final... Um sucesso que o Canal Viva não pode deixar pra trás!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015


Mais uma novela da nossa enquete! A sugestão de hoje é para uma faixa que adoraríamos ver no Viva: dedicada apenas a novelas que não funcionaram como esperado (poderiam exibir Pecado Capital (1998) sem problemas nessa tal faixa!). Salomé, belíssima produção de 1991, pouca lembrada pelo público, está em cartaz! Vamos relembrar a trama?


Sedutora, mas nem tanto...
Salomé, bela produção das 18h, não empolgou, mas merece ser revista.

São Paulo, 1932. O fazendeiro Venâncio (Herval Rossano) padece com a decadência do café. Sem saída, tira a própria vida, durante uma festa na qual seu filho, Duda (Petrônio Gontijo) canta para os convidados, após noivar com Mônica (Mayara Magri). Três anos se passam. Em Paris, Salomé (Patrícia Pillar) escandaliza a sociedade ao realizar a dança dos sete véus. Seu padrasto, Antunes (Carlos Alberto), decide trazê-la de volta ao seio familiar. Ao seu lado, os amigos Berta (Suzy Rêgo) e Ruggero (Matheus Carrieri). À sua espera, a mãe, Santa (Imara Reis). Em seu caminho, Duda, hoje radialista e pretenso cantor, envolvido também com Santa.

Projeto antigo do diretor Herval Rossano, a adaptação de Salomé, original de Menotti del Picchia, caiu nas mãos de Sérgio Marques quando este colaborava com o texto de Pacto de Sangue, outra produção obscura das 18h, também dirigida por Herval. Concebida como uma novela de 150 capítulos, acabou sendo escolhida para inaugurar um novo projeto de dramaturgia da TV Globo, sendo reduzida para 60 capítulos. A produção, no entanto, ficaria excessivamente cara, o que levou Salomé, por fim, a ter 107 capítulos. Talvez por ter sido exibida entre dois grandes sucessos, Barriga de Aluguel e Felicidade, a novela acabou caindo no esquecimento. Lembro-me, no entanto, que a trama repercutiu bem em 1991. Em casa ninguém perdia um capítulo!

Apaixonada por Duda, e notando o interesse do rapaz em Salomé (após flagrá-la em um saliente banho de cachoeira), Santa, que também já notou o excesso de zelo de Antunes para com a enteada, induz o marido a afastar os dois. Mas Antunes é um homem de medidas práticas e, ao invés de procurar soluções mais brandas, decide matar Duda. Para isso, conta com o auxílio do pistoleiro Capivara (Anselmo Vasconcellos), que executa o serviço no momento em que Duda se dirigia a São Paulo para romper com Mônica, podendo então firmar compromisso com Salomé. Tonho (Ênio Santos) e sua esposa, Mariana (Míriam Pires), acodem o radialista, que preferem manter no obscurantismo, evitando assim que sua vida seja posta em risco novamente. A proteção, no entanto, gera um terrível mal entendido: Salomé acredita que Duda preferiu ficar com Mônica em São Paulo; já está última tem certeza de que fora abandonada pelo noivo.

Fragilizada, a pobre Mônica cai na lábia da própria mãe, Graça (Priscila Camargo), senhora ambiciosa que almeja a ascensão social, em contraponto ao marido, Albino (Abrahão Farc), sujeito fraco. Sabendo da péssima situação financeira em que o cônjuge se encontra, Graça induz a filha a aceitar o assédio do banqueiro americano McGregor (Rubens de Falco), que detém as dívidas da família. A mãe, tão nociva para a filha quanto Santa é para Salomé, logo trama uma situação constrangedora entre Mônica e McGregor, flagrados por Duda, justamente quando este se recupera e vai a São Paulo prestar esclarecimentos a até então noiva. O radialista sai a toda, seguido pela apaixonada Mônica, que se surpreende ao encontra-lo no portão de sua casa, partindo ao lado de Salomé. Mônica então tira suas próprias conclusões: Duda só havia ido até lá para humilhá-la, exibindo a nova namorada. Não resta mais dúvidas: é com McGregor que ela deve ficar.

O que Mônica sequer imagina é que Salomé, neste instante, nada mais é do que uma amiga de Duda. Os dois, apesar da forte atração existente entre eles, não conseguem se entender. Desiludido com as mulheres, Duda mergulha de cabeça em seu sonho de ser cantor. Para tal, deixa de entoar suas canções românticas e passa a integrar um coro de marchinhas, orquestrado por Cotti (André Valli), professor de música e sonoplasta da rádio. O tal coro faz sua estreia para a sociedade local em um sarau, arquitetado por Salomé. Decidida a incentivar o grupo e promover Carmem (Andréa Veiga), a estrela do coral e sua grande amiga, a loira induz McGregor a acreditar que está diante de um adido cultural americano (na verdade, Cristiano (Marcelo Galdino), um amigo de Salomé), conseguindo assim que o banqueiro custeie o sarau. Só que se por um lado Salomé está pregando uma peça no banqueiro, por outro o destino resolve brincar com ela. Carmem faz o maior sucesso no sarau, principalmente após assumir perante os convidados o seu namoro com o colega de palco, Duda.

Carmem e Duda logo alcançam o estrelato. Convidados para uma excursão nos Estados Unidos, se consagram cantando marchinhas de carnaval. O mocinho, no entanto, continua na mira do pistoleiro Capivara. Salomé bem que tenta auxiliá-lo, lhe enviando bilhetes anônimos nos quais pede ao radialista que tome cuidado.

Nesta fase da novela, a política ganha destaque, com a abordagem dos comícios da Aliança Nacional Libertadora e a Intentona Comunista. O escultor Nelo (Ricardo Petráglia), grande expoente das artes, se torna vítima dos repressores, especialmente do mau-caráter Rosendo (Edwin Luisi), tido pela própria esposa, Laura (Tessy Callado), como um homem capaz de qualquer baixeza. Com a ajuda de Boiardo (Cândido Damm), falso aliado dos membros da cena artística de Salomé, Rosendo enche uma das esculturas de Nelo com nitroglicerina, enquanto simula um atentado com o mesmo material em uma fábrica. Salomé, no entanto, se apaixona pela peça, comprando-a e a levando para a casa. Ao descobrir o plano, Nelo furta a escultura da casa da amiga, com a ajuda de Capivara, que, por ser também membro da polícia, se vê obrigado, pouco depois da explosão na fábrica, a ir até o ateliê de Nelo, para encontrar a escultura-bomba, segundo denúncia de Rosendo.

Na história toda, Capivara, que tentou auxiliar, acaba se prejudicando. De Paula (Fábio Junqueira), jornalista e grande amigo de Duda, reconhece o policial-bandido como o responsável pelo atentado contra Duda. Salomé torna o fato público, ao ir até a rádio denunciar Capivara, complicando justamente aquele que lhe salvou a vida, surrupiando a escultura-bomba. Rosendo acaba tumultuando ainda mais a já tumultuada vida de Capivara, quando envia uma carta, em seu nome, para De Paula, “confessando” a este que o pistoleiro atirou em Duda a mando de Antunes. Rosendo, assim, desvincula a ação de Capivara no caso da bomba de conotações políticas, atrapalhando as investigações do jornalista.

No lado romântico da estória, Mônica enfim aceita a corte de McGregor e lhe rouba um beijo. Os dois sobem ao altar pouco depois. A cerimônia, comandada por Padre Nazareno (Elias Gleiser), tipo ingênuo e inconveniente, é marcada pela felicidade do banqueiro e a tristeza de Mônica, que pouco antes de seguir para a cerimônia descobre que seus pais a venderam a McGregor. O até então devotado e paciente noivo se transforma no mais implacável dos vilões, ao surrar Mônica e exigir que ela entre na igreja radiante, poupando assim a sua família da mais completa miséria. Vivendo sob o mesmo teto, Mônica passa a ser submetida a toda a sorte de humilhações por parte do marido, que chega a estupra-la na noite de núpcias, após a esposa se recusar a recebê-lo e até mesmo tentar agredi-lo com uma estatueta. Em decorrência dessa violência, Mônica engravida, para desespero de McGregor, que odeia crianças. Por sorte do banqueiro, e dela mesma, a moça sofre um aborto espontâneo, pouco depois de enfrentar um tumultuado comício de comunistas.

A Intentona Comunista é marcada também pela inauguração do bistrô As Desvairadas da Paulicéia, de propriedade de Salomé. O espaço passa a abrigar os expoentes da cena artística dos anos 30, o que causa manifestações contrárias à suas atividades, por parte de conservadores e rivais políticos. Pelo bistrô transita a espevitada Carolina (Flávia Monteiro), que cai de amores por Ruggero, mas se desilude ao roubar uma carta do amado, na qual pode ler informações sigilosas sobre a situação da família do rapaz: nobre, mas falida. Assim, Carolina não pode conseguir o empréstimo que pretendia com o amigo de Salomé, para abrir seu ateliê de moda, em parceria com Isolda (Dedina Bernardelli), que, assim como Carolina, é grande amiga de Mônica.

Na inauguração de seu espaço, Salomé dança sensualmente ao lado de um belo bailarino, causando ciúme de Duda, com que havia trocado beijos apaixonados pouco antes. No bistrô, começam as primeiras perseguições do Governo aos comunistas. E o alvo inicial é Nelo, que acaba preso, motivando Salomé, Duda e Padre Nazareno a se unirem em prol dos artistas ameaçados. A loira promove uma festa para arrecadar fundos para os presos políticos. Mas como apenas esta investida é pouco para a libertária Salomé, a moça decide partir em parceria com Duda, De Paulo e Ruggero para o resgate de Nelo do cativeiro em que o pobre coitado se encontra. Após o resgate, Salomé recebe um tiro de raspão no ombro, de um dos carcereiros de Nelo. O ferimento sem gravidade não a impossibilita de seguir com a fuga, permitindo que McGregor se aproxime do cativeiro e mate o carcereiro que baleou Salomé. Após certificar-se de que o homem está morto, o banqueiro se aproxima do corpo, depositando ao seu lado um revólver furtado da fazenda de Antunes, assim incriminando Salomé. O que pode, entretanto, mudar o rumo desse ardiloso plano é o fato de McGregor receber um tiro na mão do carcereiro morto, pouco antes de sua execução.

Em seu estabelecimento, Salomé se gaba de seu feito, exibindo o ferimento no ombro. A ingenuidade do gesto e a carabina da família encontrada junto ao carcereiro levam ao decreto da prisão preventiva da moça. Duda, temendo o futuro da amada, a esconde na casa de Carmem, a essa altura, uma renomada cantora, distante do agora ex-namorado Duda, cada vez mais apaixonado pelos ideais libertários de Salomé e enfeitiçado pelo charme da moça. Só que a loira reluta em ceder ao rapaz. Testemunha de uma violência sexual de Antunes contra Santa, quando ainda era uma criança, Salomé se sente incapaz de se entregar verdadeiramente a um homem.

Enquanto o romance do casal protagonista não engrena de vez, os personagens periféricos vivenciam experiências amorosas. Como o beijo entre os amigos Berta e Ruggero, que o separa em definitivo de Carolina, agora interessada em Guto (Jandir Ferrari), irmão de Carmem. Viciado em futebol, Guto vive na boa vida, para desespero da irmã cantora e da mãe, Leocádia (Aracy Cardoso), que criou os filhos em uma situação de extrema pobreza. Já Albino dá o seu grito de liberdade, abandonando a autoritária Graça. Com isso, a defensora da moral e dos bons costumes padece com o julgamento da sociedade, que condena mulheres descasadas. Envergonhada, Graça viaja com Santa para o Rio de Janeiro.

No retorno de ambas, um novo crime agita a Fazenda Pindorama. Ernestina (Lília Cabral), louca que vive de favor naquelas terras, esperando o retorno do marido que fora assassinado, tem o seu destino traçado por um misterioso criminoso. Suspeitos não faltam: Capivara e Rosendo a haviam procurado pouco antes, para descobrirem podres de Santa; Albino estava hospedado na fazenda no momento do crime e Santa, de quem Ernestina servia como consciência, mentira que ainda não havia regressado do Rio na ocasião do crime. Lília Cabral arrasou como Ernestina, minha lembrança mais forte de Salomé. Me recordo de cenas em que ela andava por um descampado; em outras, montada à cavalo e também em seu fogo de lenha, sempre mexendo um caldeirão, numa alusão às bruxas de contos infantis.

A suspeita Santa, movida pelo ciúme e pelo ódio de ver a filha unida a seu grande amor, decide delatar Duda, avisando a polícia de sua presença na cena da fuga de Nelo e a conivência com a morte do carcereiro, supostamente cometida por Salomé. Berta ouve o telefonema em que Santa delata o radialista e o incentiva a se esconder justamente na mansão dos Antunes. É quando, neste exato momento, o coronel apaixonado pela enteada retorna de Paris, onde esteve por um bom tempo, disposto a livrar sua amada Salomé da prisão. Amedrontado diante do amor doentio de Santa, Duda decide procurar sua amada e confessar que tivera um romance com sua mãe. Berta, que leu o diário de Santa e descobriu tudo o que houve entre ela e Duda, é quem incentiva o radialista a se abrir com Salomé. O problema é que esta se recusa a aceitar tal fato. Estarrecida com o acontecido, Salomé reage violentamente e exige que Duda se afaste dela de uma vez por todas.

Se Duda resiste, Mônica insiste em tentar fugir das garras de McGregor. Cansada de ser mantida dopada em um quarto escuro trancado a mando do marido, Mônica compra a governanta da casa com um colar, levando-a a misturar calmante com a bebida do banqueiro. Assim, a moça pode fugir para a casa dos pais, de onde McGregor bem que tenta leva-la. Só que Albino, fazendo jus à sua função de pai, proíbe o vilão de colocar Mônica em seu carro e ameaça contar tudo o que sabe a seu respeito para a sociedade local. De fato, McGregor parece ter muito a esconder. Após chorar abraçado a foto de uma mulher, uma grinalda e uma aliança de compromisso, o banqueiro vai até o cemitério e diante do túmulo de Leonor Salles, jura se vingar de Antunes, uma vez que já destruiu Venâncio e Albino, bem como dos herdeiros dos três: Salomé, Duda e Mônica.

Salomé se aproxima do final com um grande baile de máscaras que agita As Desvairadas da Paulicéia. Mônica, protegida por seu disfarce, se encontra com De Paula, por quem se apaixonou. O jornalista reconhece a moça e os dois vivem momentos românticos, ocultos pelas máscaras. McGregor, por sua vez, planeja acabar com a farra, ordenando que Rosendo pague a Capivara para que este jogue uma bomba no salão, em plena festa. Chica Treme-Treme (Tânia Loureiro), prostituta que deu a luz a um filho de Capivara logo no início da novela, sendo obrigada a encarar a sociedade e trabalhar na legalidade, decide usar seu herdeiro para humanizar o pai da criança. Procura Capivara e diz que se ele levar seu plano adiante será responsável pela morte do próprio filho. Temeroso, o policial-bandido devolve o pagamento antecipado a Rosendo e McGregor, que, furioso, promete vingança.

O baile de máscaras seria responsável pela comemoração da libertação de Salomé, conquistada por Antunes. Em gratidão ao padrasto, a moça não vai a própria festa, para cuidar de um falso mal-estar relatado por ele. Só que Antunes nada tem a fazer. Salomé está apaixonada por Duda, e nem mesmo a descoberta de que ele se envolvera com sua mãe, é capaz de afastá-la do radialista. Livre de seu trauma, Salomé se entrega a Duda em meio ao mato da Fazenda Pindorama. A cena que ocorre no último capítulo da novela deixa Santa desnorteada.

Antes, porém, Santa é presa pelo assassinato de Ernestina. Decidido a se livrar da esposa e repreendê-la pelo caso extraconjugal que tivera com Duda, Antunes forja provas que a incriminam. Entretanto, atormentada por uma crise de consciência, Graça confessa ao delegado que fora ela a responsável pela morte de Ernestina. Santa é posta em liberdade, no mesmo momento em que Antunes confessa a enteada sua paixão por ela. Temerosa com o desejo do padrasto, ela decide procurar Duda, a esta altura embarcando para Paris, e se entender com ele. Sozinho em sua fazenda, Antunes é confrontado por McGregor, a quem confessa: fora ele quem violentou Leonor Salles, a noiva do banqueiro, na juventude, causando sua morte e consequentemente, a vingança de McGregor. Este tenta atirar em Antunes, mas o coronel é mais rápido e o mata. Santa presencia a cena e, ao se ajoelhar diante do marido clamando por sua vida, aproveita-se para pegar a mão de McGregor e aperta com os dedos do morto o gatilho, levando todos a acreditarem que um vilão matou o outro.

Com a morte do banqueiro, Mônica fica livre para se unir a De Paula. E com o falecimento de Antunes, Duda consegue reaver a fazenda que fora de seu pai, de onde expulsa Santa. Sem os vilões, Salomé se debruça sobre os finais românticos de seus personagens: Berta fica noiva de Ruggero, enquanto Carolina dispensa Guto para se unir a um diretor de cinema italiano. Já Carmem se casa com o maestro Cotti, enquanto Nelo descobre que sua esposa, Tereza (Cláudia Borioni), está grávida. Capivara se redime e se une a Chica para cuidar do filho, mesmo estando na prisão; Rosendo, por sua vez, não tem salvação: termina pobre, mas mantém sua arrogância.

Duda e Salomé, enfim, vivem felizes. A novela Salomé, no entanto, não teve uma passagem repleta de felicidade pelo horário das 18h. Pouco lembrada, a trama dificilmente terá uma chance no Viva. Nem mesmo sua belíssima abertura a credenciaria para as atuais faixas de novela do canal. Mas não custa sonhar com sua reprise e com uma nova faixa, só para tramas esquecidinhas...





Confira a cena em que Salomé (Patrícia Pillar) realiza a dança dos sete véus, logo nos primeiros capítulos da trama.

Neste domingo...