terça-feira, 18 de novembro de 2014


O Vivo no Viva adoraria continuar revendo minisséries no Canal Viva, como as exibidas desde o início do canal até maio deste ano. Por este motivo, vamos continuar nossas sugestões de títulos aqui. Depois do sucesso Hoje é Dia de Maria, em outubro, hoje resgatamos a pouca lembrada Meu Marido.


Difícil veredicto
Meu Marido traz homem dividido entre esposa e advogada

O Viva já resgatou minisséries aclamadas por público e crítica; sucessos de audiência que marcaram a história do gênero no Brasil. Mas nem todas as apostas nesse ramo de dramaturgia se sobressaíram. Algumas como Contos de Verão e Sex Appeal, já reprisadas pelo Viva, passaram em brancas nuvens. O mesmo caso se aplicada a nossa sugestão de hoje, Meu Marido. Pouco lembrada, e até porque não dizer, obscura, a minissérie de Euclydes Marinho recorre a um tema já visto no cinema e também na teledramaturgia brasileira, como em Império: o envolvimento de advogadas com seus clientes. O mote, presente na novela de Aguinaldo Silva através de Carmem (Ana Carolina Dias) e Orville (Paulo Rocha), norteou também outra obra de Euclydes Marinho, a confusa Desejos de Mulher.

Na novela das 19h, Júlia Moreno (Glória Pires) via seu marido, Renato (Cássio Gabus Mendes), envolvido em um escândalo financeiro. Para defendê-lo, contratava a advogada Fernanda (Deborah Evelyn), que se apaixonava pelo acusado. Júlia, por sua vez, se envolvia com Chico Maia (Eduardo Moscovis), jornalista interessado em defender Renato perante a sociedade. A trama não deu certo e Deborah Evelyn e sua Fernanda acabaram afastadas, diante das muitas alterações as quais a novela foi submetida. Talvez em Meu Marido, por se tratar de uma obra de apenas 08 capítulos, Euclydes tenha se saído melhor. Júlia, Renato, Fernanda e Chico, de Desejos de Mulher, aqui correspondiam a Maria (Elizabeth Savala), Carlos (Nuno Leal Maia), Carmem (Imara Reis) e Bruno (Vicente Barcellos).

Carlos Zanata, um cidadão acima de qualquer suspeita, se vê acusado por porte de cocaína, na noite de Natal. Antes de entrar em casa, onde Maria e os filhos o esperam para a ceia, é abordado por policiais que, após uma varredura em seu veículo, encontram grande quantidade de entorpecentes no estofamento do carro. Com o marido em cana, Maria se vê obrigada a batalhar para provar sua honestidade. Encontra Carmem, criminalista que assume a defesa do réu, ao mesmo tempo em que passa a se relacionar amorosamente com ele. O caso ganha repercussão com este envolvimento e Maria, que segue ao lado do marido, só encontra apoio em Bruno, jornalista que tenta ajuda-la a reunir provas que inocentem Carlos. O que ela, nem ele, esperavam é que no decorrer das investigações surgissem indícios que fariam cair por terra a suposta integridade do outrora insuspeito pai de família.

Carlos, enfim, se revela um homem honesto. Auditor de contas da União, ele havia encontrado irregularidades em uma hidrelétrica e recusado suborno para arquivar o processo. Por este motivo, fora envolvido na cilada relacionada às drogas. Uma vez preso, aceitou o acordo tentado anteriormente, em troca de sua liberdade. Ao final, rejeitado por Carmem, que não suportava a convivência com ele, confessa a Maria que sempre soube quem o enviara à prisão, conta sobre o acordo feito na cadeia, devolve o dinheiro do suborno e reabre o processo que irá apurar as irregularidades na hidrelétrica. Só não tem pleno sucesso em seus intentos porque Maria, decepcionada, se recusa a retomar o casamento.

Meu Marido foi concebida como uma novela de aproximadamente 130 capítulos, que discutiria o casamento. Com a alteração de formato, deu-se preferência ao lado policial da trama, favorecendo o que Euclydes Marinho classificou em entrevistas, na época, como ‘drama noir’. Com estreia prevista para 09 de outubro de 1990, substituindo Riacho Doce, a minissérie foi reprogramada para maio de 1991 diante das alterações as quais o elenco inicial foi submetido, o que protelou as gravações. Nívea Maria deixou o papel de Maria para Elizabeth Savala, enquanto Carlos Vereza e Juca de Oliveira recusavam o protagonista Carlos. Na estreia, em 07 de maio, seus capítulos já estavam concluídos. A trilha sonora coube a Wagner Tiso e a direção a Walter Lima Jr., aclamado cineasta que, na ocasião, já havia dirigido Inocência (1983) e Ele, o Boto (1987), além de episódios especiais do Globo Repórter.


A minissérie chegou ao final de sua exibição no dia 17 de maio, mesma data em que Meu Bem Meu Mal, então cartaz das 20h30, se encerrava. Na segunda seguinte, estrearia O Dono do Mundo, em exibição no Viva. Reprisada apenas para o Distrito Federal, em virtude das eleições para prefeito, em 1996, Meu Marido merecia um repeteco no Viva. Estamos no aguardo!

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