O Vivo
no Viva adoraria continuar revendo minisséries no Canal Viva, como as
exibidas desde o início do canal até maio deste ano. Por este motivo, vamos
continuar nossas sugestões de títulos aqui. Depois do sucesso Hoje é Dia de Maria, em outubro, hoje resgatamos
a pouca lembrada Meu Marido.
Difícil veredicto
Meu Marido traz homem dividido entre
esposa e advogada
O Viva já resgatou minisséries
aclamadas por público e crítica; sucessos de audiência que marcaram a história
do gênero no Brasil. Mas nem todas as apostas nesse ramo de dramaturgia se
sobressaíram. Algumas como Contos de
Verão e Sex Appeal, já reprisadas
pelo Viva, passaram em brancas nuvens. O mesmo caso se aplicada a nossa
sugestão de hoje, Meu Marido. Pouco
lembrada, e até porque não dizer, obscura, a minissérie de Euclydes Marinho
recorre a um tema já visto no cinema e também na teledramaturgia brasileira,
como em Império: o envolvimento de
advogadas com seus clientes. O mote, presente na novela de Aguinaldo Silva
através de Carmem (Ana Carolina Dias) e Orville (Paulo Rocha), norteou também
outra obra de Euclydes Marinho, a confusa Desejos
de Mulher.
Na novela das 19h, Júlia Moreno (Glória
Pires) via seu marido, Renato (Cássio Gabus Mendes), envolvido em um escândalo
financeiro. Para defendê-lo, contratava a advogada Fernanda (Deborah Evelyn),
que se apaixonava pelo acusado. Júlia, por sua vez, se envolvia com Chico Maia
(Eduardo Moscovis), jornalista interessado em defender Renato perante a
sociedade. A trama não deu certo e Deborah Evelyn e sua Fernanda acabaram
afastadas, diante das muitas alterações as quais a novela foi submetida. Talvez
em Meu Marido, por se tratar de uma
obra de apenas 08 capítulos, Euclydes tenha se saído melhor. Júlia, Renato,
Fernanda e Chico, de Desejos de Mulher,
aqui correspondiam a Maria (Elizabeth Savala), Carlos (Nuno Leal Maia), Carmem
(Imara Reis) e Bruno (Vicente Barcellos).
Carlos Zanata, um cidadão acima de
qualquer suspeita, se vê acusado por porte de cocaína, na noite de Natal. Antes
de entrar em casa, onde Maria e os filhos o esperam para a ceia, é abordado por
policiais que, após uma varredura em seu veículo, encontram grande quantidade
de entorpecentes no estofamento do carro. Com o marido em cana, Maria se vê
obrigada a batalhar para provar sua honestidade. Encontra Carmem, criminalista
que assume a defesa do réu, ao mesmo tempo em que passa a se relacionar
amorosamente com ele. O caso ganha repercussão com este envolvimento e Maria,
que segue ao lado do marido, só encontra apoio em Bruno, jornalista que tenta
ajuda-la a reunir provas que inocentem Carlos. O que ela, nem ele, esperavam é
que no decorrer das investigações surgissem indícios que fariam cair por terra
a suposta integridade do outrora insuspeito pai de família.
Carlos, enfim, se revela um homem
honesto. Auditor de contas da União, ele havia encontrado irregularidades em
uma hidrelétrica e recusado suborno para arquivar o processo. Por este motivo,
fora envolvido na cilada relacionada às drogas. Uma vez preso, aceitou o acordo
tentado anteriormente, em troca de sua liberdade. Ao final, rejeitado por
Carmem, que não suportava a convivência com ele, confessa a Maria que sempre
soube quem o enviara à prisão, conta sobre o acordo feito na cadeia, devolve o
dinheiro do suborno e reabre o processo que irá apurar as irregularidades na
hidrelétrica. Só não tem pleno sucesso em seus intentos porque Maria,
decepcionada, se recusa a retomar o casamento.
Meu
Marido foi concebida
como uma novela de aproximadamente 130 capítulos, que discutiria o casamento.
Com a alteração de formato, deu-se preferência ao lado policial da trama,
favorecendo o que Euclydes Marinho classificou em entrevistas, na época, como
‘drama noir’. Com estreia prevista para 09 de outubro de 1990, substituindo Riacho Doce, a minissérie foi
reprogramada para maio de 1991 diante das alterações as quais o elenco inicial
foi submetido, o que protelou as gravações. Nívea Maria deixou o papel de Maria
para Elizabeth Savala, enquanto Carlos Vereza e Juca de Oliveira recusavam o
protagonista Carlos. Na estreia, em 07 de maio, seus capítulos já estavam
concluídos. A trilha sonora coube a Wagner Tiso e a direção a Walter Lima Jr.,
aclamado cineasta que, na ocasião, já havia dirigido Inocência (1983) e Ele, o
Boto (1987), além de episódios especiais do Globo Repórter.
A minissérie chegou ao final de sua
exibição no dia 17 de maio, mesma data em que Meu Bem Meu Mal, então cartaz das 20h30, se encerrava. Na segunda
seguinte, estrearia O Dono do Mundo,
em exibição no Viva. Reprisada apenas para o Distrito Federal, em virtude das
eleições para prefeito, em 1996, Meu
Marido merecia um repeteco no Viva. Estamos no aguardo!
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