domingo, 25 de janeiro de 2015

Pedra Sobre Pedra

Saiba tudo sobre a nova novela do Viva com as matérias do nosso especial. Confira:


Sinopse: do início ao fim, o desenvolvimento da estória principal e das tramas paralelas.

Personagens: conheça o clã Pontes, o dos Batista e os demais moradores, excêntricos e encantadores, de Resplendor.

Trilha Sonora: as canções que embalam os romances e as intrigas de Pedra Sobre Pedra.

Bastidores: de títulos provisórios à gravações na Chapada Diamantina; curiosidades sobre cenas marcantes e muito mais!

Audiência: como Pedra Sobre Pedra elevou os índices de sua antecessora e se tornou um dos maiores sucessos dos anos 90.

Repercussão: saiba como a novela ocupou o cotidiano dos telespectadores ao longo de seus sete meses de exibição.

1992 na Globo: tudo o que rolou na programação da emissora enquanto Pedra Sobre Pedra esteve no ar.

1995 na Globo: a reapresentação da novela nos trinta anos da emissora, há 20 anos atrás.

O sucesso em Portugal: texto especial dos nossos convidados Nuno Sobral e João Costa, do site Brinca Brincando, sobre a exibição da novela em Portugal.


Sinopse

No passado, uma cidadezinha do sertão baiano viveu o apogeu da descoberta de diamantes, ao mesmo tempo em que assistiu o nascimento da rivalidade entre duas famílias. Ódio mortal que se perpetua até os dias atuais, no qual a tal cidade nada mais é do que um lugarejo marcado pelas glórias do passado, onde os habitantes almejam descobrir uma nova fonte de riqueza. Assim é Resplendor, o município que abriga os Pontes e os Batista.

Em 1964, a rivalidade ganhou contornos ainda mais fortes. Murilo Pontes (Nelson Baskerville) perdeu sua noiva, Pilar Faria (Cláudia Scher), para Jerônimo Batista (Felipe Camargo). A impetuosa menina abandonou seu amado no altar, após uma intriga do ardiloso Cândido Alegria (Francisco Farinelli), um mineiro que resolveu tentar a sorte em Resplendor, motivado pela ambição e o desejo de encontrar uma jazida para chamar de sua. Cândido fez com que Pilar acreditasse que Murilo era o pai da filha que sua melhor amiga, Eliane (Luciana Braga), estava esperando. Abandonado, e vendo sua noiva se casar com seu maior inimigo, Murilo tenta dar fim à própria vida. É demovido dos seus intentos por Hilda (Andréa Murucci), empregada de sua casa, que revela seu amor pelo patrão e consegue casar-se com ele. Enquanto isso, Pilar já está grávida de Jerônimo, que morre, desolado, ao descobrir que a esposa não irá lhe dar um filho varão, e assim perpetuar o nome de sua família. Cabe a Pilar dar prosseguimento ao ódio que separa os Pontes e os Batista, agora agravado pela história mal resolvida entre ela e Murilo.

Resplendor sobrevive à sombra dessa rivalidade. Até que, em 1992, três acontecimentos sacodem o cotidiano dos moradores do lugarejo: um novo veio de pedras preciosas é descoberto; um misterioso forasteiro morre, deixando o mulherio em polvorosa com suas aparições fantasmagóricas; e um novo casal surge para agravar ainda mais a disputa entre as famílias rivais.

Ao longo dos 178 capítulos de Pedra Sobre Pedra veremos o desenrolar dessas três tramas. Começando, em sua fase inicial, pelos mistérios envolvendo o retratista Jorge Tadeu (Fábio Jr.), diretamente ligado à descoberta da jazida de diamantes e ao assanhamento das cidadãs resplendorinas. Jorge Tadeu se apresenta como retratista. Fotografa as belíssimas mulheres da cidade em poses sensuais, valorizando a todas (jovens ou maduras, solteiras ou casadas) com seus cliques. Mas sua aparente função é apenas um disfarce para seus verdadeiros intentos: Jorge Tadeu é um geólogo contratado por Pilar (agora, Renata Sorrah) para pesquisar sobre as minas de diamante. Os dois quase são descobertos quando a população de Resplendor, especialmente o delegado Queiroz (Nelson Xavier), os encurralam na igreja local, acreditando que ali estavam ladrões de obras sacras. Pilar escapa por uma saída secreta que liga a paróquia à sua fazenda. È lá que ela dá de cara com Marina (Adriana Esteves), sua filha, e se vê obrigada a contar o que, de fato, levou Jorge Tadeu à Resplendor.

Marina, após anos estudando no exterior, está de volta à cidade. E entre as muitas coisas que tem para contar, o romance com Leonardo (Maurício Mattar), rapaz que conhecera no trem, é a melhor delas! O que ela não imagina, e Léo também não desconfia, é que eles estão no alvo do ódio que separa sua famílias e da disputa que seus pais pretendem travar entre eles pela prefeitura de Resplendor. Leonardo é o filho de Hilda (agora, Eva Wilma) com Murilo (agora, Lima Duarte). E agora? Será este um amor que nasce condenado ao fracasso? A princípio, sim. Também desconfiado da presença de Jorge Tadeu na cidade, após vê-lo na gruta em que costuma se encontrar com Marina, Leonardo decide buscar informações justamente com o ardiloso Cândido Alegria (agora, Armando Bógus), que lhe diz ter visto Marina e Jorge Tadeu se encontrando na igreja. Leonardo parte para o encontro com a namorada, movido pelo ciúme. Os dois trocam ofensas e, antes que partam para a agressão, decidem se separar.

Cândido está decidido em rifar Jorge Tadeu do mapa. Aproveitando-se da sua presença na igreja, e do sumiço do resplendor de uma santa do local, que ele encontrou, decide manda-lo a cadeia. Planta o tal resplendor no quarto de Jorge Tadeu, preso em flagrante por Francisquinha (Arlete Salles), a mulher de Queiróz que exerce mais autoridade do que o delegado. O que Cândido não imaginava é que as mulheres retratadas iriam invadir a delegacia, que Marina se apresentaria como advogada do “fotógrafo”, e que Úrsula (Andréa Beltrão), filha da beata Gioconda (Eloísa Mafalda), irmã de Murilo, motivada pelo amor que sente por Jorge, iria procurar um modo de desfazer o mal entendido.

Sem sucesso em sua investida, Cândido decide partir para uma nova empreitada. Após abrigar um grupo cigano em suas terras, passa a usar a mão de obra destes nas suas buscas por um novo veio de diamantes. É justamente o líder da trupe, Yago (Humberto Martins), que passa a seguir Cândido fielmente, acatando suas ordens para dinamitar o leito de um rio, onde acredita estar a nova fonte de pedras preciosas. Yago assim o faz, causando a queda da gruta em que Marina se encontrava com Leonardo, e deixando a herdeira dos Batista presa lá dentro. Já Murilo, que passava pelo local à cavalo, também é ferido, e encontra auxílio nas mãos de Vida (Luiza Tomé), irmã de Yago, e posteriormente, nos braços de Lola (Tânia Alves), sua amante.

A disputa se acirra entre Batista e Pontes no momento em que Leonardo, já ao lado de Marina novamente, deixa com ela pertences seus, que Pilar acaba encontrando. Na tentativa de despistar a mãe, Marina pede a ela que apresse sua candidatura. Com medo de causar um novo desentendimento com o amado, Marina pede a Vida que o comunique a respeito da solução temporária que encontrou. Só que a cigana tarda a chegar e Leonardo recebe a notícia da candidatura de Marina pela boca de Kléber (Cecil Thiré), o atual prefeito, no momento em que contava ao pai que havia estudado Engenharia de Minas e não desejava seguir carreira política. O casal volta a se desentender e a disputa pelo cargo máximo de Resplendor se acirra em definitivo.

A guerra só não se intensifica porque um acontecimento inesperado mobiliza o lugarejo. Jorge Tadeu é assassinado a tiros. O crime ocorre após Cândido exigir que seu capanga, o pistoleiro Sete Estrelas (Raymundo de Souza), invada o quarto do geólogo e roube as fotos comprometedoras que ele tirou das damas da sociedade resplendorense. Cândido envia os retratos aos maridos traídos, causando um rebuliço na cidade e a fuga de Jorge para a casa de Pilar. Sem encontrar sua protetora, ele acaba se abrigando no Grêmio Recreativo, espaço de lazer sexual da cidade, comandado pelo homossexual Adamastor (Pedro Paulo Rangel). Este esconde Jorge em seu quarto, mas Cândido já tomou ciência do esconderijo e revelou a todos os homens da cidade o paradeiro do safado. Naquela noite de lua cheia, o atormentado Sérgio Cabeleira (Osmar Prado), grita sem parar, por ter sido trancafiado em uma jaula pela irmã Lola, para que não fosse levado pela lua. As mulheres, atormentadas pelos gritos, não dormem. Os homens, inconformados com a saliência de Jorge Tadeu, saem em polvorosa. Pouco depois, Jorge Tadeu é encontrado morto.


É Alva (Lília Cabral), uma das meninas do Grêmio, quem encontra o retratista, já sem vida, coberto por uma nuvem de borboletas, que extraem dele o seu último desejo. Do lado de fora do Grêmio, Dona Quirina (Mirian Pires), a bisavô de Jerônimo Batista, de memória prodigiosa mesmo no alto de seus 121 anos, vê o vulto de um homem e diz se tratar do capeta. O caso se complica quando Murilo sugere arquivar as investigações, com o apoio dos homens de Resplendor, após revelar a estes que Jorge Tadeu anotou em uma caderneta os nomes das mulheres fotografadas, atribuindo a elas nomes de frutas exóticas. Já as mulheres querem justiça a qualquer preço, e encontram apoio em Pilar, que também lhes conta sobre a caderneta, agora desaparecida.


Cândido, ardiloso como ele só, se aproveita da bagunça para complicar ainda mais o já complicado passado do agora morto Jorge Tadeu. Planta em seu quarto provas de diferentes crimes ocorridos na cidade, como o leito dinamitado do rio, manchando de vez a reputação do retratista. Ele também intercepta o jipe que traz os cartazes da campanha de Leonardo, dando um jeitinho de incriminar Pilar. E causar atrito entre o rapaz e Marina, juntos desde que passaram a contar com o apoio de Hilda. E enquanto eles se amam, Pilar e Murilo se engalfinham em praça pública. O velho tenta colar os cartazes do filho na praça; a fazendeira rasga o material e parte para agressão. Assim, Murilo e Pilar rolam na lama, trocando tapas e ofensas.

MURILO - Galega afoita, abusada, pensa que pode comigo?
PILAR - Selvagem... O que mais lhe enraivece é que sabe que eu posso, sim. Sempre pude!


É Hilda quem cessa com a confusão, assistida de perto por Leonardo e Marina, que, não bastasse a vergonha de ver a mãe nesta situação, tem de ouvir seus impropérios.

PILAR - Use diplomacia, use todas as técnicas que quiser. Mas não se esqueça nunca que esse aqui é herdeiro do outro! Deve ser tão traiçoeiro, tão mesquinho, tão ruim quanto ele... É seu inimigo!

Leonardo sabe que Marina é a melhor candidata para a prefeitura de Resplendor. Tanto que, a sós com a moça, lhe confessa seu despreparo e enaltece as qualidades que farão dela uma excelente política.

LEONARDO - Sua mãe lhe preparou a vida toda para isso, lhe mandou para a Europa para estudar política. E você tem jeito para a coisa, deve continuar... Eu renuncio a Resplendor para ter a prefeita mais linda e charmosa do mundo.

Com a guerra entre Batista e Pontes, Cândido se fortalece perante o eleitorado. Instala um outdoor na praça, promovendo sua candidatura e irritando Murilo e Pilar com suas indiretas.

CÂNDIDO ALEGRIA - Minha campanha é limpa! Não emporcalho os muros não dou escândalo em plena praça, nem ameaço o adversário com violência!

E em meio à disputa, as tramas paralelas de Pedra Sobre Pedra vão ganhando força. A delegada Francisquinha, por exemplo, que tudo faz para poupar o marido doente, Queiroz, dos aborrecimentos da delegacia, nem sequer imagina que está sendo traído. Após quase flagrar o marido em uma cachoeira com a amante, Nice (Lu Mendonça), Francisquinha se vê nomeada por ele como a nova agente da lei em Resplendor. Já as mulheres resplendorinas recebem cartas anônimas, exigindo dinheiro em troca da preservação de suas intimidades. Ao tomar conhecimento do fato, Cândido conclui: quem roubou a caderneta está mandando tais cartas.

Em outro ponto da história, surge um novo romance. Carlão (Paulo Betti), irmão de Jerônimo e cunhado de Pilar, é um homem mal ajambrado, consumido por uma preguiça que só lhe permite vagar à noite, sempre bêbado, pelas vielas de Resplendor. Dorme durante o dia todo, até que um raio de luz ilumina sua vida. O raio de luz, entende-se, é a cigana Vida, que enfeitiça Carlão logo no primeiro encontro (ele a vê dançando ao acordar de uma bebedeira, em pleno acampamento cigano). O problema é que Yago não permite o envolvimento de sua irmã com alguém que não segue as tradições de seu povo. Vida, por sua vez, muito intuitiva, sabe que deve se entregar a Carlão, antes mesmo de um possível casamento. Com o auxílio de Adamastor, que apaixonado pelo patrão (já que Carlão é dono do Grêmio), decide agradá-lo, unindo-o à Vida. Mas nem tudo são flores nessa relação. Logo Adamastor passa a se corroer de ciúme, principalmente quando Carlão, na tentativa de ver a amada, é agredido pelos ciganos e jogado na mata. Vida o encontra, cuida de seus ferimentos com uma emulsão de ervas, e o leva de volta à cidade. Adamastor, que passou a noite em claro preocupado com o amigo, não se conforma em ver que o romance está progredindo e vai beber no bar de Sérgio Cabeleira. Enquanto isso, Carlão insiste, até fazer com que a cigana se entregue a ele. O amor entre os dois é tão intenso que, no momento em que se amam, uma chuva torrencial cai sobre Resplendor.

CARLÃO - Vida, foi sua primeira vez... Eu sou o único e isso... Significa que... Eu faço o que você quiser, enfrento seu irmão, seu povo inteiro. Mas eu quero me casar com você!

A chuva de amor causa estragos na cidade. Obriga Gioconda, que comandava uma procissão em desagravo à santa padroeira de Resplendor, Nossa Senhora da Luz, a se abrigar no antro de perdição local, o Grêmio Recreativo. Enquanto as beatas rezam, para repreender o mal que ali existe, Adamastor exige que a banda do estabelecimento toque cada vez mais alto. A chuva também faz cessar uma nova briga entre Pilar e Murilo, que exigiam que os filhos se afrontassem em praça pública, diante de toda a população de Resplendor. A chuva dissipa os conflitos e faz Marina cair doente, já que contrai pneumonia, enquanto tentava escapar do temporal.

LEONARDO – Eu não posso suportar isso, mãe. Marina precisando de mim... E eu aqui de pés e mãos atados por um capricho idiota de meu pai!

Na casa de Pilar, Marina delira de febre e chama por Leonardo. Pilar não entende nada. Eliane (Carla Marins) é quem impede a mãe de questionar a filha sobre o que está acontecendo. A agregada da casa é a filha da amiga de Pilar de mesmo nome, que a chefe dos Batista acredita ter sido fruto da traição de Murilo e a quem criou após a morte da mãe no parto. É ela quem coloca panos quentes na situação e impede Pilar de ser agressiva com Leonardo, que vai visitar Marina contra a vontade do pai, mas é impedido pela sogra de ver a moça. Hilda, penalizada com a situação do filho, interfere na situação. Consegue visitar Marina e, uma vez dentro da casa dos Batista, descobre a passagem que liga a residência à igreja. É por essa porta, escondida no quarto de Pilar, que Leonardo chega até Marina. Após um encontro apaixonado, ele tem dificuldades para sair do território inimigo, já que Pilar tranca a passagem secreto e Leonardo é obrigado a enfrentar, na penumbra, as vassouradas que recebe de Dona Quirina, que confunde o filho com o pai e diz que Murilo esteve ali. Para que a mãe não fique ainda mais desconfiada, Marina, tão logo se reestabelece e reencontra Leonardo na praça da cidade, trata de simular uma briga, que causa orgulho tanto em Pilar, quanto em Murilo, pelo embate caloroso dos filhos, rivais nas urnas.

Acontecimentos fantásticos continuam a rondar a cidade. O arbusto onde Jorge Tadeu urinava, após sua sessão de fotos, desanda a crescer. Kléber deseja destruí-lo, mas Ulisses (Jackson Costa), filho de Francisquinha e Queiroz e líder do movimento verde de Resplendor, o impede, auxiliado pelas mulheres resplendorinas, inclusive Ximena (Nívea Maria), a primeira-dama. Até que um bode desavisado come a plantinha. É Úrsula quem decide dar um novo estímulo à planta, regando o local em que ela estava com urina. O arbusto surge ainda mais viçoso. E no dia da chuva causada pela primeira vez de Carlão e Vida, Jorge Tadeu resolve agradecer a protetora da árvore. Após encontrar um cristal na rua, Úrsula caminha até o cemitério, esperando rever o espírito de Jorge Tadeu, que já aparecera para ela anteriormente. E Jorge dá sinal de vida. Sua mão, gélida, sai da terra e despe Úrsula, deixando-a de calcinha.

Jorge Tadeu também permanece “vivo”, graças a Pilar, que convoca uma reunião com as fotografadas para tentar descobrir algo sobre a caderneta e, consequentemente, o lençol de diamantes. E a pista surge na casa de Ximena, que encontra um revólver entre as roupas de Kléber. A caderneta também não tarda a surgir. Alva, que encontrou o corpo de Jorge Tadeu sem vida, tratou logo de surrupiar o documento. E de posse do mesmo, exige que as retratadas roubem as alianças de seus maridos em troca do silêncio e da entrega da caderneta comprometedora. Rosemary (Elizangela), perua desvairada que também se deitou com o fotógrafo, assim o faz, após forjar um teatro, no qual agride o marido, Ivonaldo (Marco Nanini), deputado federal e filho de Gioconda, por ele ter “perdido” o laço sagrado do matrimônio. Também temendo pelo seu casamento, Ximena procura Pilar, que vai ao encontro da chantagista, que lhe diz que, além de dinheiro, planejava se vingar das damas da cidade, que a consideram uma vadia enquanto se deitam com o amante retratista.

O que Alva não imaginava é que Adamastor, desconfiado de seu comportamento, revirou o quarto da gaúcha e encontrou a caderneta, que escondeu num cesto de roupa suja. O problema é que uma cigana do acampamento já levou as peças para lavar, conforme combinado com o gerente do Grêmio. Adamastor corre ao acampamento, onde Vida lhe informar que entregou a caderneta a Carlão, para que ele devolvesse a quem a havia perdido. Só que Carlão, com uma diarreia fortíssima e incontrolável, se distrai no mato e perde o precioso registro.

Enquanto isso, Hilda descobre que o marido, Murilo, mantém uma amante fixa no Grêmio Recreativo. Ela se dá conta de que Lola é a escolhida do marido e, após uma breve crise de depressão, decide reagir. Uma reação, no entanto, bastante estranha: Hilda procura Lola e pede a ela que dê um ultimato à Murilo: ou ele se decide por ela ou ela vai embora de sua vida. Murilo dá de costas para a moça e ainda estabelece um prazo para que Lola deixe a cidade em definitivo.


Em meio à rotina atribulada da cidade, surgem os portugueses Ernesto (Carlos Daniel) e Inês (Suzana Borges). Ainda em sua terra natal, os decides decidem visitar a avó, que está bastante adoentada. A velhinha os leva a um lugar ermo, onde morre após lhes entregar um baú, no qual estão cartas de Benvindo Soares (Buza Ferraz), português que procurou fazer fortuna em Resplendor e possuía um laço sanguíneo com Inês e Ernesto. Nas correspondências, Benvindo indica a existência de um lençol de diamantes de sua propriedade, o que motiva os irmãos a seguirem para o Brasil. O que eles nem imaginam é que as terras foram usurpadas por Cândido, após este assassinar o colega Benvindo. E as surpresas desagradáveis estão só começando: assim que chegam a Resplendor, os dois são assaltados. Yago os ajuda, levando ambos para o acampamento cigano. É lá que Ernesto e Inês ouvem Cândido pedir ao líder do grupo que continue a garimpar as terras que ganhou de Benvindo. Ernesto, desconfiado, decide investigar o passado do mineiro até descobrir com quem, de fato, está lidando.

Ainda no acampamento cigano, Vida é alvo de uma investida ousada de Carlão. Ele pede a bisavó uma erva que faça a pessoa dormir. Quirina indica uma planta, que deve ser colhida por uma virgem (Carlão convence Lys (Daniela Faria) a executar tal tarefa). Adamastor prepara a infusão e o beberrão induz Vida a bebê-la. Carlão então a pega nos braços, já dormindo, e a leva para uma gruta. Adamastor, que o seguiu, pensa em soltar a moça, mas Carlão o impede. Vida, no entanto, continua resistindo as investidas do rapaz, que deseja que ela abandone suas tradições para ficar com ele. Almejando se livrar das amarras, Vida inicia uma greve de fome. É quando Carlão, temendo pela sobrevivência da amada, decide libertá-la. E para sua surpresa, Vida, que naquele momento compreende a força do amor de Carlão, decide ir morar com ele, na fazenda dos Batista.

Já Yago se vê no meio de outra trama paralela. Eliane ouve uma conversa entre Pilar e Marina, na qual a mãe confidencia a filha que Jerônimo tratou de garantir a posse do veio de pedras preciosas que Jorge Tadeu estava procurando. Acreditando que Yago sabe de algo sobre os tais lençóis, Eliane se insinua para ele em uma cachoeira. Seduzido pelo vestido molhado da malvadinha, o cigano a beija. E Eliane, se fazendo de pura, foge “acanhada”. Logo, a moça consegue invadir a tenda de Yago e roubar a caderneta, que entrega a Cândido em troca da revelação de um importante segredo: a identidade de seu pai. O mineiro, com fez na juventude, mente, acusando Murilo Pontes de ser o genitor de Eliane. Revoltada com a descoberta, a vilã vai até casa de Pilar, arruma suas coisas e ofende aquela que a criou:

ELIANE - Eu nunca tive a menor importância para a senhora. Sempre me senti sobrando nessa casa. E para não ser jogada na rua eu lhe servia de empregadinha!

Eliane, convencida por Cândido, bate à porta de Murilo. Temendo ser realmente pai da moça, o patriarca dos Pontes procura sua maior rival, que aproveita para lhe rechaçar, como fizera no dia do casamento que não aconteceu:

PILAR - Se há vinte e cinco anos eu não lhe respondi essa mesma pergunta, você não espera que vá lhe responder agora.

Murilo acaba por aceitar a presença de Eliane entre os seus, temendo prejuízo à candidatura de Leonardo. O prejuízo para o rapaz é inevitável, embora, diferente do que pensara o pai, envolve o seu envolvimento amoroso e não o político. Fazendo-se de boazinha, Eliane procurar Pilar e se desculpa pelas grosserias ditas anteriormente. Para mostrar que está realmente arrependida, ela delata o casal Marina e Leonardo. A chefe dos Batista decide conferir a veracidade da informação: vai até a cabana e encontra a filha aos beijos com o filho do inimigo. Sentindo-se traída, Pilar procura Murilo e lhe conta o que está acontecendo. Os dois seguem para a cabana, de onde Pilar leva a filha, arrastada, enquanto Leonardo tenta acalmar o pai, que passa mal ao ver seu herdeiro na cama com Marina.


A trama de Jorge Tadeu volta à baila quando um eclipse causa o surgimento da frondosa árvore do retratista, o que marcou a narrativa de Pedra Sobre Pedra. Uma constante espuma jorrou do arbusto da praça, para desespero de Kléber, que chegou a cogitar construir um banheiro público no local. Na tal noite de lua cheia, com eclipse, Úrsula invoca Jorge Tadeu em um ritual. Envolvida por um vento forte que sopra repentinamente, a esotérica nem percebe que uma árvore imensa, tomada por uma flor de formas estranhas, está adornando a praça central. Kléber decide liquidar com o fenômeno, empunhando uma motosserra. Mas Marina e Leonardo o impedem, assim como Úrsula, que passa a fazer vigia em torno do tronco.

JORGE TADEU - Você não meu chamou? Eu vim!


A esotérica colhe uma das flores da árvore, com a qual se delicia. Úrsula adormece repentinamente e ao acordar se depara com Jorge Tadeu materializado em sua frente. Ele lhe conta que não pode aparecer durante o dia e que também só irá visitar quem realmente acreditar na sua existência, mesmo depois de morto. Feliz da vida, Úrsula se entrega ao amado, com quem uma intensa noite de amor. Ao contar o que aconteceu à mãe, Gioconda decide tomar uma atitude drástica: internar a filha em um manicômio. Úrsula vai, ciente de que não pode escapar de sua sina, sem notar que a árvore da praça central derrubou lágrimas de sangue com sua partida. É Murilo quem, temendo pela reputação da família, traz a sobrinha de volta a Resplendor, usando de sua autoridade e de uma arma com a qual acua o médico de plantão na tal clínica. No retorno para a casa, Úrsula se diz curada das alucinações que tivera, tentando convencer Gioconda de que ela está bem e assim, podendo ficar em paz para viver seu amor transcendental com Jorge Tadeu.

Um outro crime acaba trazendo a investigação da morte do retratista à tona novamente. Nice descobre que o taxista que levou os portugueses até Resplendor está de posse de uma cigarreira de prata com o nome de Ernesto. Ela delata o criminoso à Queiróz, que o prende, mas o liberta em seguida, ao ser ameaçado pelo bandido: ou lhe concede a liberdade ou verá revelado o seu romance clandestino com a gerente da pensão de Cândido. Acuado, Queiróz também permite que Francisquinha faça a reconstituição da morte de Jorge Tadeu, contando com Adamastor como criminoso e Arquibaldo (João Carlos Barroso), seu assistente, como vítima. É quando Alva revela a Adamastor que estava escondida embaixo da cama no momento do crime, mas só pode ver um par de botas, do tipo mais comum que existe, próxima à cama, antes dos disparos que vitimaram o pobre fotógrafo. Adamastor tenta obrigar Alva a contar esse detalhe à Francisquinha, mas a gaúcha se safa, ameaçando revelar a Heraldo (Roberto Frota), capanga de Murilo, que sua irmã, Lola, é amante de seu patrão. Enquanto isso, Gioconda pede ao empregado que limpe suas botas. Heraldo assim o faz, mas estranha ao encontrar os restos de uma borboleta morta em um dos solados.

O caso Jorge Tadeu continua em voga, uma vez que Cândido Alegria, que não encontrou evidências sobre o lençol de diamantes na caderneta, decide chantagear as retratadas, na busca por informações. Para cada mulher com quem se deitou, Jorge Tadeu atribuiu um elogio truncado, relacionando-as a frutas exóticas. Cândido, para pressioná-las, envia um cesto com as determinadas frutas a cada uma delas: para Ximena, fruta do conde; para Rosemary, sapotis; para Úrsula, pitangas; e para Suzana Frota (Isadora Ribeiro), respeitada cidadã resplendorinas cujo marido está vegetando há anos, manga rosa.

Enquanto isso, Yago, bêbado e transtornado após a saída da irmã de sua tribo, invade o Grêmio Recreativo. Lola tenta tirá-lo de lá, enquanto Adamastor induz Carlão a esperar o cigano sair para poder transitar tranquilo no salão. Mas Yago não sai. E ao ver Carlão se aproximar, apanha seu punhal com força. Com medo de ver o amigo morto, Adamastor se coloca diante da lâmina do cigano, desfalecendo em seguida, nos braços de Carlão. Francisquinha então prende Yago em flagrante, mas Adamastor, tão logo se recupera, atende a um pedido de Vida e retira a queixa contra o irmão desta, por devoção a Carlão.

Livre, Yago vive um momento mágico com Eliane, que o seduzira para tomar posse da caderneta que estava no acampamento cigano. Evitando encontrar-se com a moça, desde que soube dos intentos ardilosos dela, Yago não resiste a tentação e permite que ela se aproxime dele. Ela então explica que fez o que fez para poder descobrir o nome de seu pai. Com raiva, Yago pergunta a Eliane com quantos homens ela já se deitou para conseguir o que quer. Ofendida, Eliane sai correndo, mas o cigano a alcança e a possui, em uma manta estendida sobre a mata. Inebriada com o momento mágico, a moça diz que faria tudo para ficar ao lado dele. Já Yago não age com o mesmo romantismo, deixando a malvadinha transtornada:

YAGO - Eu gostei de lhe ter. Foi bom. Principalmente porque foi a primeira vez... Mas quando eu tiver vontade de me desafogar não preciso de você. Vou atrás de uma outra gaja qualquer...

As tradições ciganas também influem no relacionamento de Daniela (Patrícia Furtado), filha única de Ivonaldo e Rosemary, com Tíbor (Eduardo Moscovis), sobrinho de Vida e Yago, que também encanta Lys. A moça até ensaia um relacionamento com Bruno (Selton Mello), filho de Nice com quem namorou na infância, mas a atração pelo ciganinho fala mais forte. Tíbor chega ao ponto de furar os pneus do carro de Bruno, para assim ficar a sós com a moça no meio do mato, por toda a noite. Os dois fazem amor em cima de uma carroça, na qual dormem abraçados. Mas o cavalo que conduz o carro acaba por leva-los até Ivonaldo e Heraldo, que ao verem a cena, não sabem se capam ou matam Tíbor logo de uma vez. Padre Otoniel (Antonio Pompeo) Ao ter seu romance descoberto, Daniela é obrigada pelo pai a viajar para o exterior. Ela então procura Tíbor e termina o namoro. Mas em nome do amor, o rapaz dá adeus a seu povo, decidido a viver ao lado da moça. Padre Otoniel, por sinal, é uma boa alma, que facilita os encontros de Leonardo e Marina. Mas que enfrenta a resistência de Gioconda, que não admite que sua igreja seja dominada por um padre preto.

Falando em Marina e Leonardo, a descoberta do romance dos dois que quase matou Murilo e decepcionou profundamente Pilar, ainda trará muitos transtornos ao casal. Marina bem tenta convencer a mãe a acabar com a rivalidade entre as famílias e deixa-la ser feliz, mas Pilar ordena que ela escolha: ela ou Léo. Já este e o pai se enfrentam para valer, a ponto do filho acusar Murilo de ainda ser apaixonado pela noiva que o abandonou no altar.

LEONARDO - Não estou nem um pouco interessado nessa competição idiota. Já decidi o rumo que vou dar à minha vida. E não preciso de sua aprovação!

Após esse desaforo disparado por Léo, Murilo o expulsa de casa. É a chance do jovem se encontrar com Marina:

LEONARDO - Você precisa ser prefeita de Resplendor. Essa é a única maneira de ficarmos mais fortes do que ela, do que eles. Depois que você conseguir o que sua mãe sonhou, você não vai dever mais nada a ela e aí a nossa vida é nossa. Batistas e Pontes vão se unir para sempre e eles não vão ter mais nada para disputar!
           
É com este argumento que Leonardo induz Marina a procurar Pilar e dizer que irá disputar a prefeitura e ficar ao lado da mãe, em detrimento ao seu amor pelo herdeiro dos Pontes. De conluio com a amada, Leonardo chega a simular um interesse na portuguesa Inês.

As investigações acerca da morte de Jorge Tadeu continuam movimentando Resplendor. Francisquinha, após a mal sucedida reconstituição do crime, decide interrogar todos os homens casados ou amasiados da cidade. Ivonaldo dá um jeito de fugir da raia, seguindo o conselho de Gioconda e viajando para Brasília, onde negocia verbas para sua campanha à prefeitura. Já Kléber não consegue escapar da tirania da delegada e diz que “estava dando uma voltinha” no momento que o retratista foi morto. Ao chegar em casa, Kléber encontra Ximena com uma flor da árvore de Jorge Tadeu. Ele ordena que a mulher lhe entregue a plantinha, mas ela se recusa, a ponto de engolir a flor de uma vez só. Assim como já acontecera com Úrsula, Ximena desmaia e ao voltar a si, encontra Jorge Tadeu, de carne e osso, na sua cama. Os dois se amam intensamente e Ximena, encantada, corre contar a Úrsula o que aconteceu. É quando a esotérica nota que a flor está relacionada à aparição do retratista e, com ciúmes, passa a evitar que outras pessoas engulam a planta da perdição.

Na cidade vizinha, Serro Azul, Ernesto encontra uma pista sobre o testamento do pai. Ele vê a certidão de doação de terras para Cândido Alegria, mas percebe que a data é anterior à carta que Benvindo enviou para Portugal. Sem entender porquê o pai notificou a família a respeito de terras que já havia doado, Ernesto vai procurar por quem vivia em Resplendor naquela época e pode trazer novos fatos para a história. Com Dona Quirina, Ernesto descobre que o corpo de Benvindo nunca foi encontrado, mesmo com Cândido Alegria varrendo toda a Chapada Diamantina, na busca pelo sócio. O malvado mineiro, por sua vez, pede ao capanga Sete Estrelas que vigie os portugueses. Assim, descobre que Ernesto foi buscar uma cópia do testamento de Benvindo em Serro Azul. Cândido então invade o quarto de seus hóspedes e, através do passaporte, descobre que os irmão são filhos do português falecido.

CÂNDIDO ALEGRIA - Os dois mandriões são filhos do meu compadre e eu tenho que pensar em uma maneira bem justa para castigar os dois...

Ainda tramando das suas, Cândido decide procurar Pilar e lhe propor casamento, em troca da partilha do novo veio de diamantes. A matriarca dos Batista fica ojerizada com a proposta. Mas Cândido, irredutível, usa as informações que obtivera com Eliane para chantagear Pilar: irá prejudicar a carreira de Marina e destruir a reputação da família Batista ao revelar que foi Pilar quem contratou Jorge Tadeu, para encontrar uma jazida e tirar proveito dela, em detrimento à cidade. Apesar de se manter irredutível, a princípio, Pilar acaba voltando atrás e pedindo a seu eterno admirador um tempo para pensar. Foi o meio que a fazendeira arranjou para conseguir descobrir uma forma de tirar a caderneta do retratista das mãos de Cândido Alegria, algo que ela desconfiava e só confirmou ao ouvir de Marina que Eliane entregou a papelada para o mineiro para descobrir o nome de seu pai. O que Pilar não imagina é que a página com a localização da jazida não está mais na caderneta.

MURILO - O que lhe falta é um homem de verdade que lhe acalme, que acabe com seus achaques... Isso é biológico! Até suas insônias vão terminar... Quer ver eu lhe amansar? Eu lhe domo como uma égua xucra! No braço. Na força!

Num encontro casual na chapada, Murilo e Pilar disputam uma corrida a cavalo. O animal que ela monta dispara sem motivo aparente, obrigando Murilo a segurá-la em seus braços. Após pararem para descansar, os dois começam a trocar insultos e terminam em um longo e demorado beijo. É quando Pilar, para fugir da atração que ainda sente pelo ex-noivo, lhe conta sobre o pedido de casamento de Cândido. Alegando motivação política, Murilo diz que irá impedir a união; na verdade, o ciúme é quem fala mais alto.

Pouco depois, Pilar procura Adamastor e lhe propõe aliança, para retirar a caderneta das mãos de Cândido. Temendo ser acusado do assassinato de Jorge Tadeu, o gerente do Grêmio aceita a parceria e indica Nair (Paula Burlamaqui), uma das meninas do bordel, para seduzir o dono do hotel-fazenda. Cândido, por sua vez, mente a Kléber que Murilo planeja apoiar um candidato a deputado estadual, inviabilizando a ligação política entre os dois. Se sentindo rejeitado, Kléber transfere seu apoio para a candidatura a prefeito de Cândido.

Murilo, enquanto isso, continua tentando arquivar o caso da morte de Jorge Tadeu. Ele chantageia Queiroz, ameaçando revelar a Francisquinha o seu romance clandestino com Nice, caso o delegado não impeça a mulher de investigar o crime. Francisquinha, que a princípio se calou diante da voz altiva do marido, retoma seus intentos, confessando a seu assistente, Arquibaldo:

FRANCISQUINHA - Eu sou dura na queda. Sou teimosa, tinhosa, manhosa. Sou mais difícil de levar que jumento empacado. E é por isso que eu lhe digo que nem que chova canivete, nem debaixo de cacete, nem que seja a última coisa que eu faça na vida, do quem doa a quem doer, custe o que custar, eu descubro quem matou Jorge Tadeu!

Jorge Tadeu, mesmo morto, continua rendendo assunto. E paixões! Bruno, o filho do delegado com Nice, descobre uma calça do retratista no hotel-fazenda. Após disputar a peça com Ximena e Suzana, Úrsula sai vencedora. Suzana fica desolada, mas pouco depois, é contemplada com uma flor da árvore, que despenca acertadamente dentro de seu decote. A moça leva a planta para casa e a coloca em um vaso, se deliciando com o perfume exalado pela mesma. Bilico (Ricardo Pavão), o enfermeiro do marido entrevado de Suzana, fica enciumado com a devoção da patroa à flor, resolve dar um jeito de destruí-la, picando-a em vários pedaços e a servindo em uma salada. Sem querer, Suzana come a flor e é contemplada com a visão do paraíso: Jorge Tadeu, mais vivo do que nunca!

No lado romântico da estória, Leonardo e Marina decidem se casar! Uma união simbólica, proposta por Padre Otoniel ao surpreender o casal em um de seus encontros na sacristia. O sacerdote abençoa o casal e passa a batalhar para que Pilar e Murilo aceitem o enlace dos filhos. E é no caminho da igreja que Jorge Tadeu e sua árvore aprontam mais uma das suas. Enquanto Rosemary se encaminha para a missa, uma flor despenca sobre ela. Feliz por ser contemplada com o tal presente, ela dá meia volta, veste uma sensualíssima camisola, e dá garfadas na flor, trazendo o amante de volta à vida. Os dois se amam, até que Ivonaldo surge, promovendo uma situação que remete ao filme Dona Flor e Seus Dois Maridos. O realismo fantástico marca presença também na trama de Sérgio Cabeleira. O prefeito Kléber, intrigado com o comportamento do dono do bar, decide trancar toda a sua casa, incluindo a jaula na qual Sérgio se enfia nas noites de lua cheia. Desesperado, o careca procura Lola, e ruma com a irmã para a floresta. Hilda, que assiste a tudo, vê a cena e o segue, auxiliando Lola a amarrar Sérgio a uma árvore, para impedir que ele seja levado pela força da lua cheia.

Já no hotel-fazenda de Cândido Alegria, Nice fica desesperada quando Sete Estrelas presenteia Bruno com um revólver e conta ao rapaz que ele e sua mãe foram casados, o que traz suspeita em torno de sua paternidade. Decidida a desmistificar a história, Nice conta que Queiróz é o pai do garoto, já que fora amante do delegado enquanto ainda estava casada com o capanga. Sete Estrelas não aceita e persiste em seus intentos, tomando um tiro de Nice, presa em flagrante pelo próprio Queiróz. Na cadeia, o delegado tenta se esquivar de sua responsabilidade, para não ser descoberto pela esposa. Tarde demais... Sete Estrelas já contou tudo sobre a traição para Francisquinha, que abandona o marido e a delegacia.

IVONALDO - A minha mulher está me traindo com um morto!

Agora trabalhando como detetive particular, Francisquinha se surpreende ao ouvir a confissão do político. Ao ouvir uma conversa entre a esposa, Rosemary, e a irmã, Úrsula, Ivonaldo descobre que dividiu a cama com sua amada e com Jorge Tadeu. A descoberta faz de Ivonaldo um novo homem. Ele começa a ter encontros furtivos com Suzana, enquanto coloca Rosemary para dormir no chão e, bêbado, diz desaforos à mãe, Gioconda.

IVONALDO - A senhora não é mãe de ninguém. É uma coruja agourenta... Sua bruxa, sua megera, bruaca... Se hoje eu sou o que sou, uma pamonha mal costurada, um paspalhão em que todo mundo manda, é graças à senhora!

Decidido a pôr fim à infidelidade da esposa, Ivonaldo pede a Francisquinha que verifique a autenticidade da flor de Jorge Tadeu. E a delegada não demora a executar o serviço. Ronda a árvore que tomou a praça central e toma satisfações com Ximena, que se enciúma diante do interesse de outra mulher no seu retratista. Jorge Tadeu, do além, percebe o interesse de Francisquinha e trata de aparecer para Úrsula, a única que o ama e não precisa da flor para vê-lo, pedindo que ela entregue à detetive um das flores de sua árvore. Úrsula, primeiro, se certifica de que as intenções de Francisquinha com este encontro são puramente profissionais. Depois, compra uma camisola e leva à flor de Jorge Tadeu à mais nova conquista do fotógrafo. Só que Francisquinha, após anos de abstinência, dá trabalho a Jorge Tadeu. Só relaxa após uma sensual sessão de fotos e explode de êxtase, como um vulcão em erupção. Após o amor, Francisquinha indaga Jorge Tadeu, que diz não ter visto quem o matou, já que estava dormindo, embora exima Adamastor da acusação.

Cândido Alegria, nesse meio tempo, continua tramando para tirar os irmãos Ernesto e Inês de seu caminho. Ele envia uma carta anônima aos dois, marcando um encontro na Gruta da Perdição, a fim de, supostamente, revelar detalhes sobre a morte de Benvindo. Inês bem que tenta convencer o irmão a contar para alguém de confiança os intentos dois nessa estada em Resplendor e o encontro na gruta. Os dois escolhem Leonardo para partilhar o segredo, mas Ernesto, ao vê-lo garimpando diamantes, acha melhor evitar abrir sua história com o engenheiro de minas. Cândido também segue para o encontro sozinho, detonando, ele mesmo, as dinamites que prendem Ernesto e Inês dentro da gruta. Vida testemunha tudo, e mesmo com as ameaças do mineiro, corre para buscar ajuda. Só que Cândido é mais rápido e, para se livrar da acusação, atribui a Yago a autoria do atentado. Enquanto Murilo tenta mobilizar a população para salvar os portugueses, Queiroz corre prender Yago e encontra dinamitas plantadas por Cândido na tenda e na carroça do cigano. Eliane, apaixonada, parte a cavalo para salvar Yago, que é liberto das garras do delegado por Tíbor, fugindo pela mata. Encontra Eliane, que passa a lhe dar guarita, enquanto  os portugueses são salvos por Leonardo, que remove as pedras da entrada da gruta com o auxílio de sua moto. Eliane, por sua vez, omite a sobrevivência de Ernesto e Inês, fazendo Yago acreditar que está sendo procurado pela morte dos dois.

A discórdia está sempre associada a Cândido. Ao ir levar o anel de noivado à Pilar, o mineiro é surpreendido por Murilo, que perde o controle ao ver o presente. Gioconda chama o irmão à razão, mas a confusão já foi feita e o anel se perdeu em meio ao fuzuê. Sorte de Alva, que encontra a peça e retoma os sonhos de grandeza do tempo em que roubou as alianças das resplendorinas. Pilar também tem um ataque, ao descobrir que Murilo é o homem misterioso que visita o Grêmio, para encontros furtivos com Lola. Diante da fúria da ex-noiva, o chefe dos Pontes reage, inflado:

MURILO - Mas as duas estão querendo se engalfinhar por minha causa, é? Lola, pelo menos, já experimentou várias vezes... Agora, a senhora dona Pilar Batista, excitada do jeito que está... Será que não está com vontade de provar um pouquinho?

Enquanto o casal se enfrenta, Cândido decide tomar noção dos meandros de um casamento. Para isso, passa a ter aulas com Nair, facilitando os planos arquitetados por Adamastor e Pilar. O problema é que sempre que a prostituta o toca, Cândido tem uma vontade incontrolável de urinar. Sabendo do problema, e conhecendo o horário que o vilão abre o cofre do hotel-fazenda todo dia, Pilar consegue traçar o roubo da caderneta. E assim ela o faz! Distrai Cândido, enquanto Nair surrupia os escritos de Jorge Tadeu. Mas, para desespero de Pilar, não há nada na caderneta, além dos nomes das mulheres com quem o retratista se deitou e as frutas relacionadas à elas.

Vida, que auxiliou os irmãos portugueses no episódio da gruta, se cansa de viver na casa de Carlão. Antes mesmo do atentado, decide voltar à tribo, mas é impedida por Yago, que diz que ela não pertence mais ao mundo cigano. Vida decide viver na gruta, onde Carlão vai visita-la. Crente de que precisa reencontrar seu caminho, a cigana pede um tempo ao amado, que propõe viver como ela: um cigano que vaga pelo mundo ao lado da mulher que ama. Vida não aceita de imediato, fazendo com que Carlão volte à esbórnia. Dona Quirina, sabendo da tristeza do neto, lhe indica um chá com sementes de curi-curi. Só que Carlão exagera na dose, sofrendo uma espécie de envenenamento seguido de catalepsia. Diamantino (Ênio Gonçalves), farmacêutico local que já fora casado com Úrsula, atesta a morte e Padre Otoniel chega a dar a extrema-unção a Carlão. Só que o que ninguém nota (nem Adamastor e Vida, que velam o rapaz) é que, mesmo morto, o bebum chora e a temperatura de seu corpo não diminui. Pouco depois, Carlão volta à vida. Ou renasce, caso prefiram, uma vez que sai da catalepsia com roupas coloridas, brinco na orelha, pele morena, e um ar de cigano que faz Dona Quirina entender a história de imediato: Carlão morreu para renascer como cigano.

Já Zuleica (Rosane Gofman) não nasceu do nada, como a versão cigana de Carlão. Viveu por muitos anos em uma cidade vizinha, até surgir em Resplendor, para reivindicar os seus direitos de esposa e exigir a pensão de sua filha. O marido e pai é o “impotente” Queiroz. Francisquinha, mais do que nunca, se sente aliviada por ter se livrado do delegado preguiçoso e se rendido aos encantos de Jorge Tadeu. Pilar pensa que a detetive enlouqueceu quando esta lhe relata o encontro com o retratista. Mas pouco depois, ao ouvir de Ximena relato semelhante, decide conseguir uma flor e estabelecer contato com seu empregado fantasmagórico. Jorge Tadeu então ressurge, diz a Francisquinha que a pista para sua morte está nas botas que Alva viu, e pede que suas retratadas se reúnam.

ÚRSULA - Peguem suas respectivas flores, levem à boca, abram a dita cuja, encaminhem o pistilo da flor até a ponta da língua e... Vamos dar a primeira mordida!

Em frações de segundo, surge uma borboleta, que rodeia a sala e pousa em Jorge Tadeu. Refestelado em uma poltrona, ele se encontra com suas cinco preferidas: a ‘pitanga’ Úrsula, a ‘manga rosa’ Suzana, a ‘sapoti’ Rosemary, a ‘fruta-do-conde’ Ximena e ‘jabuticaba’ Francisquinha. Tratado como um sultão, Jorge Tadeu e suas amadas são interrompidas pelos maridos ciumentos, que batem à porta, fazendo com que o fantasma saia. Mas logo reapareça; desta vez, para Pilar. Ela come a flor e recebe o geólogo, que só pode voltar ao além quando a mulher com quem ele está adormece. O problema é que Murilo chega neste meio tempo e desanda a discutir com a matriarca dos Batistas, que se atordoa com a presença de Jorge Tadeu ali. Murilo termina por beijar Pilar, mas quando ela se recorda de que seu empregado está ao lado, manda o ex-noivo embora. E Murilo tira conclusões precipitadas: para ele, Pilar estava com outro homem, de carne e osso, ali no quarto.

Yago, que passou todo esse tempo foragido, encontra a cigana Rowena (Thelma Reston), que lhe conta que os portugueses estão vivos. É quando o cigano percebe que vinha sendo enganado por Eliane. Pede a Rowena que delate o seu esconderijo a Queiroz e marque um encontro com a agregada de Pilar para o mesmo dia. Quando o delegado chega ao esconderijo, encontra apenas Eliane, munida de alguns mantimentos. A moça é levada para averiguação e, antes de dizer qualquer coisa, pede para conversar com Cândido Alegria. Ela o chantageia, exigindo a retira da queixa contra Yago, e despertando a atenção dos cidadãos de Resplendor para a estranha relação entre a moça o e mineiro. Yago, por sua vez, se surpreende ao voltar para a tribo e descobrir que há um novo líder entre eles: Carlão. Os dois terão que disputar diversas provas para testarem suas habilidades físicas, garantindo assim, a um ou a outro, a supremacia para comandar o acampamento.

Em meio aos imbróglios, a disputa política de Resplendor se intensifica. Marina descobre que Ivonaldo comprou, com dinheiro público, 35 cobertores de lã escocesa para entregar a moradores da Vila dos Descamisados, periferia da cidade. Sabendo que a maior reivindicação da comunidade é a canalização de um córrego, Marina impetra uma liminar que inviabiliza o gasto com os cobertores e promete que, se eleita, irá viabilizar a canalização. Ponto para os Batistas! Já Leonardo, provando que está mais para engenheiro de minas do que para prefeito, encontra o corpo mumificado de Benvindo, na Gruta da Perdição. Através da meia medalha que está junto ao cadáver, cuja metade se encontra com Inês, o reconhecimento é possível. Léo também influi os irmãos portugueses a não denunciarem Cândido, até que obtenha todas as provas contra ele, o que não deve demorar, já que Francisquinha, diante da descoberta do corpo de Benvindo, pede a Pilar que interceda junto às autoridades e traga um delegado para auxiliá-la nas investigações da morte do português e também a de Jorge Tadeu.

Pilar fará de tudo pra prejudicar Cândido. Com a caderneta em mãos, ela rompe o noivado com o mineiro e se aproveita da ocasião para humilhá-lo:

PILAR - Eu preferia uma doença grave que me consumisse e matasse de dor ou até a morte no fogo do que casar com o senhor. Sabe por quê? Porque o senhor é mesquinho, vil, medíocre e rastejante. Se algum dia eu me casar de novo vai ser com um homem, não com um rato!

Cândido bem que tenta sair por cima, exigindo desculpas. Mas Pilar reitera o que disse, causando assim uma surpreendente declaração por parte de seu admirador: naquele momento, ela lavrou sua sentença de morte. A tal “morte no fogo” que Pilar menciona fica na cabeça do bandido, que estoca uma grande quantidade de querosene e envia uma carta anônima à ex-noiva dizendo que Marina está se encontrando com Leonardo na cabana. Pilar vai tirar a prova e é surpreendida por um golpe na cabeça, dado por Cândido, que a amarra na cama, lhe dá um último beijo e ateia fogo ao lugar. Murilo, que passava por ali, arromba a porta e salva Pilar.


O momento de grande emoção só na acaba em um beijo porque Diamantino chega e conta aos rivais que Marina é líder nas pesquisas eleitorais. Parece que a sorte vai sorrir para Pilar. Ela consegue um novo encontro com Jorge Tadeu que, acostumado a se deitar com todas as mulheres que comem a flor, logo tenta gracinhas com a patroa. Pilar tenta esbofeteá-lo, mas como se trata de um fantasma, sua mão só faz transpassar o corpo do retratista. Jorge Tadeu percebe então que só poderá se deitar com quem realmente deseja-lo. Sem saída, já que está no plano terrestre, cede ao interesses de Pilar e revela que usou frutas para esconder o código que leva à jazida de diamantes, localizada no subsolo do pomar do acampamento cigano. E através de Jorge Tadeu, no entanto, que Pilar sofre um grande revés. Ela vai ao Rio renovar os direitos que Jerônimo requereu para explorar a área e se surpreende ao ver que Leonardo já pediu autorização para utilizar a jazida. Mas o que parecia uma intempérie na vida de Pilar se torna um grande benefício, quando Marina descobre que o namorado possuía tal licença. Ela acredita que Léo não confiava nela; ele idem, uma vez que ela nada falou sobre os planos de Pilar. Na sacristia da mesma igreja que abrigaria o casamento dos dois, dali a dez dias, o compromisso é desfeito.

Infeliz no amor, feliz na política. Marina consegue que um juiz determine a imediata construção do canal do córrego e de um chafariz, na Vila dos Descamisados. Tentando aproveitar-se do fato, Cândido manda construir o tal chafariz, pedindo ao engenheiro que economize nos materiais. O resultado é desastroso! Quando o registro é aberto e o chafariz despenca diante da força da água, Cândido e o engenheiro quase são linchados pela população local, que se afeiçoa ainda mais à Marina. O sexo feminino, aliás, mostra sua força, quando Rosemary inaugura uma boutique em Resplendor, a Rosemary’s Fashion, e contrata Lola como vendedora. Rechaçada por Gioconda e as demais beatas, a ex-prostituta encontra apoio em Hilda e Pilar. As duas deixam o antagonismo de lado e seguem para a loja com o mesmo objetivo: fazer compras com a polêmica vendedora. Murilo, em pé de guerra com Lola, proíbe Hilda de levar qualquer coisa do lugar. Mas Pilar, para afrontar o rival, toma uma atitude inesperada:

PILAR - Lola, embrulhe tudo o que dona Hilda separou... É presente meu. Nela o senhor pode até mandar, mas contra mim vai fazer o quê?

Hilda sai, saltitante, certa de que conseguiu, ao lado de Pilar, acabar com o preconceito contra Lola. Já Francisquinha sucumbe ao machismo, quando abriga Queiroz em sua casa. Ao saber que o infiel corre o risco de sofrer um enfarte, ela resolve cuidar de sua saúde e considera até mesmo a hipótese de abrigar Zuleica e a filha desta sob o mesmo teto que divide com o agora ex-marido. Suzana, por sua vez, sem resistir à solidão, sobe em um banquinho e apanha uma flor da árvore de Jorge Tadeu, que aparece para a moça e a alerta: se repetir o truque, pode nunca mais vê-lo. O tempo passa e chega o dia da encenação do Auto de Nossa Senhora da Luz, padroeira de Resplendor.

LEONARDO - Marina, eu não quero ficar igual ao meu pai. E acho que o papel de Pilar Batista também não cairia bem em você!

Com essa frase, Leonardo demove Marina da ideia de se separar dele. Aproveitando-se da roupa branca que irá utilizar para a festa, adornada com uma grinalda de flores do campo, Marina se casa com o amado, abençoada por padre Otoniel, tendo Ulisses e Jerusa (Tereza Seiblitz), empregada dos Pontes, como testemunhas. O amor também reina quando Alva, apaixonada, consegue vencer o feitiço da lua que persegue Sérgio Cabeleira. Ela pede ao namorado que a acompanhe até a festa que os Pontes darão em casa logo após a celebração religiosa. Sérgio concorda, desde que eles voltem embora antes dos primeiros raios da lua. Só que Kléber, decidido a descobrir o segredo do quitandeiro, tranca o casal no quarto de música de Hilda. Com a lua surgindo, Sérgio começa a se transformar, assustando Alva, e chamando a atenção da esposa de Murilo, que vai ao quarto para ajuda-lo. Kléber também entra no recinto, mas é golpeado por Sérgio, em meio a seu devaneio. A lua começa a levar Sérgio, mas as nuvens acabam por encobri-la, impedindo o feitiço. Quando a mesma torna a aparecer, Hilda desanda a dedilhar no piano, tentando acalmar Sérgio que, milagrosamente, regressa ao quarto e desmaia. Ao acordar, é surpreendido por Alva.

ALVA - És o homem mais bonito e iluminado do mundo... Eu nunca amei ninguém na minha vida... Mas isso só pode ser amor!

Alva descobre a paixão, enquanto Eliane descobre que foi enganada por Cândido.

CÂNDIDO - Sua mãe se deitou com quase todos os homens da cidade. Até eu tirei minha casquinha... Só quem pode dizer mesmo quem é seu pai é sua mãe!

Ao ouvir isso do mineiro, Eliane percebe que ele pode ter mentido sobre sua paternidade. Desabafa com Rosemary, que lhe aconselha a fazer um teste de DNA, como aconteceu nas novelas do Gilberto Braga. Eliane só precisa entregar os fios de cabelo do tal homem à Rosemary, que envia a amostra, com as aparas da barba de Murilo e uma mecha do cabelo de Eliane, para um laboratório em Brasília. O resultado não poderia ser outro: Cândido é pai da vilazinha, o que deixa Murilo exultante e Eliane com ainda mais ódio do asqueroso pai. Cândido fez o que fez apenas para prejudicar o arqui-inimigo. O vilão continua agindo para prejudicar o chefe dos Pontes, como acontece ao ser apanhado por Heraldo em uma emboscada preparada por Murilo (como retaliação pelo atentado contra Pilar). Para escapar da surra, Cândido diz a Heraldo que Murilo era o homem misterioso que se encontrava com Lola no Grêmio Recreativo. Após tirar satisfações com a irmã, Heraldo procura o patrão e, descontrolado, atira contra ele. Murilo escapa do tiro e, como castigo, demite Heraldo. Pouco depois, no entanto, sente falta do empregado e envia à ela sua arma, para o mesmo limpá-lo, numa demonstração de que não guardam rancores um do outro. Ao ver o revólver, no entanto, Cândido pede a Sete Estrelas que lhe consiga uma arma idêntica a de Murilo. Vem mais armação por aí...

Após o atentado de Heraldo, Murilo se vê diante de Hilda, a quem confessa a infidelidade de anos.

HILDA - Graças a Deus tudo terminou. Lola está trabalhando. Está bem... E eu me fortaleci com tudo isso. Mas você ainda tem outra situação pendente... Bem mais antiga e difícil que essa. Eu já lhe pedi que a resolvesse e tenho fé que você vai se empenhar em botar um ponto final nessa história também!

É, Hilda... Não será fácil encerrar a história de Murilo e Pilar. Até porque, um novo desdobramento desse imbróglio familiar surge, com a gravidez de Marina. No dia do casamento da moça com Leonardo, Gioconda vai à igreja atrás do sobrinho e, acreditando que ele fora se encontrar com Marina, entra pelo alçapão que liga a sacristia à casa de Pilar. Lá, é recebida a vassouradas por Quirina, que a trata como a reencarnação do diabo, sendo obrigada a voltar para o túnel, onde desmaia. Ao acordar, Gioconda só lembra de ter ouvido algo sobre casamento. A beata tenta surrupiar o livro de registros de casamento da igreja, mas é impedida por Padre Otoniel. A verdade, no entanto, vai aparecer em breve, por intermédio do próprio casal.

D. QUIRINA - Pois daqui a alguns meses você pode estar querendo comer mungunzá às três da manhã, ou então farofa de caju!

É a Batista centenária quem dá a boa nova à Marina: a mocinha está grávida. A revelação para Pilar e Murilo se dá quando este último obriga Padre Otoniel a lhe mostrar o livro de registros da igreja. Ao constatar o casamento, Murilo decide ir atrás de Pilar, a fim de anular a união. Neste momento, Pilar já descobriu a gravidez da filha, através de Diamantino. Ao questionar Marina, descobre que ela já está casada com Leonardo.

D. QUIRINA - O que dói em Pilar é ver sua coragem... A coragem que ela não teve. Ela passou a vida inteira para entender que quando o amor é muito forte, não adianta brigar contra ele porque só vai fortalecê-lo ainda mais...

Decepcionada, Pilar parte para a fazenda. É lá que encontra Murilo. E é lá também que os dois se beijam. Uma armação de Cândido Alegria irá selar o amor do casal, pouco depois. Sem conseguir o revólver semelhante ao de Murilo, Cândido rouba a arma do rival e mata Sete Estrelas. Vai então ao delegado Queiroz, dizendo que seu capanga está escondido na Chapada, disposto a denunciar o envolvimento dos Pontes na morte de Jorge Tadeu. Ao chegar lá, Queiroz encontra o corpo sem vida de Sete Estrelas, ao lado da arma com as iniciais de Murilo.

CÂNDIDO - O deputado jurou que ia mandar matar o pobre se ele não sumisse de uma vez da vida dos Pontes. E aí... ele apareceu morto.

Segundo Cândido, os Pontes contrataram Sete Estrelas para dar cabo de Jorge Tadeu, temendo o envolvimento deste com Úrsula, e que Leonardo acabou executando o serviço, diante da fuga do pistoleiro com o dinheiro pago pela família em troca da morte encomendada. Apesar da versão absurda, e de não ter como obter a confirmação por parte do falecido, Laíre (Nuno Leal Maia), o delegado especial que chegou a Resplendor para elucidar os crimes da cidade, decide prender Murilo. É aí que se dá o novo, e surpreendente, encontro de Pilar e o seu amado. O deputado se refugia na fazenda da todo-poderosa, discute com ela por um bom tempo, ameaça ir embora e por fim confessa: continua a amando como há 25 anos.

MURILO - Vamos ter que bater no peito e confessar que a gente se opunha porque tinha inveja... Inveja porque eles eram felizes...

O clima romântico perdura até a chegada de Leonardo, que fica pasmo diante dos beijos de Pilar e Murilo. Enquanto pai e filho se enfrentam, Hilda percebe que Pilar deixou de ser um fantasma e se tornou a nova realidade do marido. Arruma suas malas e parte para o hotel-fazenda, em busca de um novo rumo a sua vida.

O tal delegado Laíre, que corre atrás de Murilo para leva-lo para a cadeia, acaba por seduzir Francisquinha. Já seu assistente, PH (Reynaldo Gonzaga), se torna o ombro amigo de Adamastor. Os dois passam a noite conversando no Grêmio Recreativo, sonhando em montar ali uma casa de espetáculos ou, como diz PH, “fazer de Resplendor a Broadway do sertão”. Carlão se enciúma ao ver os dois juntos em cima de uma cama, fazendo com que PH aconselha Adamastor a revelar ao amigo tudo o que sente por ele, esses anos todos. Só que o gerente do Grêmio resolve fazer isso justamente no momento em que Yago consentiu com o casamento de Vida e Carlão, o que acaba de vez com as esperanças do grande amigo do agora cigano.

Laíre, por sua vez, descobre um número anotado nas páginas da caderneta de Jorge Tadeu, para o qual ninguém havia se atentado até o momento. 5403 se refere a um dos negativos do retratista, que enumerava todos os filmes que operava. E é justamente este filme que falta em meio aos registros de Jorge Tadeu. Como as fotos possuíam a mesma numeração que os filmes, Laíre logo encontra os retratos e constatam que eles foram retirados na igreja. Mas de 32 registros, 04 não são encontrados. O que terá acontecido a tais fotos, determinantes na resolução desse crime?

Gioconda, nesse meio tempo, decidiu eliminar a árvore do espanto, nome que atribuiu à planta que dá vida ao falecido. A beata oferece um valoroso crucifixo para que Bilico amarre pedaços de metal nos galhos da árvore, atraindo os raios de uma tempestade que se anuncia.

JORGE TADEU - Penduraram pedaços de metal na árvore... Transformaram em um para-raios. Se a árvore for destruída, eu nunca mais vou poder voltar!

O retratista surge para Úrsula, pedindo a ela que o auxilie e salve a árvore. Úrsula, debilitada por uma greve de fome que vinha fazendo para afrontar a mãe, enfrenta a tempestade e tenta se pendurar na árvore. Sérgio e Alva, que testemunham o incidente, decidem chamar Diamantino para tirar Úrsula dali. Assegurando que irá salvar a árvore para a moça, o farmacêutico consegue afastá-la dali. Diamantino começa a subir pelo tronco, quando um raio cai, provocando uma violenta explosão. Quando Sérgio e Alva abrem os olhos, constatam uma enorme cratera no meio da praça e Diamantino, morto, a seu lado.

E assim, Pedra Sobre Pedra entra em sua última semana, trazendo surpresas, fantasia e muita emoção! Adamastor toma coragem e confessa seu amor a Carlão. Mas o rapaz pouca importância dá ao que ouve; sequer entende o que o gerente quer dizer. Pede a Adamastor que termine a conversa o quanto antes, porque precisa se apressar para a cerimônia que irá uni-lo à Vida.

ADAMASTOR - Eu te amo...
CARLÃO - Sim, mas o que há de tão urgente que você quer falar comigo?
ADAMASTOR - Esqueci o que tinha pra falar. Até mais ver, Carlão Batista.

Carlão, realmente, tem mais com o que se preocupar. Depois de ensinar a ele todos os truques com facas, Yago o chama para um duelo. Caso Carlão fuja, será um sinal de que ele continua sendo um gajo e deverá viver como seu povo; ou seja, longe dos ciganos. Carlão aceita o desafio, mesmo sabendo que ele só irá terminar com a morte de um dos dois. Yago, surpreendentemente, perde o duelo. O cunhado poupa sua vida, mas, sentindo-se humilhado, o cigano monta seu cavalo e galopa rumo a um precipício, de onde se atira. Assim, Tíbor assume o comando do acampamento, deixando Daniela, em definitivo.

Antes, porém, Yago se alia a Eliane para extorquir Cândido Alegria. Os dois ameaçam revelar os segredos do mineiro. Eliane ainda aproveita a brecha para dizer que já sabe que Cândido é seu pai. A verdade só não virá à tona se o vilão passar todos os seus bens para a vilazinha. Num golpe de esperteza, Cândido concorda, já arquitetando sua vingança. Enquanto tenta enforcá-la, Cândido é surpreendido por Murilo, Pilar, Laíre e Francisquinha. Sabendo que não tem saída, detona os explosivos, causando uma tremenda surpresa com a revelação que faz, antes de virar pedra.

CÂNDIDO - Eu fiz um trato com o beiçudo, o cão-tinhoso, com o diabo... Eu ia ser dono de tudo que pudesse abarcar com os olhos... Por conta da maldade dele eu era eterno, eu nunca ia morrer nem descansar. Embora não pudesse viver... Eu ia estar sempre aqui!

Eliane herda o hotel-fazenda do pai, mas perde as terras que Cândido roubara dos portugueses. As tais terras voltam para os herdeiros de fato, Ernesto e Inês.

O realismo fantástico continua dominando a cena no término da novela. Gioconda tenta vestir as calças de Jorge Tadeu, que Úrsula guardou, para poder enterrá-las com Diamantino. Mas assim que abotoa a vestimenta, o farmacêutico volta à vida. Úrsula decide dar uma chance ao rapaz, para surpresa dos Pontes. O que ninguém imagina é que Diamantino, sempre que veste a roupa do retratista, incorpora Jorge Tadeu.

O mistério em torno da morte deste também é elucidado. Laíre e Francisquinha forjam uma situação que leva Gioconda ao Grêmio, no mesmo quarto em que Jorge Tadeu foi morto. Lá, a beata revela que matou o fotógrafo por dois motivos: o seu envolvimento com Úrsula e a descoberta que ele fez a respeito dos crimes que Gioconda cometia na igreja, trocando obras de imenso valor por similares falsos. As fotografias que sumiram continham justamente um flagrante de Gioconda surrupiando tais peças. Antes de ir para a delegacia, a insana surpreende a todos aparecendo vestida como Nossa Senhora da Luz. Enlouquecida, Gioconda é levada para o hospício.

GIOCONDA - Vocês estão todos enganados, ímpios mortais. Eu sou a encarnação de Nossa Senhora da Luz e os santos estão acima do bem e do mal...

Dona Quirina é a única que não se surpreende com a revelação da assassina. Ela viu Gioconda deixando o Grêmio, mas nada falou porque, até então, ninguém havia lhe perguntado nada sobre. As mulheres que recebiam Jorge Tadeu vivem felizes, longe do retratista, devotado à Úrsula e incorporado em Diamantino. Suzana ruma para Brasília, como secretária particular de Ivonaldo, levando consigo o marido moribundo. Rosemary bem que tenta argumentar, garantindo que Suzana não sabe sequer datilografia e, logo, não poderia trabalhar no Planalto. Mas quem precisa saber de alguma coisa para trabalhar no Planalto, questiona Ivonaldo. Ximena se torna secretária de finanças do governo de Marina, após comandar a prefeitura por um período, tempo em que Kléber sumiu de Resplendor com o dinheiro dos cofres públicos. E Francisquinha parte para a cidade grande, rumo a um estágio na equipe do delegado Laíre, com quem se relaciona. Queiroz, por sua vez, perde Nice para Heraldo. Mas fica com Zuleica, que passa a ser a nova delegada.

Inês também deixa Resplendor, seguindo ao encontro de um ex-namorado português. Já Ernesto envolve Lola de tal forma que a moça abandona o Grêmio Recreativo para auxiliá-lo nos cuidados com as terras de Benvindo. Já Sérgio abandona a cidade, em direção a lua. Ele se casa com Alva, desfazendo o feitiço que o brilho da lua cheia exerce sobre sua pessoa. Mas logo na primeira lua cheia, a tristeza o domina. Sérgio então comunica a Alva que irá pedir à lua que o leve embora, porque tem certeza de que esse é o caminho da sua felicidade. Alva nada pode fazer para impedi-lo: Sérgio segue rumo a um descampado e permite que o brilho da lua o leve para o céu.


Com os vilões fora de combate e os personagens secundários com o futuro resolvido, Pilar e Murilo protagonizam as cenas finais. Os dois marcam um novo encontro na igreja, tal e qual no primeiro capítulo. Murilo quer que o neto carregue seu nome; Pilar insiste em chama-lo de Jerônimo. Marina e Leonardo decidem: João Batista Pontes é o nome que a criança irá carregar, unindo em definitivo as duas famílias. No batizado do pequeno, Pilar e Murilo conversam, próximos a pia batismal:

PILAR - É isso mesmo, Murilo Pontes, nós vamos continuar brigando... Vamos nos insultar, vamos nos odiar... E vamos nos divertir muito por causa disso, também.
MURILO - Eu precisei de vinte e seis anos para entender que este era o nosso jeito de amar...


Pilar segue ao encontro de Inês em Portugal, onde desperta a admiração de um belo homem que a acompanha na viagem (Paulo Ubiratan). Já Murilo, abandonado por Hilda, retorna à Brasília. E Marina e Leonardo vivem felizes. Pontes e Batista podem continuar se odiando, mas jamais deixarão de testemunhar o amor desses dois...