Planeta
Xuxa resgata boa fase da carreira de Xuxa
De rainha dos baixinhos à musa dos
altinhos. O Planeta Xuxa, que o Canal
Viva trouxe de volta neste domingo, simbolizou uma mudança significativa na
carreira de uma das apresentadoras mais amadas do país. Após o término do diário
Xou da Xuxa, em 1992, a loira passou
por uma incursão aos domingos, com o Xuxa,
e seguiu para os sábados de manhã, com a dobradinha Xuxa Park e Xuxa Hits. Este
último serviu como o embrião para o Planeta,
que estreou em 05 de abril de 1997, às 16h.
“Os baixinhos estavam crescendo e a
necessidade de falar para eles foi crescendo também, então surgiu o Planeta”, declarou Xuxa em entrevista ao
site do Canal Viva, esta semana. Convidados musicais e quadros diversos eram a
tônica da atração, que ocupava um horário ingrato da programação global, vago,
praticamente, desde a morte de Chacrinha e a consequente extinção do seu Cassino, já reprisado no Viva. Xuxa
tomou conta do espaço e em pouco tempo o Planeta
se configurou em mais um triunfo na até então inabalável galeria de sucessos da
apresentadora. Seu elenco, composto por nomes como Adriana Bombom, se tornou
conhecido, e os quadros Intimidade e Transformação se tornaram carro-chefe da
atração.
Prova inconteste do
sucesso do programa foi sua mudança para as tardes de domingo, no ano seguinte.
Em entrevista ao Estado de São Paulo, em 29 de março de 1998, Marluce Dias da Silva,
então superintendente da TV Globo declarou que o programa estava migrando para
os domingos para que Xuxa não fosse prejudicada pelos jogos da Copa do Mundo na
França, cujo horário coincidira com a exibição do Planeta. Situação inversa ao que vimos na época do TV Xuxa, última atração da loira antes
do seu afastamento das telinhas para cuidados com a saúde. Desprestigiada
diante dos baixos números do programa, Xuxa era constantemente rifada da grade,
tanto quando figurava nas manhãs, como quando migrou para as tardes, buscando
justamente fugir das alterações de horário e cancelamento das exibições.
Com o Planeta, não houve esse mesmo estresse. Apesar
de, nos últimos anos, já não registrar os bons índices do início, diante da
forte concorrência com o famigerado Domingo
Legal, o programa ainda garantia elevado prestígio para Xuxa. Tanto que a
Globo prometera a ela, no mesmo ano, um novo programa diário, dedicado
exclusivamente ao público da primeira infância. Foi a vontade de voltar a se
comunicar com seus baixinhos que afastou Xuxa de Marlene Mattos, sua empresária
e diretora. Por divergências no trabalho (Marlene queria que Xuxa continuasse
investindo nos adultos), as duas decretaram o fim do Planeta. O tempo mostrou que Marlene não estava totalmente errada
quanto à sua visão para a carreira da pupila. O Xuxa No Mundo da Imaginação sofreu com a forte concorrência, deu
lugar ao TV Xuxa infantil, que também
não emplacou, e por fim ao TV Xuxa,
hoje fora do ar. Xuxa talvez tenha errado ao tentar angariar um novo público
formado por crianças e se “esquecido” dos que a acompanharam desde o início. Tomou
o caminho inverso ao de Angélica, para citar apenas um exemplo, hoje uma apresentadora
segura, muito bem posta à frente do Estrelas
(domingos, em horário alternativo, às 16h),
que soube agregar aos seus fãs do passado um novo público. Xuxa parece ter
perdido até mesmo a forma como se dirige ao telespectador. Quem a vê no Planeta Xuxa, certamente nota muito mais
espontaneidade e entusiasmo do que nas últimas edições do TV Xuxa.
O tempo fora do ar e a
reprise do Planeta Xuxa no Viva
certamente serviram para que a apresentadora possa repensar sua trajetória e
definir o caminho que iria trilhar quando retornar à TV, o que eu, como fã,
espero que não demore a acontecer. Enquanto isso, vamos curtir essa nova viagem
ao planeta mais gostoso de todos os tempos...
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