Retrospectiva
2014 passou... E o Viva passou super
bem por 2014. No ano que se encerra amanhã, nosso canal preferido viu sua
audiência subir consideravelmente, com diversas atrações, em diferentes
horários e com sensíveis mudanças em sua programação.
Algumas dessas mudanças, confesso, não
me apeteceram. Sou um dos que ainda sonham com o retorno das minisséries, na
faixa hoje ocupada por seriados. É bem verdade que, no que diz respeito às
minisséries, o Viva não apresentou grandes produtos em 2014. Logo em janeiro,
precisamente no dia 06, trouxe de volta O
Quinto dos Infernos, já vista em 2011. E outra reprise de 2011, Labirinto, deu o ar da graça em abril
(dia 14), encerrando a exibição de produtos do gênero no canal. Entre a obra de
Carlos Lombardi e a de Gilberto Braga, tivemos a exibição especial de Retrato de Mulher (incluindo seu
episódio piloto, ‘Era Uma Vez... Leila’, exibido em 01° de março), comemorando
o mês das mulheres, e de Cinquentinha,
trama pouco atraente de Aguinaldo Silva, cuja reprise fora marcada por uma
infeliz coincidência: José Wilker, que interpretava o falecido Daniel na
minissérie, nos deixou em 05 de abril, vítima de um enfarte fulminante,
enquanto Cinquentinha ainda estava no
ar. A única minissérie vista no canal, após a extinção da faixa destinada a
este gênero, foi O Auto da Compadecida,
exibida de 26 a 29 de julho, por ocasião do falecimento de seu autor, Ariano
Suassuna.
No dia 12 de maio, séries ocuparam o
espaço até então preenchido com minisséries. A cada dia da semana, podemos
acompanhar produtos da assim chamada segunda linha de shows da Globo. Alguns
recentes, outros nem tanto: Afinal, o Que Querem as Mulheres? (segundas),
Carandiru: Outras Histórias (terças),
Mulher (já reprisada anteriormente;
no ar, às quartas), A Cura (quintas)
e Carga Pesada (às sextas, também já
reapresentada). As séries elevaram a audiência do canal; eu me interessei em
rever apenas A Cura, grande obra de
João Emanuel Carneiro. Depois, não resisti ao charme das Cariocas, que passou a ocupar as segundas a partir de 23 de junho.
Divertidíssima produção de Daniel Filho, com texto de Euclydes Marinho baseado
nas crônicas de Sérgio Porto. Também revi a poesia de Chico Buarque, que
inspirou Amor em Quatro Atos
(segundas, desde 01° de setembro). Figuraram no horário outras produções menos
abonadoras, como SOS Emergência (toda
quinta, a partir de 17 de julho), Na
Forma da Lei (terças, desde 22 de julho) e Separação?! (segundas, desde 06 de outubro), bem como produções já
vistas anteriormente, caso de A
Justiceira (no ar em 23 de setembro, terça).
A faixa de séries veio no embalo das
comemorações de 04 anos do Canal Viva. As atrações especiais incluíram ainda a
estreia de A Diarista (na terça, 06
de maio), humorístico que eternizou a hilária Marinete (Cláudia Rodrigues) e
sua inseparável amiga Solineuza, a “Poia” (Dira Paes). Na quinta, dia 08, entra
no ar o Mixto Quente, musical dos
anos 80, gravado nas praias do Rio de Janeiro, que trazia o melhor da cena
musical naquele momento (as atrações eram, em sua maioria, do período de ouro
do pop rock nacional). O programa era reapresentado aos sábados, antes do
aclamado Globo de Ouro, que, após um
período fora do ar, retornara no dia 10.

Já O
Show da Vida é Fantástico, mais uma das estreias em comemoração ao
aniversário do canal, repercutiu e muito bem! Primeiro por resgatar antigos
clipes do Fantástico, comentados hoje
em dia por músicos e profissionais que participaram da concepção dos mesmos. E
depois por trazer de volta às telas a belíssima e muito talentosa Valéria
Monteiro, musa do dominical da Globo no final dos anos 80 e início da década de
90. A série de 20 programas, de 10 minutos aproximadamente, estreou em 19 de
maio, às 23h. E fora substituída posteriormente por matérias especiais já
exibidas no Fantástico. Dentre elas, Destino Fantástico, com Glória Maria e
Isabel Ferrari (no ar em 14 de julho), Sibéria:
a Missão de um Mago, em que Glória acompanhou o escritor Paulo Coelho
durante uma viagem (no ar em 18 de agosto), Diário
da Vida Real e Altos Papos, com
Zeca Camargo (a partir de 13 de outubro).
Outras produções próprias marcaram a
trajetória do Viva durante 2014. Em 29 de janeiro, chegava ao fim a exibição
original de Damas da TV, reprisada
exaustivamente desde então (no momento, está no ar aos sábados, 18h30). Débora
Duarte, Arlete Salles, Nívea Maria, Ruth de Souza e Glória Pires conduziam os
episódios da série, levados ao ar durante o mês de janeiro. Em setembro, veio a
primeira obra dramatúrgica produzida pelo canal. Meu Amigo Encosto, exibida às quartas, trazia o hilário Janjão
(Danilo de Moura), o amigo do título, um espírito que atormentava a vida do
pobre Ivan (George Sauma). Ambos os protagonistas estavam muito bem, destoando
dos outros componentes do elenco, em desempenho aquém de seus personagens. A
série trouxe bons momentos, mas não empolgou como esperado, talvez pela
estratégia falha do Viva de coloca-la em um horário no qual o telespectador,
normalmente, está na TV aberta, acompanhando a novela das nove.
O grande sucesso do Viva em 2014, em
termos de produção própria, foi mesmo o Globo
de Ouro Palco Viva. Dez programas especiais, exibidos a partir de 17 de
novembro, que recriaram uma das atrações mais prestigiadas do canal e
demonstraram o vigor de programas musicais, atração impensada para a TV aberta,
e mesmo para a TV paga, desde que foram concebidas outras formas de se consumir
música, fora a televisão, o rádio e os vinis. Foi bom rever grandes nomes da
cena musical brasileira e ouvir novas versões de antigos clássicos. Até mesmo a
participação de cantores da atualidade passou bem pelo crivo do telespectador.
O único senão: o repertório de alguns destes artistas e algumas recriações que
em nada contribuíram para a memória do artista homenageado, caso da Banda Tono,
com Ouro de Tolo, de Raul Seixas, e de Thiaguinho para Pais e Filhos, de Renato
Russo.
No ano que passou, o Viva também levou
ao ar o desfile das escolas de samba do grupo de acesso de São Paulo (em 02 de
março), bem como das campeãs da capital paulista e do Rio de Janeiro (07 e 08
de março, respectivamente). Mais de 800 profissionais foram mobilizados para a
cobertura, que elevou a audiência do canal, garantindo um acréscimo de 50% em
seus índices e o segundo lugar no ranking da TV paga. A experiência, que será
repetida em 2015, contou com os repórteres Alê Primo, Júlia Bandeira, Mariane
Salerno e Renata Simões (as três comandaram os boletins Viva Folia, exibidos desde dezembro de 2013). No desfile das
campeãs, Betty Lago, Taís Araújo, Samantha Schmütz e Bruno de Luca revelaram os
bastidores das escolas e realizaram entrevistas na concentração. No embalo do Viva Folia, o Viva O Sucesso abriu espaço para a série ‘Os Bambas do Samba’.
Quatro programas, com figuras conhecidas do meio musical, foram apresentados do
início de fevereiro até a semana de exibição dos desfiles das escolas de samba.
Arlindo Cruz e Dudu Nobre, Alcione e Diogo Nogueira, Jorge Aragão e Péricles e Beth
Carvalho e Zeca Pagodinho foram as duplas que passaram pela atração neste período.
O Cassino
do Chacrinha também ajudou a esquentar os tamborins para o Viva Folia. Neguinho da Beija-Flor,
Alcione, Fundo de Quintal, Jair Rodrigues e agremiações do Rio de Janeiro e de
São Paulo garantiram o samba ao programa levado ao ar em 16 de fevereiro,
domingo. Espécie de curinga da programação, o Cassino voltou ao ar em 26 de abril (sábado), trazendo uma sabatina
com Dercy Gonçalves; em 26 de maio, com a última edição gravada por Chacrinha e
contando ainda com Jair Rodrigues, falecido no dia 08 daquele mês; e ainda em
22 de dezembro, com um especial de Natal.
Falando em Natal... Para 2015, esperamos
mais presentes do Viva. Este ano, as atrações foram poucas. Algumas estiveram
atreladas a especiais da Escolinha do
Professor Raimundo e do Sai de Baixo.
Tivemos também a reexibição da Missa do Galo e do especial ‘Papai Noel Existe’,
com Daniel Boaventura, Carolina Kasting, David Lucas e Reginaldo Faria. Ainda, o
show ‘André Rieu – Live in Brazil’, comemorando a chegada do Ano Novo. A grande
atração do Viva no período de festas foi mesmo Xuxa, no especial inédito ‘Natal
Mágico da Xuxa’. Gravado no Ginásio do Ibirapuera, o evento musical comemorou
os direitos da criança e também os 25 anos da Fundação Xuxa Meneghel. A atração
serviu também para reverenciar o passado de sucesso da Rainha dos Baixinhos, no
ano em que a mesma se viu envolvida em uma possível saída da Globo e um provável
ingresso na Record.
No Viva, Xuxa reinou absoluta. De
volta ao ar em 07 de setembro, o Planeta
Xuxa, musical comandado pela loira nas tardes de sábado (posteriormente,
domingo), turbinou a audiência do canal, colocando o Viva entre os dez mais
assistidos durante o horário de exibição da atração. O sucesso garantiu,
inclusive, dois horários alternativos para o Planeta (segundas, 21h, e domingo, 12h). Renato Aragão, que assim
como Xuxa passou 2014 longe da TV aberta, também anda fazendo sucesso no Viva. A Turma do Didi, no ar de segunda a
sexta às 20h30, ocupou em seus primeiros meses o terceiro lugar no ranking de
audiência, entre o público adulto. O humorístico está no ar desde 14 de julho,
mesma data em que a novelinha ecológica Flora
Encantada, protagonizada por Angélica, substituiu a inesquecível Caça Talentos.
Já em 19 de julho, o Viva promove uma
alternância de atrações na faixa que sucede à novela das 15h30. A série SOS Babá passou a dividir espaço com Obsessivos Compulsivos e Conselhos da Super Nanny, protagonizado
por Jo Frost. Praticamente um mês depois, mais precisamente no dia 18 de
agosto, o público das tardes foi contemplado com a reexibição do Bem Estar, matinal sobre saúde veiculado
pela TV Globo. A reprise, no entanto, acontece em esquema diferente do adotado
para o Vídeo Show e o Mais Você, cujos programas apresentados
são os mesmos que foram exibidos naquele dia pela TV aberta. O Bem Estar reapresenta programas da época
de sua primeira temporada, em 2011.
Ainda em agosto, o Viva trouxe de
volta uma das séries de maior sucesso dos anos 90. Veiculada pela Globo no Xou da Xuxa, a princípio, Família Dinossauros logo arrebatou o público,
migrando para as tardes de domingo. O sucesso foi tanto que o programa chegou a
ser exibido entre Os Trapalhões e o Fantástico, nas noites dominicais. Não
tardou para que surgissem mochilas, camisetas, chaveiros, álbuns, discos e uma
infinidade de produtos baseados em Baby, o bebê que completa o clã formado pelo
patriarca Dino, sua esposa Fran, e os filhos Bobby e Charlene. De volta ao ar
através do Viva, Família Dinossauros aumentou
em 135% os índices do horário. Seus números chegam a ser três vezes maior do
que toda a média de audiência do canal. Ou seja: todo ‘vivamaníaco’ para diante
do bebezinho dinossauro Baby, exclamando “Não é a mamãe!”.
A série pode ser vista também no Viva Play, plataforma de vídeos sob
demanda lançada pelo canal na internet, em 26 de agosto. O Viva passou muito
moderninho por 2014. Chegou a se tornar aplicativo para celular, através do Quiz Viva, game de perguntas e respostas,
lançado em 25 de julho, que testa o conhecimento do público a respeito de temas
televisivos e assuntos de décadas passadas. No dia 02 de agosto, o canal virou
livro pelas mãos de Julio Cesar Fernandes, autor de “A Memória Televisiva como
Produto Cultural: um estudo de caso das telenovelas do Canal Viva”. Lançado no
Museu da Imagem e do Som, através do selo Pró-TV, o livro reúne uma extensa
pesquisa sobre as novelas veiculadas pelo Viva, bem como depoimentos de profissionais
do canal e a contextualização de temas como o saudosismo e a nostalgia.
O Viva também virou blog! No dia 05 de
setembro, entra no ar o Vivo no Viva,
nosso canal de contato com outros ‘vivamaníacos’, de comentários sobre a
programação e atrações, e de sugestões de novelas e demais programas. Esperamos
que todos os fãs do Canal Viva tenham um ótimo 2015. E acompanhem aqui, na próxima
sexta, a continuação de nossa retrospectiva, exclusivamente dedicada as novelas
do Viva em 2014. Não dá pra perder!