domingo, 30 de novembro de 2014

Gracias, Chespirito!


O blog abre espaço para prestar uma justa homenagem a Roberto Bolaños, falecido na última sexta (28/11). Um adeus ao nosso eterno Chaves, menino com quem nos divertíamos na infância e que, com seu humor ingênuo, nos acompanhou na vida adulta. Chaves é peça fundamental na programação do SBT, que exibe o seriado há mais de trinta anos, formando uma legião de fãs, na qual eu e, acredito, muitos leitores do blog, se incluem. Chaves é como o Viva: o passado, sempre atual. Vá em paz, Chavinho...


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O horário de novelas da tarde do Viva viveu bons momentos com História de Amor. E ao que parece, os números em alta continuam com Tropicaliente. Só que nós do blog já estamos esperando pela próxima novela. Vamos torcer para o Viva dar uma espiada nas nossas sugestões para o horário? Acredito que vocês, leitores, e os telespectadores do canal, aprovariam o título que vamos apresentar hoje...


Os dois lados de uma mesma moeda
Cara & Coroa, sucesso esquecido pela Globo, se sairia bem no Viva.

Quais os critérios de escolha para uma reprise no Vale a Pena Ver de Novo, da TV Globo: boa audiência, alta repercussão e qualidade técnica inquestionável? Se forem apenas estes os itens que qualificam uma produção a figurar na faixa de reprises vespertina, fica difícil entender porque Cara & Coroa não fora reexibida. Substituta de Quatro por Quatro às 19h, manteve os bons números desta ao trazer Christiane Torloni em dose dupla. Mais: conquistou uma legião de fãs, que ainda hoje (até mais do que na época de sua exibição) cultuam a novela. Um dos termômetros deste sucesso pode ser encontrado, inclusive, no site do Canal Viva. Nos posts do colunista Nilson Xavier que mencionam Cara & Coroa, muitos usuários deixam comentários elogiosos à obra de Antonio Calmon e praticamente imploram por uma reprise. De fato, é de se estranhar que uma novela de tanto sucesso tenha caído em tamanho ostracismo, dentro da TV Globo. O que, no entanto, não inviabiliza uma eventual reprise no Viva.

O “ineditismo” de Cara & Coroa pode implicar em um fenômeno semelhante ao visto com O Dono do Mundo. Movidos pela curiosidade de se conhecer uma trama exibida apenas uma vez, o público deu a novela de Gilberto Braga uma audiência maior que a de Dancin’ Days e Água Viva, em seu capítulo de estreia. E elementos para arrebatar o telespectador logo de cara não faltam a Cara & Coroa. Tão logo a trama se inicia, conhecemos Vivi (Christiane Torloni), enfermeira que complementa sua renda trabalhando como garçonete à noite, em um pardieiro. No submundo paulistano, Vivi conhece Margô (Rosi Campos), de quem se torna grande amiga, e é envolvida, juntamente com ela, em um assalto a uma joalheria, comandado por Boca (Alexandre Frota), o namorado da colega. Presas, são alojadas em celas diferentes e surpreendidas com a presença de Fernanda (Christiane Torloni), sósia de Vivi.

Condenada a 13 anos de prisão por supostamente ter assassinado um desconhecido, Fernanda se ressente pelos muitos erros que cometera no passado. Abandonou o noivo, Rubinho (Luís Mello), para se casar com Miguel (Victor Fasano), com quem tivera um filho, Pedro (Thierry Figueira). Entediada, deixou-se envolver por Mauro (Miguel Falabella), irmão de Miguel, fugindo com ele para São Paulo. Lá, fora traída pelo amante com Heloísa (Maitê Proença), e decidida a dar um fim nele, acabou por atingir o tal desconhecido. A semelhança com sua nova companheira de cela também causa espanto em Fernanda. Mas quem mais se surpreende, e se beneficia, das características físicas aproximadas das duas, é Mauro.

Próxima de conquistar a liberdade, Fernanda sofre um derrame, que a mantém em coma. Interessado em usufruir do patrimônio do irmão, Mauro engendra um ardiloso plano, que consiste em colocar Vivi no lugar da sósia, para que assim seja possível à “Fernanda” assinar o divórcio com Miguel e tomar posse da parte que lhe cabe. Sem ter alternativa, após fugir da cadeia com Margô, Vivi aceita a proposta e parte para o reencontro com os familiares da amiga combalida. O regresso de “Fernanda” coloca todos em Porto do Céu, litoral do Rio de Janeiro, em polvorosa. Sua mãe Guilhermina (Marilena Ansaldi) e suas sobrinhas Leninha (Mônica Fraga) e Natália (Alessandra Negrini) se envergonham de suas atitudes do passado; o ex-marido Miguel não quer vê-la nem pintada de ouro e, assim como seu pai, Antenor (Carlos Zara), deseja mantê-la afastada de Pedro; Nadine (Lúcia Veríssimo), médica que namora Miguel, teme a proximidade da rival. Apenas Rubinho, o noivo abandonado, e Aníbal (Hugo Carvana), o pai, se animam com a chegada da moça.

Na pele da amiga, Vivi tenta se aproximar de Pedro. No entanto, é impedida por Miguel de se aproximar da Ilha do Adeus, pequeno oásis em que o bonitão vive com o pai e o filho. Mauro também é persona non grata por lá. Tanto que para comover o pai e conseguir estadia leva consigo para o lugarejo a pequena Belinha (Luiza Curvo), sua filha com Heloísa. E também Margô, que passa a usar o codinome de Regininha, para esconder de todos que é uma foragida da justiça. O tempo passa e a Fernanda, interpretada por Vivi, começa a cair na graça dos que a odiavam. Primeiro, de Rubinho, iludido com a retomada do romance; depois, Pedro, que se afeiçoa a mãe. E mais adiante, Miguel.

É claro que muitos contratempos surgem com a farsa. Ao perder uma das lentes de contato, que a deixam com os olhos azuis de Fernanda, Vivi se vê obrigada a forjar uma conjuntivite. E deixa Mauro desesperado quando retira os óculos para tirar uma foto, durante o aniversário de Pedro. Por sorte, já estava com as lentes outra vez, e decidida a fugir de Porto do Céu, após ter sido obrigada pelo vilão a assinar uma procuração para que ele assumisse os bens de Fernanda. Um beijo repentino, roubado por Miguel, a demove da ideia e afasta Nadine, que presencia a cena, da vida do casal.

Temendo ficar sem sua provável mina de ouro, Mauro resolve seduzir a apagada Natália. A jovem que segue o rígido padrão moral imposto pela avó, Guilhermina, não resiste às cantadas baratas e a promessa de que ele irá se separar de Heloísa. Entrega sua virgindade a Mauro, sem imaginar que ele irá usar seu poder de influência sobre ela para chantagear Guilhermina: quer os terrenos que pertencem a matriarca para expandir o hotel de Porto do Céu, que ele ganhara do pai. Enquanto articula contra a família de Fernanda, Mauro solta as rédeas de Vivi. Mas a moça pouco usufrui de sua liberdade. Após se entregar a Miguel em um barco, Vivi decide partir de Porto do Céu, ao constatar que está apaixonada por ele e afeiçoada a Pedro. Mauro se aproveita do momento de fragilidade da moça e vai até Miguel, exigindo metade de seu patrimônio, usando a procuração supostamente assinada por Fernanda.

Além da decepção por ter sido traído, mais uma vez, pela mulher que ama, Miguel sofre um duro golpe por parte do amigo Rômulo (Antonio Grassi), que passa a fornecer informações de seus negócios a Mauro, enquanto se relaciona secretamente com Heloísa. Rômulo é casado com Laurinha (Louise Cardoso, infelizmente mal aproveitada durante a narrativa), diretora da escola local, onde estudam suas filhas, Júlia (Juliana Barone), namorada de Pedro, e Kika (Natália Lage, sempre bem!). Seus pais, Kléber (Mauro Mendonça) e Leda (Arlete Montenegro) são donos do restaurante mais badalado da cidade; seu irmão mais novo, Cosme (Marcos Pasquim), é delegado em Porto do Céu e noivo de Leninha; já o mais velho, Rubinho, é professor e advogado. E o primeiro a revelar que conhece toda a farsa de Vivi. Após a fuga, a mocinha se hospeda numa pensão de quinta, enquanto batalha por um emprego. Quando a polícia invade o local, para desmontar um prostíbulo clandestino que funciona ali, Rubinho dá guarita a Vivi e diz saber que ela não é Fernanda. Confiando em sua amizade, a moça confessa todo o plano de Mauro e é convencida a voltar a Porto do Céu, para lutar contra Mauro, tendo Rubinho como seu representante perante e a lei.

Com o fôlego renovado, Vivi procura Mauro e diz que irá revelar a troca de identidades caso ele não deixe sua “sobrinha” Natália em paz. A moça está cada vez mais apaixonada e, ao descobrir pela avó que Mauro desejava apenas as terras que cercavam o hotel, toma um vidro de comprimidos, numa tentativa de suicídio que só não se concretiza por conta do rápido atendimento médico. No entanto, a morte de Guilhermina, após uma acalorada discussão com a neta, a respeito de Mauro, faz com que Natália mergulhe em uma depressão profunda, principalmente ao constatar que o vilão só queria mesmo os terrenos, a esta altura, já doados por Guilhermina. O melhor remédio para Natália, no entanto, está para chegar: é o esportista Guiga (Márcio Garcia), que aporta em Porto do Céu na companhia da modelo Debbie (Cláudia Liz). A presença da top amedronta Cícero (Wolf Maya), patriarca da, até então, família mais ajustada de Cara & Coroa. Ele é casado com Martina (Cláudia Alencar, ótima!), uma ex-jogadora de vôlei, que tão logo descobre que o marido teve um caso clandestino com Debbie, propõe sociedade a Guiga em uma loja de artigos esportivos, mas com a condição de que Cícero e sua ex-amante acreditem que os dois estão tendo um romance.

Dois meses se passam. Mauro pressiona Vivi a assinar, como Fernanda, a separação, agora exigida por Miguel, de forma que ele possa ficar livre para se casar com Nadine. Esta, por sua vez, constata que Vivi não passa de uma impostora, ao comparar sua ficha médica atual com a do passado. E Cacilda (Arlete Salles), segunda mulher de Aníbal, também descobre toda a armação, ao encontrar a carta em que Vivi confessava seus delitos, escrita antes do aniversário de Pedro e do beijo em Miguel. A esta altura, Rubinho já provou a inocência de Vivi e Margô e constatou a morte de Boca, em uma briga no presídio. Sem ter porque continuar fugindo, Vivi decide procurar a verdadeira Fernanda, ao descobrir que ela não estava morta, como Mauro lhe dissera. Diante do corpo inerte da sósia, Vivi confessa todo o plano e que está grávida de Miguel. E é surpreendida por uma risada monstruosa de Fernanda, que revela estar fingindo por todo esse tempo por medo da ira de Mauro e Heloísa. Agora, entretanto, sabendo que Vivi já preparou o terreno, Fernanda decide regressar a Porto do Céu.

Disposta a destruir Mauro e Heloísa, Fernanda torna a seduzir o vilão. Iludido com a possibilidade da ex-amante ainda amá-lo, e de assim conseguir os bens que ela ainda tem em comum com Miguel, o malvado se deixa envolver, despertando a ira de Heloísa, que planeja a morte da rival. Liga para ela e marca um encontro em um despenhadeiro, de onde planeja atirar Fernanda, simulando um suicídio. O tiro, porém, sai pela culatra. Mauro, no intuito de impedir os planos da esposa, acaba por jogar Heloísa das pedras. A saída de Maitê Proença da novela, na época, gerou burburinho, uma vez que a personagem era de extrema importância no enredo e a atriz desempenhava muito bem o seu papel.


A morte de Heloísa é testemunhada por Natália, que nada conta, já que Mauro a ameaça. O terrorismo é tamanho que a mocinha tenta, mais uma vez, dar fim à sua vida, se atirando no mar. Desta vez, é salva por Guiga, alertado por Leninha, que, desencantada com Cosme, começa a se interessar pelo esportista. Já Fernanda chega ao local do encontro, com Rubinho, logo depois. E assim, tia e sobrinha se tornam suspeitas, mesmo com Mauro induzindo o delegado Cosme a investigar apenas a possibilidade de suicídio. Enquanto vive sob suspeita, Fernanda beija Miguel, que confessa a Nadine que, desta vez, beijou a verdadeira ex-mulher, causando um novo rompimento com a médica, que tenta submetê-la a um exame de sangue e sanar suas dúvidas. Já Cacilda continua acreditando estar diante da impostora e pressiona Fernanda a se revelar. Vivi passa a ser um fantasma na vida da sósia, que não admite a paixão de Rubinho pela ex-companheira de cela. Ao confessar que possui um aneurisma que pode se romper a qualquer momento, Fernanda consegue balançar o noivo que abandonou e os dois terminam na cama.

A redescoberta da paixão por Rubinho humaniza Fernanda, que incita Laurinha a se libertar do casamento infeliz com Rômulo, que se encanta com a nova postura da ex. Ela também assina o divórcio, deixando Miguel livre, e na saída do tribunal entrega a ele um bilhete no qual revela o paradeiro de Vivi. Trabalhando em um orfanato em São Paulo, Vivi tem um novo encontro com Fernanda, com quem estabelece um pacto: as duas serão uma única pessoa. Já com a filha nos braços, batizada de Fernanda em homenagem à amiga, Vivi segue para a casa de Rubinho. Fernanda, usando do bebê da sósia, seduz Miguel e depois ordena que Vivi assuma seu lugar, para ter uma noite de amor com o amado. Enquanto isso, a verdadeira Fernanda se derrete nos braços de Rubinho. E até Nadine conquista um novo amor! Ao ver Miguel entretido com Fernanda e o bebê, ela deixa a festa de noivado que iria selar seu compromisso com o amado de lancha, mas fica à deriva e é salva por Heitor Gonçalves (Marcos Paulo), o médico que iria substitui-la no posto de saúde, durante sua lua-de-mel. Heitor é filho do homem que Fernanda matou no passado e vai a Porto do Céu com o intuito, oculto, de se vingar da moça.

O troca-troca de Fernanda e Vivi é ameaçado por Margô, que, num descuido, diz a Belinha que a bebê é filha de Miguel e “Fernanda”. A notícia se espalha e chega aos ouvidos do pai da criança, que logo convida a amada para viver com ele. Vivi aceita, mesmo sabendo que pode se prejudicar caso haja algum desajuste em seu acerto com Fernanda que, por sua vez, confessa o plano das sósias a Rubinho e passa a desfrutar do auxílio do rapaz. O professor chega a convencer Fernanda a procurar o auxílio de Heitor. O médico lhe propõe uma cirurgia, mas alerta para o risco de severas sequelas: estaria ele querendo salvar ou dar um fim a vida de mulher que matou seu pai? Outro problema torna a vida de Fernanda mais atribulada: Vivi se recusa viajar para a Itália com Miguel, despertando a atenção do amado, para seus trejeitos e sua falta de traquejo social. Sem ter como fugir, no entanto, da viagem, Vivi se encanta pela Itália, cenário que Fernanda já conhecia, e se atrapalha toda no italiano. Miguel nota a farsa e passa a rejeita-la. Vivi decide deixar a cena, já que Fernanda resolve se submeter à cirurgia proposta por Heitor. As sequelas são inevitáveis: Fernanda perde a visão e o médico é acusado por Nadine e Rubinho de estar querendo destruir a mulher que matou seu pai. Só que quem assassinou o tal homem foi Mauro. Ele alterou a cena do crime, de forma a levar Fernanda à cadeia.


Um novo homicídio irá engrossar a lista de crimes do vilão. Ao chantagear Cícero, usando seu caso com Debbie, e despertar a ira de Martina, que promete descobrir todos os seus podres, o loiro é surpreendido pela presença de Jarbas (Dartagnan Jr.), fotógrafo que lhe forneceu elementos para a extorsão, e que dias depois, aparece morto. As evidências incriminam Cícero, o que auxilia Mauro; a esta altura, tendo Debbie como sua parceira de vilanias. Mais o jogo está prestes a virar: instruída por Fernanda, Natália decide revelar ao juiz, na ação que julga a doação de terras feita por Guilhermina, que viu Mauro assassinar Heloísa. E Antenor descobre que o filho falsificou sua assinatura para se desfazer dos imóveis da família. Sem querer prejudicar o rapaz, no entanto, Antenor registra uma nova assinatura em cartório e doa os bens restantes a Miguel e Pedro, deixando Mauro possesso. A presença de Bruna (Maria Padilha), ex-namorada de Jarbas que seduz Mauro de forma a provar seu envolvimento neste crime, atordoa o vilão, que a associa à falecida Heloísa. E, uma vez atordoado, revela em alto e bom som, acreditando que a nova amante está dormindo, a armação que levara Fernanda para a cadeia.


A esta altura, Natália já descobriu a farsa de Fernanda e Vivi e passou a instigar Rubinho a descobrir se as sósias possuem algum parentesco. Através de uma medalhinha encontrada por Irmã Domitila (Ida Gomes), no orfanato em que Vivi fora abandonada, a história começa a se elucidar. Natália descobre uma joia idêntica nos pertences de Guilhermina, o que deixa Aníbal atordoado. E vai até o orfanato, com o pretexto de entregar presentes nas noites de Natal, conversar com a freira Domitila, que nada pode fazer para ajuda-la. A chegada de Juan Caruso (Francisco Milani) à cidade, no entanto, trará novos desdobramentos ao drama das sósias. Ex-marido de Cacilda e pai de seu filho, Pepe (Walther Verve), Juan se envolveu, no passado, com Constância (Maria Helena Dias), uma mulher misteriosa que sente calafrios ao ver Fernanda e Vivi juntas. Ela assume ser mãe de Vivi e induz todos a acreditarem que Juan é o pai da moça. Mas após um acidente de carro que a deixa à beira da morte, Constância resolve abrir o jogo: ela roubou uma das gêmeas de Guilhermina. Sua filha com Juan morreu poucas horas depois do nascimento. Aproveitando-se do fato da avó de Natália ter tido gêmeas naquele mesmo dia, Constância foi até o quarto dela e colocou sua filha morta no lugar de uma das meninas; no caso, Vivi. Ao se casar de novo, abandonou a menina em um orfanato, temendo que seu marido descobrisse o crime que cometera.

Nesse meio tempo, Mauro continua aprontando. Ao encontrar Nandinha, a filha de Vivi e Miguel, o vilão surta e promete que irá impedir a menina de roubar a herança que é de sua filha. Procura Miguel e diz a ele que é o pai da bebê, o que Vivi confirma, temendo as ameaças de Mauro de fazer mal à sua filha. O que o loiro sequer imagina é que Heitor, após um severo tratamento psiquiátrico, se recorda do crime que vitimou seu pai, e inocenta Fernanda da culpa que ela carregou por tantos anos, por supostamente ter matado um inocente. Inconformada com sua cegueira, Fernanda dispensa Rubinho, que enlouquece longe da amada. Ele chega a se despir dentro da igreja, recitando versos do Apocalipse de São João, para desespero do pároco Marcos (Emiliano Queiróz). Fernanda, enquanto isso, se envolve com Heitor, e se preocupa com o processo que move contra Mauro, uma vez que quer reaver as terras que Guilhermina doou a ele. O vilão exige que Vivi se passa pela irmã perante o juiz, abrindo mão em definitivo das terras. Sem sucesso, Mauro incendeia o fórum, impedindo o julgamento da ação.

Agora aliados, Fernanda e Heitor retornam a Porto do Céu, visando impedir os empreendimentos de Mauro. Eles convocam a imprensa para alertar que o anexo do hotel está sendo construído em terras que não são dele. Pedro também comunica ao grupo japonês que pretendia investir no hotel que as terras seguem em litígio. Os japoneses se revoltam com a informação e oferecem um punhal para que Mauro cometa suicídio. Sem medo de enfrentar o vilão, Fernanda o procura e o ameaça de morte, caso ele apronte algo contra Pedro. Nem assim, o malvado sossega. Atenta contra o sobrinho e é descoberto por Bruna, a quem acaba matando com um tiro. Cosme assiste a tudo e prende Mauro em flagrante. Aproveitando-se do desajuste mental do vilão, Heitor consegue fazer com que ele confesse seus crimes.

Na cadeia, bancando o arrependido, Mauro faz as pazes com o pai, enquanto engendra, com o auxílio de Amorim (Carlos Vereza), seu novo comparsa, uma perigosa fuga. Durante sua transferência para outra penitenciária, Mauro liquida os policias que o conduziam, e escreve, no asfalto, a palavra “vingança”, deixando todos os seus inimigos atentos. Mauro não demora a agir. Sequestra Natália, que é salva por Aníbal e Pedro, ficando os dois sob a mira do revólver do malvado. Vivi e Miguel assumem o lugar de ambos, mas Mauro quer mesmo é se acertar com Fernanda. Com a visão recuperada, ela imobiliza o ex-amante e parte com ele em um avião, que irá jogar, minutos depois, no mar, causando a morte de ambos. Vivi e Miguel estão livres para amar e Rubinho termina como começou: sozinho.


Cara & Coroa também deu espaço às fantasias de Antonio Calmon. Belinha, filha de Mauro e Heloísa, via o espírito de um garoto, Geninho (Luiz Fernando Camarão), que deixava um dos quadros da sala de Antenor para brincar com ela. O fantasminha também leva Anselmo (Tony Tornado), marinheiro e irmão de Dinda (Chico Xavier), fiel escudeira de Antenor, a Porto do Céu, para fisgar o coração de Margô.  Geninho é, na verdade, antepassado de Antenor. Apaixonado por Marina, mãe de Guilhermina, fora morto por Alberto, que era obcecado pela moça. A história toda é desvendada por Natália, que após ter uma visão com a bisavó, lê seu diário e descobre que a união de sua família com a de Mauro e Miguel é amaldiçoada por conta do amor não concretizado de Marina e Geninho.

Ganha destaque na trama o núcleo jovem. O namoro de Pedro e Júlia é abalado pela chegada de Diana (Danielle Winits), que vive um relacionamento aberto com Mobral (Heitor Martinez). A moça também encanta Fabinho (Carmo Dalla Vecchia), filho de Cícero, enquanto sua irmã, Nadja (Maria Maya) caí de amores por Mobral. E Júlia, que parecia sobrar nessa história toda, acaba descobrindo muitas afinidades com Alex (Bruno Marques), que por sua vez, já namora a escritora Clara (Carol Machado).


A trama de Cara & Coroa pode ser resumida em quatro atos: Vivi assume o lugar de Fernanda; depois, Fernanda é quem toma para si sua identidade; as duas se unem para ser a mesma pessoa, e por fim, passam ambas a viverem em Porto do Céu. Uma engenharia complicada que Antonio Calmon administrou muito bem, Wolf Maya regeu com primazia a direção, o elenco competente não desapontou em nenhum momento, e a ótima trilha sonora (em especial, a internacional) marcou aquele 1995. Vale a pena ver de novo, no Viva!

Viva o Palco Viva!
Novas edições comprovam a falta que musicais fazem à TV

O Globo de Ouro Palco Viva, estreia da última segunda-feira (17), é mais uma empreitada do Canal Viva na consolidação de suas produções próprias. Assim como as reedições do Sai de Baixo, veiculadas ano passado, a atração padece com as inevitáveis comparações. No entanto, diferentemente do programa humorístico, sempre atual, o Globo de Ouro Palco Viva aposta em um formato hoje praticamente extinto na televisão brasileira. Exatamente por este motivo, a atração exigiu muito cuidado em sua concepção e execução. E o Viva se saiu muito bem nessa recriação.

Os tempos são outros. A TV mudou. A forma de se ouvir música não é mais a mesma. Estamos longe de ficar, como nos anos 80, a espera de uma atração que nos apresente a parada de sucesso da semana, fosse ela veiculada no rádio ou na TV. Portanto, o Globo de Ouro Palco Viva surge como uma tentativa de se estabelecer, novamente, o hábito de se consumir música no meio televisivo e reatar o vínculo do público com grandes nomes do cenário musical brasileiro; hoje, em franca decadência. Sendo assim, talvez não fossem necessárias as apresentações de cantores atuais, com seus hits exaustivamente disseminados em playlists Brasil afora e a imagem desgastada pela exposição constante. O Globo de Ouro Palco Viva ressuscitaria apenas os elementos que fizeram seu sucesso no passado, e que, ao que parece, garantiram a repercussão destas novas edições: durante a apresentação de músicos tarimbados, as redes sociais registraram grande soma de comentários elogiosos. O mesmo não se viu quando cantoras como Anitta e Valesca Popozuda subiram ao palco, completamente deslocadas das outras atrações exibidas. Poderíamos ter tido a chance de apreciar apenas os profissionais “das antigas”; hoje, infelizmente, quase que em sua maioria, ignorados pela grande mídia.

A presença de novos nomes nas reedições de determinadas músicas, no entanto, foi uma escolha acertada. Certos talentos que já nos deixaram não poderiam ficar de fora desta nova versão da parada musical. Caso de Agepê, muito bem defendido por Diogo Nogueira, com ‘Deixa Eu Te Amar’. E também de Renato Russo e seu Legião Urbana, cuja voz de Thiaguinho enalteceu ‘Será’ e prejudicou ‘Pais e Filhos’, tamanha foram as firulas do cantor na tentativa de recriar a canção. A ótima Panamericana também reverenciou o Legião Urbana, assim como Cazuza, e ainda prestou uma homenagem aos Titãs. É pena que a banda não tenha participado, por falta de convite ou incompatibilidade de agendas, conforme acontecera com Rosanah. O mesmo para Rita Lee, cuja ‘Mania de Você’ foi muito bem defendida por Tulipa Ruiz. Cabe também elogios a Nina Becker, que veio com ‘Frisson’, de Tunai. Não se pode incluir neste meio, no entanto, a versão de Marcelo Janeci para ‘Menina Veneno’, do Ritchie.

O repertório selecionado para a atração tem se mostrado interessante. Alguns deslizes não chegaram a comprometer, mas merecem ser anotados: ‘Ouro de Tolo’, nem de longe, é uma das melhores composições de Raul Seixas, e tampouco fora bem executada pela banda Tono. E Alcione, ao entoar ‘Meu Ébano’, flertou com as novas gerações, mas desprezou as antigas, acostumada a ver a Marrom no palco do Globo de Ouro cantando sucessos como ‘Estranha Loucura’. O episódio “novelas”, exibido na última sexta, trouxe Guilherme Arantes em sua melhor forma, como há muito tempo não víamos. E mostrou que Baby do Brasil ainda ostenta os deliciosos timbres de quando ainda era Baby Consuelo e embalava Água Viva com o seu ‘Menino do Rio’. O mesmo para Ney Matogrosso e Milton Nascimento, com uma das melhores apresentações até o momento (‘Coração de Estudante’, com Wagner Tiso). Infelizmente, outros cantores foram prejudicados pela ação do tempo. É delicioso rever Kátia, Peninha e Dalto, nomes hoje pouco lembrados, e triste constatar que Sidney Magal não possui o mesmo tom de outrora.

O canal acertou ao abrir as novas edições do programa com um retrospecto da trajetória do Globo de Ouro. É importante contextualizar as novas gerações, que desconhecem a importância da parada musical para a TV, para os músicos e o grande público. Nas edições da atração e nas cenas dos próximos capítulos das novelas da época é que tínhamos acesso a novos hits. Um tempo longínquo deste de agora, em que qualquer um publica sua canção na internet e em instantes pode ser alçado ao mais novo ídolo do Brasil (o próprio site da atração dá essa possibilidade aos visitantes no “Momento É Com Vocês”). O Globo de Ouro era a consagração de muita gente que batalhou para viver de música até chegar aos dez mais.

E apresentar o Globo de Ouro também era sinônimo de sucesso. Que o diga César Filho, até hoje reverenciado pelo seu desempenho em frente à atração, fosse acompanhado por Cláudia Abreu, Cláudia Raia ou Isabela Garcia (a mais famosa das apresentadoras). Juliana Paes e Márcio Garcia estão muito bem nas passagens entre os números musicais. Embora não haja a aparente espontaneidade existente nas edições da TV Globo, podemos constatar que o texto elaborado conseguiu passar a impressão de entrosamento necessária à dupla.


Até o final da semana, temos ainda quatro edições do Globo de Ouro Palco Viva. O resultado final parece excelente, apesar dos pequenos deslizes aqui citados. Uma ode ao passado, uma grande homenagem a talentos da música, e um alerta para as novas gerações: músicas e músicos surgem e permanecem através de uma carreira calcada em trabalho, parcerias e boas composições; não em sucessos efêmeros e capas de revistas. Que possamos ver mais edições deste especial e também do Globo de Ouro original (cujos episódios dos últimos anos de existência já foram exaustivamente reprisados).

sábado, 22 de novembro de 2014


O Viva Retrô, horário de novelas que o blog sugeriu para o Canal Viva, se revelou um grande sucesso! O texto sobre Amor com Amor se Paga, do meu amigo Zé Filho, bateu recorde de visualizações, tão logo fora postado. Hoje, resgatamos outra trama das 18h, mas desta vez dos anos 70. Tenho certeza que vocês também adorariam rever este sucesso...


Epa, mais vale uma xepa na tela da gente...
Apenas o talento de Yara Côrtes já vale reprise da trama no Canal Viva

Cresci ouvindo elogios à Dona Xepa, por parte de familiares e amigos. Tão logo tive a oportunidade, busquei todo o material possível sobre a trama de Gilberto Braga, adaptada a partir da peça teatral de Pedro Bloch. Nunca me entusiasmei, no entanto, com a atualização da trama, Lua Cheia de Amor, nem com a nova adaptação do texto original, Dona Xepa, exibida na Record. O filme homônimo, porém, se revelou uma grata surpresa. Alda Garrido, que já havia imortalizado a personagem no teatro, vive Dona Xepa com maestria. Ainda assim, sonho em ver, um dia, o trabalho de Yara Côrtes, dando vida a esta que, sem sombra de dúvida, é mãe abnegada mais famosa da teledramaturgia brasileira. No Viva, já tivemos a oportunidade de conferir o talento de Yara em Top Model, História de Amor e A Viagem, ainda no ar. Mas nenhuma dessas atuações foi capaz de superar o papel que a consagrou.

Dona Xepa não foi um marco apenas na vida de Yara Côrtes. A novela simbolizou um novo tempo no horário das 18h. Era a primeira novela contemporânea na faixa, desde que o horário fora fixado, em 1975. Também a primeira a abandonar as adaptações literárias, apostando em um texto concebido originalmente para o teatro. E, até aquele momento, foi a mais ousada das novelas do horário. Cenas na piscina, com mocinhas de biquíni e mocinhos com um copo de uísque na mão, tomaram o espaço até então ocupado por fazendas coloniais e vestidos pesados. Os ideais de libertação dos escravos eram substituídos pelos intentos de ascender profissional e socialmente.

A novela, no entanto, tinha um pezinho no passado. Dona Xepa começa em fevereiro de 1975. Feirante, Xepa, ou Carlota Soares da Costa (Yara Côrtes), fora abandonada pelo marido há tempos, e se viu obrigada a trabalhar dia e noite, para que nada faltasse aos filhos. Conseguiu dar aos dois, Edson (Reynaldo Gonzaga) e Rosália (Nívea Maria), educação e regalias acima das que tivera quando na idade deles. Imbuída das melhores intenções, Xepa almeja alcança-los intelectualmente, mas não obtém sucesso em suas investidas. Às voltas com seus problemas financeiros, tem dúvidas se deve pagar sua licença de feirante ou a mensalidade do curso pré-vestibular do primogênito. Ou seja: ou ela trabalha ou o filho estuda. Enquanto a mãe queima os neurônios em busca de uma solução, Edson pensa em sair de casa, passando a dividir o aluguel com os amigos Ronaldo (Nardel Ramos) e Daniel (Edwin Luisi), moço boa-praça, eterno apaixonado por Rosália. Arrivista, a moça pretende se afastar o quanto for possível de suas origens humildes. E para atingir seus intentos, mira no editor de revistas Ivan (João Paulo Adour).

Ivan é tão ambicioso quanto Rosália. Funcionário da editora Becker, pertencente à família que ostenta tal sobrenome, ele pouco se importa com a suburbana. Só tem olhos para Heloísa (Fátima Freire), a filha dos patrões, Henrique (Ênio Santos) e Isabel (Ida Gomes, outra atriz que deixou saudades), a quem pretende conquistar, precipitando sua escalada dentro do grupo editorial. Rosália, em sua busca pela riqueza de modo fácil, também esbarra na família Becker. Conhece Otávio (Cláudio Cavalcanti), primogênito de Henrique e Isabel, e inicia um romance com ele. O rapaz, no entanto, não revela sua condição financeira, o que a leva a crer que ele é tão ou mais pobre do que ela e, consequentemente, terminar o romance. Manter sua fortuna camuflada ajuda Otávio a afugentar interesseiras; sempre rechaçou quem se aproxima dele com interesse no patrimônio de sua família. Obcecado por conquistas difíceis, Otávio despreza a riquinha Gisa (Patrícia Bueno), que lhe parece muito óbvia, e cai de amores por Helena (Ísis Koschdoski), que lhe não dá a mínima por ser absolutamente apaixonada por Edson, seu namoradinho de infância, que a ampara no momento em que ela perde o pai, Saraiva (Fregolente).

Desprezada por Ivan e por Otávio, Rosália parte em busca de outro bom partido. O eleito é Heitor (Rubens de Falco), que corresponde às investidas da moça, se revelando um completo apaixonado. Rosália o ludibria, negando sua origem, e por pouco não é descoberta por Edson, que, por entender as razões da irmã de querer fugir da superproteção da mãe, consente em esconder suas mentiras. Edson também está em busca do seu lugar ao sol e tem dúvidas se lá há espaço para a abnegada Xepa. Após ganhar um concurso de contos, ingressa no fechado círculo de intelectuais cariocas, onde é tratado como um escritor em ascensão, e realiza seu sonho de ir morar sozinho, acreditando que já não é de bom tom morar na vila pobre em que vive com a mãe não é. Edson também procura descobrir o paradeiro do pai. Investiga Corina (a ótima Zeni Pereira), feirante amiga de Xepa, e descobre que o pai trabalhara em uma rádio, onde consegue informações que dão conta da data de seu desaparecimento. É desta forma que ele passa a pressionar a mãe para descobrir o que acontecera com Joel (Castro Gonzaga), o marido que se escafedeu sem dar explicações.

Após a decepção com a saída do filho de casa, e os desentendimentos causados pelo esposo sumido, Xepa enfrenta a rejeição de Rosália. Prometendo lua-de-mel na Europa, Heitor consegue leva-la ao altar, sem que ela descubra sua verdadeira condição financeira. Milionário de berço, Heitor viu o pai, Raul Pires Camargo (Antônio Patiño), perder toda a sua fortuna, o que leva Glorita (Ana Lúcia Torre, excelente!), sua madrasta, ao desespero. Glorita almeja figurar entre os colunáveis do Rio de Janeiro e tem verdadeira obsessão por Isabel Becker. Dona de uma boutique, na qual trabalha Regina (Ângela Leal), grande amiga de Xepa, Glorita costuma usar as roupas de sua loja e devolvê-las para que sejam vendidas às parcas madames que frequentam o estabelecimento. A pobre Rosália, enfim, continuará tão pobre quanto sempre fora.

Para bancar a viagem de lua-de-mel, Heitor entrará em dívidas e assinará diversas promissórias. É a forma que ele encontra de manter o status que aparenta; homem de classe que é e fazendo jus à boa fama que conquistou como diretor do escritório de advocacia mantido pelo pai. O dinheiro que conseguira levantar, no entanto, não é suficiente para bancar a festa de casamento. Enquanto busca um jeito de impedir Xepa de participar da recepção (o que já fizera anteriormente no noivado, onde deixou a feirante restrita à cozinha), Glorita faz uso do dinheiro que a feirante consegue vendendo doces para fora para promover a festa. O matrimônio, entretanto, é ameaçado por Daniel. Trabalhando como fotógrafo numa revista de fotonovelas, o jovem consegue se tornar diretor da editora Becker, onde assume a revista Passarela e conquista a confiança de Joice (Marlene Figueiró), profissional experiente na redação, enfrentando a oposição de Ivan, principalmente após seu envolvimento com Heloísa. Indo à igreja, Daniel intima Rosália, mas é impedido por Regina, a esta altura trabalhando como atriz e apaixonada por Otávio, de promover um escândalo maior. Também Xepa, por pouco, não causa um grande burburinho. Ela quase não participa da cerimônia, uma vez que Glorita lhe dá bebida com sonífero, a qual Xepa não bebe porque é impedida por Cleonice (Marina Miranda), sua amiga que trabalha na casa de grã-finos.

Casada, Rosália se afasta cada vez mais da mãe, a quem passa a visitar apenas uma vez por semana, esquecendo-se das promessas de tirá-la do meio em que vivia. Pouco depois, se descobre grávida. Completamente apaixonado pela esposa, e ansioso pela chegada do bebê, Heitor simula o roubo de um valioso colar, aplicando um golpe em sua seguradora. Rosália encontra a joia em meio aos pertences do marido, ao mesmo tempo em que descobre que Heitor e o pai desviaram uma grande quantia das empresas de Henrique Becker. Decidida a ir embora do apartamento de Glorita, Rosália telefona para o marido, que, desesperado, parte em disparada ao seu encontro, sofrendo um acidente de carro que lhe tira a vida. Logo em seguida, Raul é preso, e Rosália, sentindo-se culpada, decide permanecer no apartamento de Glorita, que irá fazer de tudo para afastar Xepa da neta, considerando sua presença prejudicial à menina, Maria Carolina, cujo nascimento transfere a ação da novela para 1976.

Neste período, Otávio passa a trabalhar como bancário, deixando para trás a mansão dos pais e indo morar no subúrbio com um senhor aposentado. E passa a atuar como diretor de um texto teatral de Edson, patrocinado por Helena e Regina. O filho de Xepa se decepciona com a carreira literária, após descobrir que grande parte do sucesso de vendas de seus livros, vinha do dinheiro de Xepa, que adquiriu um grande número de publicações. A novela se encaminha para o final quando a ação tem um novo salto e chega aos dias atuais; ou melhor, em 1977. Rosália passa a atuar como modelo fotográfica, sustentando Glorita e Gisa, com este emprego conquistado por Daniel; agora, um importante homem dentro da editora Becker. Edson consegue sucesso com sua peça de teatro, inspirada na vida de Dona Xepa, que recebe uma homenagem em pleno palco. E termina feliz ao lado da neta, Maria Carolina.

A imprensa da época resumira o perfil da feirante da seguinte forma: “Dona Xepa é representante de uma classe menos privilegiada que chega a sacrifícios incomensuráveis para que os filhos estudem e cheguem a posições de destaque dentro da sociedade”. E Gilberto Braga completou: “Até que ponto os filhos que não pediram esses sacrifícios ficam implicados em retribuir material e afetivamente o que lhes foi dado? E os pais, que tanto deram de si, não cobrarão essa dívida, no futuro?”. O Canal Viva poderia nos conceder a chance de ver, ou rever, a novela, e saber se a trama foi feliz em sua abordagem. Por Xepa, por Yara Côrtes e por nós... #ReprisaViva!

terça-feira, 18 de novembro de 2014


O Vivo no Viva adoraria continuar revendo minisséries no Canal Viva, como as exibidas desde o início do canal até maio deste ano. Por este motivo, vamos continuar nossas sugestões de títulos aqui. Depois do sucesso Hoje é Dia de Maria, em outubro, hoje resgatamos a pouca lembrada Meu Marido.


Difícil veredicto
Meu Marido traz homem dividido entre esposa e advogada

O Viva já resgatou minisséries aclamadas por público e crítica; sucessos de audiência que marcaram a história do gênero no Brasil. Mas nem todas as apostas nesse ramo de dramaturgia se sobressaíram. Algumas como Contos de Verão e Sex Appeal, já reprisadas pelo Viva, passaram em brancas nuvens. O mesmo caso se aplicada a nossa sugestão de hoje, Meu Marido. Pouco lembrada, e até porque não dizer, obscura, a minissérie de Euclydes Marinho recorre a um tema já visto no cinema e também na teledramaturgia brasileira, como em Império: o envolvimento de advogadas com seus clientes. O mote, presente na novela de Aguinaldo Silva através de Carmem (Ana Carolina Dias) e Orville (Paulo Rocha), norteou também outra obra de Euclydes Marinho, a confusa Desejos de Mulher.

Na novela das 19h, Júlia Moreno (Glória Pires) via seu marido, Renato (Cássio Gabus Mendes), envolvido em um escândalo financeiro. Para defendê-lo, contratava a advogada Fernanda (Deborah Evelyn), que se apaixonava pelo acusado. Júlia, por sua vez, se envolvia com Chico Maia (Eduardo Moscovis), jornalista interessado em defender Renato perante a sociedade. A trama não deu certo e Deborah Evelyn e sua Fernanda acabaram afastadas, diante das muitas alterações as quais a novela foi submetida. Talvez em Meu Marido, por se tratar de uma obra de apenas 08 capítulos, Euclydes tenha se saído melhor. Júlia, Renato, Fernanda e Chico, de Desejos de Mulher, aqui correspondiam a Maria (Elizabeth Savala), Carlos (Nuno Leal Maia), Carmem (Imara Reis) e Bruno (Vicente Barcellos).

Carlos Zanata, um cidadão acima de qualquer suspeita, se vê acusado por porte de cocaína, na noite de Natal. Antes de entrar em casa, onde Maria e os filhos o esperam para a ceia, é abordado por policiais que, após uma varredura em seu veículo, encontram grande quantidade de entorpecentes no estofamento do carro. Com o marido em cana, Maria se vê obrigada a batalhar para provar sua honestidade. Encontra Carmem, criminalista que assume a defesa do réu, ao mesmo tempo em que passa a se relacionar amorosamente com ele. O caso ganha repercussão com este envolvimento e Maria, que segue ao lado do marido, só encontra apoio em Bruno, jornalista que tenta ajuda-la a reunir provas que inocentem Carlos. O que ela, nem ele, esperavam é que no decorrer das investigações surgissem indícios que fariam cair por terra a suposta integridade do outrora insuspeito pai de família.

Carlos, enfim, se revela um homem honesto. Auditor de contas da União, ele havia encontrado irregularidades em uma hidrelétrica e recusado suborno para arquivar o processo. Por este motivo, fora envolvido na cilada relacionada às drogas. Uma vez preso, aceitou o acordo tentado anteriormente, em troca de sua liberdade. Ao final, rejeitado por Carmem, que não suportava a convivência com ele, confessa a Maria que sempre soube quem o enviara à prisão, conta sobre o acordo feito na cadeia, devolve o dinheiro do suborno e reabre o processo que irá apurar as irregularidades na hidrelétrica. Só não tem pleno sucesso em seus intentos porque Maria, decepcionada, se recusa a retomar o casamento.

Meu Marido foi concebida como uma novela de aproximadamente 130 capítulos, que discutiria o casamento. Com a alteração de formato, deu-se preferência ao lado policial da trama, favorecendo o que Euclydes Marinho classificou em entrevistas, na época, como ‘drama noir’. Com estreia prevista para 09 de outubro de 1990, substituindo Riacho Doce, a minissérie foi reprogramada para maio de 1991 diante das alterações as quais o elenco inicial foi submetido, o que protelou as gravações. Nívea Maria deixou o papel de Maria para Elizabeth Savala, enquanto Carlos Vereza e Juca de Oliveira recusavam o protagonista Carlos. Na estreia, em 07 de maio, seus capítulos já estavam concluídos. A trilha sonora coube a Wagner Tiso e a direção a Walter Lima Jr., aclamado cineasta que, na ocasião, já havia dirigido Inocência (1983) e Ele, o Boto (1987), além de episódios especiais do Globo Repórter.


A minissérie chegou ao final de sua exibição no dia 17 de maio, mesma data em que Meu Bem Meu Mal, então cartaz das 20h30, se encerrava. Na segunda seguinte, estrearia O Dono do Mundo, em exibição no Viva. Reprisada apenas para o Distrito Federal, em virtude das eleições para prefeito, em 1996, Meu Marido merecia um repeteco no Viva. Estamos no aguardo!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014


Já sabemos que Pedra Sobre Pedra é a próxima novela das 14h30 do Viva. Mas depois da trama das 20h, quem sabe não poderemos acompanhar um dos maiores sucesso das 18h nos anos 80: Direito de Amar. Tramas da década dificilmente figuram neste horário, mas não custa nada nos mobilizarmos para conseguir rever um grande sucesso como este...


Pelo direito de se emocionar
Público das tardes do Canal Viva se encantaria com Direito de Amar

Rio de Janeiro, última noite do ano de 1900. Nasce um novo século, o XX. Nasce um grande amor, o de Adriano (Lauro Corona) e Rosália (Glória Pires). Renasce o horário das 18h da TV Globo, após uma interrupção de três meses e uma reprise tapa-buraco de Locomotivas, de Cassiano Gabus Mendes. A Noiva das Trevas, radionovela de Janete Clair, ganhou força nas mãos de Walther Negrão e brilho através da direção primorosa de Jayme Monjardim, tornando-se Direito de Amar, uma das mais belas produções globais da década de 80. A julgar apenas pela estética, a novela já seria uma ótima escolha para a faixa das 14h30 do Viva. Entretanto, Direito de Amar possui outros inúmeros elementos que justificam sua exibição.

Lembro de ter visto a novela em sua reprise no Vale a Pena Ver de Novo, numa versão de aproximadamente 80 capítulos. Minhas lembranças mais fortes dizem respeito à reta final, onde Rosália passa os dias enclausurada em uma torre, sob constante vigilância de um ermitão. Apenas mais uma das muitas provações pelas quais fora obrigada a passar, antes de se unir ao seu amado. Rosália era uma mocinha romântica; jamais sofredora. Seu comportamento diante das adversidades surpreendera seus pais, encantara Adriano e fez despertar no temido Senhor de Montserrat (Carlos Vereza) um amor tão grande que o mesmo quase se redimira perante os telespectadores, tamanha era a sua devoção à mocinha.

Quando a novela se inicia, Montserrat está em vias de executar a dívida de Augusto (Edney Giovenazzi), industrial que, diante da eminente falência, pensa em suicídio. É impedido, no entanto, pela chegada da filha, Rosália, que será sua tábua de salvação, ainda que isto lhe custe o seu “direito de amar”. Encantado com a menina, e acreditando ainda ser um homem forte e viril, Montserrat exige a mão de Rosália em casamento, como pagamento da promissória. Para ele, “não faz sentido que uma dívida passe de um século para outro”. Na mesma noite, durante um baile de máscaras, Rosália dança com um misterioso alguém, que lhe propôs um brinde não só ao início de 1901, como também a todos os anos subsequentes. Montserrat observa a cena e, preocupado com os arroubos da juventude aos quais Rosália está sujeita, decide precipitar seu matrimônio: promete esperar Rosália por três anos, mas quer que seu casamento civil seja realizado imediatamente. Apesar de ter aceitado a proposta, Augusto sucumbe a culpa e adoece, fazendo com que sua mulher Leonor (Esther Góes) aceite os termos de Montserrat. Ingenuamente, Rosália assina a certidão de casamento, na presença dos pais, de Montserrat e de um juiz que reconhece a legitimidade do documento. Está casada! E para que Montserrat não atente contra a moral da sua agora esposa, Leonor e Augusto a levam para um colégio interno. Na clausura, Rosália só faz recordar o belo mascarado de olhos azuis com quem dançou.

Ele é Adriano, que, por ironia do destino, vem a ser filho de Montserrat. Médico, por influência do amigo Jorge Ramos (Carlos Zara), opositor de seu pai, Adriano está de volta ao Rio de Janeiro, obstinado a cuidar da tia adoentada, Joana (Ítala Nandi), que Montserrat mantém trancafiada no sótão de sua nefasta mansão. Na mesma noite em que conhece Rosália, Adriano salva o pai após um acidente com sua carruagem e aceita seu pedido, para que volte a morar na casa onde fora criado, e que tantas lembranças ruins causam ao rapaz. Uma vez ali, Adriano só se sente bem na presença de Berenice (Célia Helena) e Raimundo (Rogério Márcico), caseiros da residência. Dois anos se passam e Adriano também segue obstinado a reencontrar aquela que conheceu na passagem do século.

Eis que Montserrat decide visitar sua prometida no internato e toma conhecimento de sua paixão pelo homem com que ele a viu dançar no baile de máscaras. Desconfiado de que o rapaz em questão é o seu herdeiro, Montserrat pede a Leonor e Augusto que busquem Rosália, para realizarem o casamento religioso o mais rápido possível. A precipitação tem razão de ser. Adriano, como médico, visitara o colégio interno e, tão logo cruzou seu olhar com o de Rosália, a abordou com as mesmas palavras que usara no baile. Estavam juntos novamente; desta vez, sem máscaras. O que Rosália sequer imagina, e que lhe causará grande decepção quando descobrir, é que Adriano, enquanto esteve sozinho, namorou Paula, a invejosa prima da moça.

Paula representa uma pedra no sapato do casal protagonista. Filha dos hilários Manel (Elias Gleiser) e Catarina (Yolanda Cardoso), donos da confeitaria onde a boêmia local se reúne, Paula se interessa por Adriano na mesma noite em que o médico conhece Rosália. Ardilosa, prometeu a prima que descobriria quem era o tal rapaz mascarado, mas ao invés disso, tratou de se apresentar com a moça com quem ele dançou. Desmentida pelo próprio Adriano, a vilã continuou insistindo, até os dois firmarem compromisso. Compromisso este desfeito tão logo ele reencontra seu grande amor, o que leva Paula até Montserrat, confirmando as suspeitas do banqueiro de que Rosália está encontrando seu amado. Pegos em flagrante por Raimundo, que os observava a mando de Montserrat, Adriano e Rosália são surpreendidos pela espantosa revelação que Paula lhes faz. “Você não pode ter o filho porque já pertence ao pai!” é a frase com a qual a prima malvada põe fim aos sonhos românticos de Rosália.

Revoltado, Adriano promete a Ramos que não irá mais ver Rosália e rechaça uma carta apaixonada da moça, intermediada por Tonica (Betty Gofman), sua grande amiga. Descrente com relação ao amor que o médico dizia sentir, Rosália aceita subir ao altar com Montserrat. Mas o que parecia resignação, a princípio, simboliza uma nova fase na vida da moça. Encerrada a cerimônia, Rosália dá as costas ao noivo e diz que, uma vez casada, passa a ser emancipada; portanto, dona de seu nariz. É assim que ela deixa a igreja rumo à pensão da mal falada Esmeralda (Cinira Camargo), onde passa a trabalhar como faxineira. Após receber a maledicente Paula, que enxota jogando um balde de água em sua cabeça, Rosália é surpreendida por um Adriano, ainda mais apaixonado. A união leva a um plano de fuga, fracassado por conta de uma epidemia de febre amarela no orfanato local.

Direito de Amar evocava as lembranças do início daquele próximo centenário no Rio de Janeiro. Das previsões de Nostradamus que faziam as personagens temer pela virada do século, passando pelos intelectuais e artistas boêmios, até a campanha de Oswaldo Cruz pelo saneamento básico. A abordagem da febre amarela surgiu para dinamizar o perfil contestador de Rosália. Interessada em angariar recursos para os cuidados médicos, a jovem concordou em posar, praticamente despida, para o pintor Danilo (João Carlos Barroso), que confeccionava cartões postais. Diante da repercussão negativa de sua atitude, que a afasta até mesmo de Adriano, Rosália se vê obrigada a aceitar o convite de Montserrat para se mudar para a mansão. Ela assim o faz, após ser intimidada, em plena luz do dia, por supostos homens de bem, que a achacavam por conta de suas poses sensuais nos cartões.

A atitude de Rosália surpreende Montserrat e entristece Adriano. Ciente de que agora tem a mulher sob seus domínios, o vilão se aproveita de um jantar em que reúne toda a família, sua e da esposa, para dizer que ele e Augusto realizaram um ótimo negócio com o casamento. O clima de animosidade se instala na mansão e não cessa nem mesmo quando Rosália confessa a Adriano que preferiu mudar para a casa de Montserrat do que ir para a residência dos pais apenas para ficar perto do amado. A situação se complica após Paula simular uma noite de amor com Adriano, que, dopado, não tem como argumentar diante da insistência de Manel, para que o médico repare o mal que fez a sua filha. Satisfeita com o sucesso de sua empreitada, Paula desfila de vestido de noiva pela confeitaria e atira seu buquê no colo de Rosália, ali em companhia de Montserrat. Inconformada com a traição de Adriano, a protagonista se deixa envolver pelo vilão, com quem vai cavalgar e sofre um pequeno acidente. Submetida aos cuidados de seu grande amor, Rosália, mais uma vez, se rende à paixão. O que ela não esperava é que Adriano, envolvido com o anarquismo, fosse ser baleado durante uma passeata pública, inviabilizando uma nova fuga do casal.

O tiro que atinge o médico faz Joana sucumbir ao desespero. Ela pressente o perigo que o rapaz corre e foge da mansão, sendo encontrada, em meio à multidão da passeata, pelo bondoso Padre Inácio (Cazarré). Até este ponto, acompanhamos a triste vida de Joana: reclusa por imposição de Montserrat no sótão de sua casa; vítima de sua violência, já que sempre a castigava fisicamente; auxiliada por Dr. Ramos, que demonstra extremo carinho por ela; e encontrando-se em segredo com Carola (Cristina Prochaska), supostamente, sua filha. Ramos, empenhado em seu tratamento, a faz se lembrar de sua irmã, Bárbara, por quem fora apaixonado. Montserrat e Ramos se acusam mutuamente pela morte de Bárbara, em um acidente com uma carruagem.

Após o tiro que imobiliza Adriano, Rosália decide ajuda-lo a se recuperar. Ao tomar conhecimento do fato, Montserrat envia os policiais à pensão de Esmeralda, onde o médico se refugiou. Adriano acaba preso e Ramos, o verdadeiro doutor anarquista, que vem ajudando os grevistas em suas passeatas, se entrega à justiça também. Eis que Adriano é libertado, enquanto Ramos é enviado para uma prisão distante do Rio de Janeiro. Ao interceder pelo médico, Rosália é surpreendida por uma exigência do marido: ela terá que cumprir os seus deveres de esposa. Após a libertação de Ramos, sem ter como fugir da promessa, Rosália se deita com Montserrat e só não é deflorada porque Joana irrompe o quarto, bradando aos quatro ventos que está sendo vítima de uma traição. Para fugir do assédio do marido, Rosália também conta com a ajuda de Mercedes (Suzana Faini, ótima!), governanta da mansão, apaixonada pelo patrão. Um novo fato, no entanto, irá conter os intentos de Montserrat: Ramos e Adriano abrem o túmulo de Bárbara e descobrem que ele está vazio; sendo assim, a primeira esposa do vilão está viva. Ao tomar conhecimento do caso, Rosália recusa-se a deitar com Montserrat, por ele estar cometendo o crime de bigamia.


A recuperação da lucidez de Joana levam ao paradeiro de Bárbara: tratava-se da mulher louca presa no sobrado; ou seja, Montserrat manteve a esposa trancafiada, enquanto todos acreditavam que ela estava morta. A chegada da verdadeira Joana, irmã gêmea de Bárbara que vivia em Paris como Nanette, uma cortesã, elucida em definitivo a trama. E expõe outro segredo: Ramos é o verdadeiro pai de Adriano. Para não ser preso por bigamia, Montserrat ignora as reações do médico e do suposto filho, e foge para a torre onde passou a manter Rosália trancafiada, desde que tomou conhecimento, por intermédio de Paula, que a mocinha iria fugir com Adriano.

É a ardilosa vilã quem vai ao encontro de Adriano no porto, relembra que está grávida dele (mentira, é claro!), e diz não ter conhecimento do paradeiro de Rosália; a esta altura, mantida sob a vigilância de um ermitão, Cipriano (André Valli). Descoberto por Ramos, Montserrat o convoca para um duelo. Ciente de seu fracasso, em todas suas investidas (em especial, na conquista do coração de Rosália), Montserrat aponta sua arma para o alto e se deixa balear por Ramos. Já Paula é desmascarada enquanto está no altar com Adriano, pela chegada de Cirineu Farfan (Carlos Gregório), que diz ser o pai da criança que ela espera. Eis que, em 1904, Adriano finalmente poderá cumprir o que prometera a Rosália no primeiro encontro dos dois: será um ano muito feliz, começando, aliás, com o casamento dos dois, enfim vivendo o amor em sua plenitude.


Além da trama deliciosamente folhetinesca, outros elementos fizeram de Direito de Amar um grande sucesso: sua trilha sonora primorosa; cenografia, figurinos e direção de arte; e o elenco, que trazia ainda Rômulo Arantes (Nelo), Priscila Camargo (Alice), Tim Rescala (o responsável pela trilha sonora de Meu Pedacinho de Chão, aqui interpretando Bodoque), Narjara Turetta (Mariana) e Rosana Garcia (Marizé). Uma grande novela, que com certeza, todo telespectador do Viva adoraria rever. Queremos #DireitoDeAmarNoViva!




Deixo vocês, leitores, com um vídeo publicado por 93Fr1, com o capítulo 155 de Direito de Amar, incluindo trechos de intervalo. Uma curiosidade de ordem pessoal: este capítulo fora exibido um dia após o meu nascimento, em 13 de agosto de 1987.