Viva
Cult! O horário ideal
para novelas que não foram bem na audiência, não repercutiram como esperado e
não são tão lembradas pelo grande público. Novelas que muitos chamariam de
fracassos, mas que nós aqui do blog preferimos tratar por “cult”. Tramas que
merecem uma segunda chance, nem que seja para que possamos ter certeza de que
não eram, mesmo, grandes coisas. Com vocês, nosso cartaz de hoje!
Cuidado...
Peruas!
Novela celebra o estilo de Carlos
Lombardi
Maria Aparecida, a Cidinha (Vera
Fischer), e Leda Vallenari (Sílvia Pfeifer) nasceram no mesmo dia, na mesma
maternidade, cresceram juntas e ingressaram na mesma faculdade. Só se afastaram
porque ambas se apaixonaram por Belo (Mário Gomes), tipo que engravidou as duas
ao mesmo tempo. Casou-se com Cidinha, mas não esqueceu Leda. Quando soube que
sua filha com a esposa nasceu morta, trocou o bebê com o da amiga rejeitada, de
forma a manter sua relação harmoniosa com Cidinha e ficar próximo à filha que
tivera com a outra. A menina Andréia, a Tuca (Natália Lage), cresce, enquanto
Leda faz carreira no exterior, e Cidinha sucumbe à vida doméstica. Mas com o
regresso de Leda, as coisas mudam de figura: uma amiga passa a ter inveja do
que a outra conquistou.
Somada a essa rivalidade, traições,
cenas de ação, família de mafiosos, policiais atrapalhados e muitas loucuras
sexuais. Essa era a receita de Perigosas
Peruas, novela de Carlos Lombardi que, apesar da boa repercussão, terminou
com estigma de trama sem fôlego, diante da queda de ritmo de sua metade para o
final. Eu, particularmente, guardo boas lembranças. Em um VHS antigo, de uma
das minhas festinhas de aniversário, todas as crianças estão sentadas na sala,
entretidas com os momentos finais da novela. Mas Perigosas Peruas passou longe de ser uma novela para crianças.
Apesar do horário, 19h, a trama se aproveitou da ausência de censura para
investir em corpos sarados, tiroteios e insinuações de sexo.
Para começar, a protagonista sempre
tivera consciência do caráter infiel do marido. Cidinha sabia que Belo estava
longe de ser o mais correto dos homens. Mas não suportou flagrá-lo transando
com a madrinha de um casamento do qual participam. Deixou a festa e foi sozinha
para uma boate, onde bebeu e fez um strip-tease. Acabou caindo desmaiada no
colo de Paulinho Pamonha (Tato Gabus), policial na delegacia comandada por Venâncio
(Flávio Migliaccio), seu pai. Dias depois, pediu a Leda que cuidasse de seus
filhos caso lhe acontecesse algo. Leda pressentiu o pior, seguiu a rival e, ao
impedir que ela se jogue de um pontilhão, despencou em cima de Babyface (Flávio
Colatrello), impedindo que o pistoleiro matasse um deputado, a mando de Dom
Franco Torremolinos (Cassiano Gabus Mendes), chefe do clã de mafiosos. Diante
da prisão de Babyface, o poderoso chefão ordenara: Belo deveria se livrar das
peruas que atrapalharam os planos da família.
Belo opta por eliminar Leda, a
princípio. Mas é mal sucedido em todas as suas tentativas. Desesperado, procura
o sogro, diz ser um bandido e conta tudo sobre o plano de eliminar as duas
mulheres de sua vida. O delegado e sua equipe, no entanto, só se dão conta de
que ele é o capanga dos Torremolinos quando Jaú (Alexandre Frota) intervém na
história e leva Belo da cadeia. Tipo atlético, e muito misterioso, o belo Jaú
balança o coração de Leda, ao mesmo tempo em que batalha para levar Dom Franco
e seus descendentes à prisão, uma de suas missões como agente federal. Em seu
caminho, surge um enorme, e delicioso, problema: Manoela (Cláudia Lyra), a
fogosa neta de Dom Franco, que de posse da verdadeira identidade do rapaz,
consegue leva-lo para a cama. Paulinho também descobre os intentos do rapaz e
passa a auxiliá-lo em sua missão. Como é um fracasso nas diligências, Pamonha
fica incumbido dos trabalhos científicos da delegacia. É quando toma posse de
um disquete obtido por Jaú com dados de todas as transações da máfia.
Enquanto isso, as peruas seguem com
suas vidinhas. Leda não acredita quando Jaú lhe diz que Belo é um gangster; e
Cidinha é incentivada pelo marido a fugir, quando ele inventa que Babyface
fugiu da cadeia. A loira, no entanto, cai nas mãos de Hector (Guilherme Karan),
o filho mais ordinário de Franco, que planeja seduzi-la antes de dar cabo de
sua vida. O problema é que Hector é casado com a ciumenta e alcoólatra Diana
(Beth Goulart), que delata o marido e possibilita que Belo, com a ajuda de João
Maluco (Felipe Martins), seu cunhado, e Tuca, consiga salvar a esposa. Cidinha,
entretanto, não fica livre do perigo. Ao ir à delegacia fazer o reconhecimento
de Babyface, é feita refém pelo criminoso, que atira em Paulinho Pamonha,
quando este tenta salvar sua amada loira da morte. Tanta paixão afastam
Paulinho de sua esposa, Caroline (Françoise Forton), deixando o policial sempre
aos cuidados da sogra, Vivian (Nicete Bruno). Babyface continua rondando
Cidinha e chega a invadir sua casa. A esperta Tuca é quem dá um jeito de se
livrar do criminoso, usando as armações que aprendeu com Esqueceram de Mim, o filme de Macaulay Culkin. Logo em seguida,
Leda e Cidinha são convidadas para um jogo de paintball, onde Babyface,
disfarçado, atira com balas de verdade. Venâncio é quem salva a filha e a amiga
dela dessa vez. Ciente de que Belo não quer fazer o mal à família, Venâncio
passa a lutar a seu favor. Diz para seus homens que Belo é agente infiltrado na
casa dos Torremolinos e destrói o disquete comprometedor no qual Paulinho
Pamonha vinha trabalhando.
Mesmo sendo apaixonado por Cidinha,
Belo não resiste a Leda. Tenta de todo jeito leva-la para a cama, mas quase
nunca chega ao ato final. Numa das mais engraçadas sequências dessa fase, os
dois se encontram em um hotel, mas como as chuvas em São Paulo eram intensas
(na época), o quarto termina alagado e Leda vai parar com a cama no meio da
rua. Enquanto isso, Hector se vê ameaçado pelo pai, que cobra explicações sobre
mercadorias roubadas. Querendo sair de inocente na história, Hector contrata uma
gangue para assaltar o depósito dos Garcia, rivais de sua família, e repor as
mercadorias no armazém dos Torremolinos. A reação é imediata: os Garcia
promovem um tiroteio contra a mansão do clã, justo no dia em que Belo levou sua
filha ao “trabalho”. A menina não tem mais dúvidas: seu pai é um bandido. E dos
mais perigosos! Visando conquistar a herança que lhe é prometida pelo velho
Franco, Belo mais uma vez se vê obrigado a matar Cidinha e Leda. Mas Babyface
também possui o mesmo intento. Invade a casa de Cidinha, e para eliminá-la,
liga todos os aparelhos eletrônicos, causando um curto-circuito. Com a casa às
escuras, Babyface acredita que não será surpreendido pela polícia e poderá
executar seu crime. No entanto, Venâncio desloca as viaturas para lá e o bandido, atingindo por
dois tiros, disparados por Giovanni (Gerson Brenner) e Joana (Fabiana Scaranzi,
a jornalista), acaba gravemente ferido em um hospital.

Belo vai se ver numa enrascada e
tanto, logo em seguida. Flavinho, ao descobrir que Jaú é agente federal, lhe dá
três tiros, e todos acreditaram que o bonitão está morto, uma vez que seu corpo
cai em um rio e desaparece. Hector vê nessa confusão a oportunidade de se
livrar do queridinho do pai. Rouba a arma de Belo e lhe entrega a Manoela, para
que ela possa se livrar do marido, como vingança por ele ter dado cabo de Jaú.
Com laudos periciais na arma, Hector ameaça Belo: ou ele desiste da herança ou vai
ser entregue a polícia pelo assassinato de Flavinho. O mafioso se alegra com a
chantagem e abandona Dom Franco, que desmaia diante da atitude do bambino.
Hector fica em êxtase, até Diana lhe mostrar um documento em que Franco
renuncia à paternidade do vilão e de Cervantes. Ou seja: sem o pai, eles estão
na miséria! Franco não morre. Pelo contrário! Ao ver o primo Branco (José
Lewgoy) se alegra todo. Isso até receber a notícia de que o patriarca dos
Garcia (uma participação de Mário Lago) morreu. Franco gosta tanto da desgraça
do inimigo que, enfim, morre: de tanto rir.
Quem fica de molho, mas não morre, é
Venâncio. Cidinha passa a noite com o pai no hospital, enquanto Belo fica
sozinho com Leda no apartamento desta, onde ele e a família estão hospedados
desde o último atentado de Babyface. Após expulsar Caroline, que tentou seduzir
o mafioso, de lá, Leda se deita com Belo. Enfim, tem a chance de ser, outra
vez, do seu grande amor. Mas o garanhão não é mais o mesmo. Belo falha,
desapontando Leda, que dias depois, jura ter cruzado com Jaú na rua.
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Antes de morrer, Babyface também
amedronta Leda, que ao fugir do bandido dá de cara com Jaú, que surge
disfarçado como o traficante Pablo e enfim, revela ser um agente de missões
sigilosas. Já o delegado Venâncio se vende à família Torremolinos, quando
Branco o procura para contar que sabe que ele protegera Belo e aceitou suborno
do genro, com dinheiro da máfia. Venâncio chega a prejudicar seus policiais,
Giovanni (Gerson Brenner), Téio (Rômulo Arantes) e Johann (Irving São Paulo),
os delatando para uma quadrilha de puxadores de carro que estava sendo investigada.
Com o silêncio comprado pela família, Venâncio pouca importância dá as
denúncias de Diana, que se cansa de ser desprezada por Hector e deixa de beber.
Sóbria, no entanto, ela se torna mais atrapalhada e acaba raptada por Rodrigo
Garcia (Rodolfo Bottino), o comandante do clã rival dos Torremolinos. Cansado
de aturar a moça, Garcia resolve devolvê-la e o faz na companhia de seu irmão
afetado Ângelo, que é ninguém mais, ninguém menos que Jaú, no seu novo
disfarce.
Com medo de a filha descobrir tudo sobre o seu segredo, Belo mente à Tuca, dizendo que ele é fruto do romance de Cidinha com Paulinho Pamonha. A menina se esforça para descobrir o tipo sanguíneo do policial, e ao constatar que é incompatível com o seu, torna a procurar Belo, que lhe conta: ela é filha dele com Leda. A mesma Leda com quem ele se deita pouco depois, e desta vez, consegue ir até o fim. Enquanto uma se realiza como mulher, a outra se vê diante de uma chance de ouro como profissional. Ao escrever um artigo sobre sua experiência com Babyface, é contratada pelo mesmo jornal em que Leda trabalha. As duas chegam a se estapear diante da cantora Marina, ao disputarem uma entrevista com ela. O episódio leva à demissão das duas. Ainda enciumada, a morena dá um jeito de fazer com que Cidinha flagre Belo na cama com ela. Sem sucesso, para a sorte do amante. A alegria do mafioso, no entanto, dura pouco: Leda se descobre grávida e tem certeza de que o filho é do italiano, sem se recordar da noite de amor que teve com Jaú.
Quem se alegra com a gravidez de Leda
é Gema, mãe de Belo. Sempre lembrada com um dos melhores trabalhos de Nair
Bello, Gema chegou a ofuscar as protagonistas e roubou a cena com seu perfil
venenoso. Era o perfeito protótipo da sogra odiosa! Gema comemora muito quando
Cidinha abandona o marido, após descobrir seu envolvimento com a máfia. Os dois
transam pela última vez e, no dia seguinte, Cida vai embora de casa com as
crianças. O que Cida ainda não sabe é que Leda está grávida. E o que Leda não
sabia, mas logo descobre é que Jaú está de volta com um novo disfarce, e ainda
mais apaixonado por ela. O melhor de tudo: o agente está livre de Manoela, que
se encantou por Téio, prejudicando seu casamento com Téia (Bianca Byington). O
casal, embalado pela lindíssima ‘Tears in Heaven’, de Eric Clapton, foi uma das
sensações da novela, com as constantes brigas motivadas pelo ciúme excessivo de
ambos. Mesmo em guerra constante, os dois enfrentam a paraplegia de Téio, após
ser ferido em um assalto, facilitado por Venâncio, que continua auxiliando os
Torremolinos, até ser descoberto por Vivian, sua namorada.
Pouco depois, um crime coloca Leda a
par da troca de bebês. Hector oferece dinheiro para Edson Marcondes (Vicente
Baccaro), médico que executou o plano a mando de Belo, manter a boca fechada e
sumir do país. Só que o obstetra passa a fazer jogo duplo e marca um encontro
com Leda, disposto a revelar a verdade em troca de alguns milhares de dólares.
Hector descobre a jogada e elimina a principal testemunha da troca de crianças.
No entanto, o médico já havia revelado a Leda que sua filha estava viva, o que
a coloca em uma busca desesperada pela criança. Em meio a confusão, Leda começa
a desconfiar do envolvimento de Jaú com a máfia. Ele é tratado por Ambrósia
(Leina Krespi), a dona da pensão em que Cidinha vai morar depois do divórcio,
como seu filho desaparecido. Mas o incompetente policial Romano (Alberto
Baruque), filho de Ambrósia, diz que tudo isso não passa de invencionice e Jaú
nada é mais do que um parente distante, pertencente à família Garcia.
Enquanto se preocupa com os dilemas de
seu outro amor, Leda sofre a rejeição de Belo, que decide ser fiel, mesmo
estando longe de Cidinha. A vizinha Zu (ótima participação de Cissa Guimarães)
bem que tenta conquista-lo, e Gema empurra todas as mulheres do mundo para cima
dela. Em vão! Gema é obrigada a procurar Cidinha e implorar que ela volte para
o marido, que está definhando. Cida, entretanto, se nega a ajuda-lo,
principalmente após descobrir que Leda está grávida. A busca pela filha desaparecida
prossegue e Belo usa de toda a sorte de artifícios para impedir que a verdade
venha à tona (de contratar um homem para dizer que comprou a criança e ela
morreu pouco depois até impedir a restauração de uma foto sua no computador).
Só que Valquíria (Rosita Thomas Lopes), governanta e fiel escudeira de Leda,
fosse descobrir o nome de Cida na lista de parturientes do hospital. Valquíria
exige que Belo conte tudo a Leda antes do nascimento do filho dos dois. O
problema é que, para aumentar a tragédia na vida da jornalista, Leda acaba
abortando.
Cida, por sua vez, continua tentando
provar que pode ser feliz longe do marido. Emprega-se como garçonete e assiste,
desiludida, ao casamento de Belo e Leda. Após Cidinha exigir o divórcio, o
mafioso pede a outra em casamento, para recompensar todo o mal que lhe fez. Mas
Leda quase desiste da cerimônia ao descobrir que Belo é um gângster. E ele, por
sua vez, implora a Cida que o faça desistir do casamento, sem sucesso. Quem se
realiza com a união é Gema, que nunca suportou a loira falsa. Mas sua
felicidade dura pouco. Ela é abandonada pelo marido, Michelangelo (Carlos
Kroeber), que exige que ela deixe de ser uma megera. Mas a ardilosa Gema logo
reconquista o amado. E parte para praticar seu esporte preferido: atazanar
noras. Leda se incomoda com a presença constante da sogra, se atrapalha toda na
cozinha, e ainda tem que enfrentar a agressividade de Tuca, que leva Leda e
Belo a se indisporem com Cidinha. A loira também enfrenta Hector, que
apaixonado por ela, sabota todas as tentativas dela se dar bem com seu novo
empreendimento: um buffet para festas.
Na delegacia, o clima esquenta com a
confissão de Venâncio para a sua equipe de que é um policial corrupto. A equipe
decide ajudar o chefe a acabar com a chantagem que vem sofrendo por parte de
Hector, que quer ajuda nas sabotagens à Cidinha. E por Cidinha, Paulinho
Pamonha faz de tudo! Ele a auxilia nos negócios, até conseguir conquista-la. Já
Téio, recuperado, é posto para fora de casa, após estrelar um anúncio de cuecas.
Enciumada, sua esposa não quer explicações e o coloca para fora de casa. O que
Téio nem desconfia, e só vai descobrir depois, é que Téia também está exibindo
o corpinho por aí, como dançarina de boate, numa tentativa de conseguir
dinheiro para realizar o tratamento de sua infertilidade.
Na casa dos Belotto, a coisa anda
complicada. Belo é esfaqueado, ao auxiliar Jaú a fugir de uma das armadilhas
dos Torremolinos. E Gema, que continua afrontando Leda, “a girafa que perdeu as
manchas”, é posta na rua. Sem ter pra onde ir, Gema acaba debaixo da ponte,
catando papel, e lamentando ter separado Belo da “abnegada” Cidinha, que se une
a Gema para salvar a vida de sua caçula, Zazá (Adriana Tausz), gravemente
doente. Belo se ressente ao ver a mãe nesse estado, mas tem outras questões
para se ocupar no momento. Com a ajuda de um astrólogo (participação de Raul
Cortez), Leda descobre que sua vida está atrelada a de Cidinha. É quando ela se
dá conta de que as duas tiveram filhas no mesmo dia e confirma as suspeitas que
passam a lhe atormentar ao notar uma mancha de nascença na perna de Tuca. A
menina, no entanto, se recusa a aceitar Leda como mãe. Nesta época, surge uma das maiores polêmicas da novela. Dividida entre o amor pela mãe biológica e
a necessidade de proteger a mãe adotiva, Tuca decide dar um fim a sua vida. A
cena em que ela induz seu namoradinho Caco (Victor Hugo) a travar o mecanismo
de uma roda-gigante, no momento em que a adolescente está no ponto mais alto do
brinquedo e pronta para saltar de lá, não foi ao ar, por imposição da Globo.
As cenas fortes, no entanto,
continuariam dominando Perigosas Peruas.
Leda disparou três tiros contra Belo, para arrancar dele a verdade sobre a
troca de bebês; Gema disparou contra bandidos que perseguiam o filho e também
contra o marido, que tivera um envolvimento com Valquíria. Jaú também se
revelou como Ângelo Garcia, obrigando Belo a fugir do país para não ser morto.
Antes de partir, o mafioso negocia disquetes e fitas que incriminam os
Torremolinos. Só que Branco sequestra Tuca, Zazá e Toninho (Igor Logullo), os
filhos de Belo e Cidinha, exigindo as provas como resgate. Belo assim o faz e
fica nas mãos dos italianos, só conseguindo fugir ao se vestir de noiva,
surrupiando o vestindo que Manoela usaria para se casar, no intuito de unir os
mafiosos, com Jaú, contra a sua vontade, já que está apaixonada por Téio. O
alívio cômico se dá com Paulinho Pamonha e Cidinha. Ele decide transar com a
moça no salão de cabeleireiro que ela está prestes a abrir. Só que Cidinha tem
soluços bem na hora, e como Paulinho possui “síndrome de identificação de
sintomas”, ele logo passa a soluçar também. O romance entre os dois não pode
mesmo deslanchar. Cidinha continua amando Belo, que passa a procura-la com mais
frequência depois de seu casamento com Leda, tal e qual fazia anteriormente com
a outra. Cidinha consegue se refugiar com os filhos em Campos do Jordão. Belo,
assim que toma consciência deste fato, vai atrás dela, e consegue
reconquistá-la. Revoltada com a traição, Leda procura Cidinha e atira sobre ela
os documentos que comprovam que Tuca é sua filha.
As duas então iniciam um processo pela
posse da menina. Em breve, ainda vão se ver enrascadas quando Diana planeja a morte de
Belo, para livrar Branco da influência do pupilo. O plano envolve Zu, que conta
a Leda que Cida jurou matar Belo, por ele ter decidido depor a favor da morena
no processo de guarda. A mesma história é levada por Zu até Cida, com os
personagens invertidos. Leda e Cida partam atrás de Belo, sem saber que Diana
já está com ele. Zu, do lado de fora da casa, desliga as luzes. Ouve-se um
tiro, que traz o imediato retorno da iluminação. Belo está no chão e Cidinha
com uma arma em suas mãos. Leda a acusa pelo disparo, que fere Belo gravemente,
a ponto dos médicos cogitarem sequelas irreversíveis. Quando o mafioso acorda
do coma, é um novo homem: educado, compreensivo e honesto. Sequela mesmo ou
fingimento?
Enquanto isso, Téia descobre que Téio
teve um filho com uma antiga namorada. Ela tenta esconder o bebê, sem sucesso.
O rapaz percebe suas semelhanças com a criança e, ao decidir que irá assumi-la,
é surpreendido pelo desaparecimento da mãe e do bebê. O que ele nem imagina é
que Téia sabe onde a moça se refugiou e decidiu que só irá revelar o endereço
ao marido caso engravide. Enquanto isso, Téio e os companheiros da delegacia
descobrem uma academia de luta livre, na qual os Torremolinos mantém um
laboratório de refinamento de cocaína. Jaú, agora do lado da máfia, decide se
vingar do golpe e instala uma bomba-relógio na delegacia, desarmada pelo
atrapalhado Romano. Quem se vê obrigada a encarar as leis é Cidinha. Pensando
em se safar da justiça, ela vai à delegacia prestar seu depoimento sobre o tiro
que quase matou Belo e acaba presa. Leda aproveita a situação para chantagear
Cida: só retira a acusação de tentativa de assassinato se ela desistir de Tuca.
A loira responde com uma série de insultos e diz preferir encarar os tribunais.

Já Cida, ameaçada pelas companheiras
de cela e correndo risco de perder o bebê, empreende uma fuga com Belo. Mas ao
chegar às ruas, é denunciada por Leda, com ciúmes da harmonia familiar de seu
grande amor, Cidinha e as crianças. Nos momentos finais, a jornalista conhece
Anthony Belotto, mafioso americano, muito parecido com Belo. E decide voltar
para o exterior em sua companhia. Lá, Leda escreve um livro de muito sucesso,
enquanto Cidinha, no Brasil, livre da cadeia, envereda pela culinária, lançando
o seu ‘Cozinha Maravilhosa’. Eis que as duas amigas podem celebrar, enfim, a
conjunção astral que as uniu desde sempre.
Dentre as tramas paralelas de Perigosas Peruas, se destaca o caso de
amor de João Maluco e Maria Doida (Sílvia Buarque). Os dois sempre se encontram
em situações de perigo e se perdem em seguida. A princípio, ela a salva de um
incêndio. Depois, impede que ela morra afogada em uma inundação. Em cima de um
colchão levado pela água, os dois se amam e prometem não se separar mais. Mas
ao serem resgatados, em ambulâncias diferentes, tomam rumos opostos, outra vez.
Os dois se reencontram quando João é induzido a participar de um assalto a
banco, com seus companheiros de Febem, onde passou a juventude, acusado de
matar a própria mãe. A relação do casal foi se deteriorando durante a novela, a
ponto de Maria se casar por interesse com Cervantes e João se transforma em
garoto de programa. Uma mostra dos desajustes pelos quais a novela passou.
Embora divertida, Perigosas Peruas padeceu com muitas idas e vindas, que desgastaram
o enredo e afastaram o telespectador. Mas numa época em que tudo na Globo era
sucesso, passou apenas como mais uma novela das 19h. Novela essa que a gente
adoraria avaliar outra vez...
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